DIA 99: O hábito da autoridade paternal
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido suprimir em mim a vontade de questionar a
autoridade paternal e permitir ter uma autoridade fora de nós próprios, quer
seja um pai, uma mãe, um deus, um político ou uma estrela de cinema.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar estar limitada por uma vontade fora de
mim própria que tem o poder de decidir por mim, sem assim me permitir
desenvolver uma total responsabilidade própria pela minha Vida e pela minha
direção/decisão como Vida aqui.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido suprimir em mim a vontade de mudar os hábitos de
autoridade e, ao suprimir a minha expressividade, acabo por participar na outra
polaridade de silêncio e apatia.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido desprezar a minha capacidade de decidir aquilo
que é o melhor para mim e aperceber-me que se eu não tomar direção por mim,
ninguém o vai fazer por mim pois cada um está ocupado na sua própria
sobrevivência. Eu apercebo-me que os
hábitos de autoridade são sempre baseados em ego, medo e nunca em senso comum,
logo nunca têm como objectivo o melhor para todos.
Assim, eu
comprometo-me a agir em senso comum e igualdade, a parar as ideias/crenças de
superioridade e inferioridade em relação aos outros que criam separação entre
nós. Eu dedico-me a conhecer os padrões da mente e a parar a polaridade de
reacção vs petrificação quando enfrento o padrão da autoridade.
Quando e
assim que eu me vejo perante uma situação em que o papel de autoridade é
manifestado à minha volta através da tonalidade alta da voz, eu páro a energia
do medo e respiro. Eu apercebo-me que a sensação de petrificação é uma energia
da mente de aparente impotência, que não é quem eu sou em honestidade e
igualdade. Logo, eu comprometo-me a manter-me um e igual com o outro, estável e
mim e assim me permitir comunicar em senso comum nas situações em que o papel
da autoridade é aparentemente superior a mim. Eu apercebo-me que o ciclo da
autoridade é uma escravatura da mente que limita a expressão física em
honestidade própria.
Quando e
assim que eu me vejo a enfrentar a resistência de mudar o meu papel de vítima
perante uma situação de autoridade, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que estes
papéis familiares/sociais são de facto padrões da mente que têm de ser parados
por cada um de nós. Logo, eu dedico-me a tornar-me no meu exemplo ao
estabelecer a minha confiança própria incondicional e ao parar de participar na
necessidade de agradar os outros como resposta ao papel de autoridade. Eu
comprometo-me a parar o medo da consequência que é baseado em
experiências/memórias passadas para me dedicar a re-escrever a minha história e
as minhas relações com os outro, em honestidade própria e senso comum.
Quando e assim que eu me vejo a acreditar que o silêncio é uma solução para evitar o conflito, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que o conforto do silêncio é de facto uma energia de medo e de arrependimento, como uma personagem de "não saber o que fazer". Eu dedico-me a devolver a mim própria o senso comum na direção da minha ação e parar a confusão da mente. Assim, permito-me ver a simplicidade de se comunicar sem reagir, e assim enfrentar o ponto da autoridade = ego = superioridade = separação em mim e nos outros.
Eu
comprometo-me a descobrir as camadas de medo da autoridade e a dar-me a
oportunidade de dar direção a mim própria como Vida que eu sou. Quando e assim
que eu me vejo petrificada perante a reação dos outros, eu páro, respiro, e
apercebo-me que este é o padrão/papel de autoridade da mente que não é o melhor
para todos. Assim, eu páro de participar como vítima e dedico-me a participar
como Vida, em estabilidade própria e a fazer/dizer aquilo que é o melhor para
todos, em igualdade como Vida que somos, sem energia de medo nem energia de ser
salvadora.
Ilustração de Andrew Gable