DIA 89: Sentimento de "seca" e desejo que o tempo passe mais rápido
Eu
perdoo-me por me ter aceite e permitido participar no sentimento de
aborrecimento e usar a expressão “isto é uma seca” para culpar as coisas à
minha volta e justificar a experiência de aborrecimento que eu crio para mim
própria.
Eu
perdoo-me por me ter aceite e permitido motivar-me com as coisas que eu tenho
para fazer e por isso participar na outra polaridade de me sentir sem energia
quando aparentemente não tenho nada para fazer.
Eu
perdoo-me por me ter aceite e permitido limitar-me a fazer somente aquilo que
me pedem para eu fazer, em vez de tomar responsabilidade em criar a minha ação,
sem que envolva um pedido, favor ou obrigação. Por exemplo, eu apercebo-me que
ao escrever e ao aplicar a minha correção na prática, eu estou a fazê-lo por
mim.
Eu
perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que o desejo/esperança que o
tempo passe mais rápido é real. Eu apercebo-me que este desejo tornou-se num
hábito por definir as coisas como “divertidas” VS “seca” e por isso alimentar
esta polaridade em mim na expectativa que os momentos divertidos compensem a
seca.
Eu apercebo-me que cada um de nós tem-se permitido manter neste ciclo de
frustração em vez de nos apercebermos que somos sempre nós aqui e que temos a
capacidade de recriarmos cada momento em honestidade própria para garantir que
cada momento estamos a ser e a fazer o melhor de nós, para nós e para o mundo.
Eu
apercebo-me que me limitei às tarefas que me são pedidas/necessárias, sem
considerar a minha responsabilidade de estar aqui por mim, em
auto-desenvlvimento, auto-conhecimento e auto-correção.
Eu
perdoo-me por me ter aceite e permitido distrair-me com as coisas que eu tenho
para fazer e com as preocupações da mente que aparentemente ocupam o meu dia,
sem realizar que me estou a esquecer de mim/do meu corpo sempre que deixo
passar uma respiração ou sempre que evito enfrentar um ponto da mente (medo,
dor, pensamento).
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido ter esperança que as chamadas boas ações do
sistema de fazer aquilo que me é pedido vão compensar as minhas desonestidades
próprias, ou seja, o facto de eu evitar conhecer-me e resistir a empenhar-me na
minha mudança pessoal.
Quando e
assim que eu me vejo aborrecida e a pensar que não ter nada para fazer é uma
seca, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que não ter nada para estudar ou
nenhuma tarefa no emprego não significa que eu não me tenha a mim aqui,
responsável pelo meu processo contínuo de criação.
Quando e
assim que eu me vejo a justificar a minha inactividade com a ideia que não
tenho nada para fazer, eu páro e respiro. Ao respirar, eu dou a mim própria a
oportunidade de ver para além das minhas tarefas diárias/obrigações do
sistema/emprego e dedicar-me a mim em honestidade própria. Eu apercebo-me que
esta aparente falta de energia é uma resistência a olhar para os pontos que eu
tenho de resolver por mim, tal como pensamentos, relacionamentos, confusões da
mente e preocupações.
Eu
comprometo-me a parar e a perdoar cada pensamento que surja quando entro no
modo de aborrecimento e no desejo que o tempo passe mais rápido.
Eu
apercebo-me que quando eu começo a escrever, o meu corpo responde com a força
de escrever manifestada nas minhas mãos. Eu apercebo-me que a força é física e
que não preciso da energia da mente / motivações / desejo de agradar os outros
/ de ter boas notas para os outros. Eu foco-me na minha presença corporal e
portanto apercebo-me que é a energia física proveniente da alimentação,
descanso e respiração que eu necessito para a minha ação física.
Eu reeduco-me
a fazer as coisas com dedicação em honestidade própria – assim como eu faço
aquilo que tem de ser feito no sistema / escola / trabalho, eu dedico-me também
àquilo que tem de ser resolvido em mim e por mim (pela Vida que eu sou).
Em
honestidade própria eu apercebo-me que a resistência a estar sozinha, a
escrever ou a simplesmente não ter preocupações na mente, é uma resistência à
estabilidade baseada no hábito de existir em constante velocidade de ideias, de
flutuações entre sentimentos positivos e negativos, de desejos e de dependência
de motivações fora de mim para eu me decidir a agir.
Eu
dedico-me a existir aqui a cada momento da minha respiração, sem definir pelas sensações
de aborrecimento/stress de acordo com as coisas que há a fazer. A cada dia eu apercebo-me da satisfação que eu
crio em mim ao transcender uma limitação que eu tinha permitido existir na
minha mente e na minha ação. Eu dedico-me a criar a minha estabilidade (em mim
e no ambiente à minha volta) de modo a estar disponível para abrir os pontos
suprimidos em mim (os chamados “assuntos pessoais) e a não deixar distrair-me
pelas tarefas e preocupações do sistema que aparentemente ocupam o meu ser – eu
sou igualmente responsável pelas obrigações do meu emprego/carreira, como pela
minha integridade pessoal.