DIA 255: Desconstruir a IDEIAlogia: a família não tem de ser o exemplo a seguir
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJnISY43evhyphenhyphen7mRpiT7gG67u9fAYe9K-Y8z22Kg1Y-RZ5ZqGHmVGMjdXhC6CtsuHryLXueJM-S8vHqu5gnzJVml2S4HCqK7zjggPBjSzo97m7kL4bjesQ3GFq0wrhvwY0sj9CjCayr9lQ/s400/string+copy2.jpg)
Desde que estou em
Portugal que me apercebo-me da tendência de culpar os outros pelo que quer que
seja - ou sao os emigrantes que sao os culpados pela violencia no país, ou é a
mulher que nāo levantou a mesa, ou é o filho que nao sabe onde pôs nāo-sei-o-quê;
As pessoas gritam em vez de falarem e quem grita mais alto é rei; O apego
mental aos bens materiais é possessivo e emocionalmente destrutivo; a falta de
planeamento cria stress; A necessidade de se controlar o que os outros dizem ou
fazem é desgastante; O vício da justificaçāo impede ver-se que é possível mudar e fazer as
coisas de maneira diferente.
No meio de tantas
relaçōes e dinâmicas sociais no âmbito familiar, o grande desafio é manter-me
estável a cada momento, ao mesmo tempo que ajudo a trazer o ponto para mim
própria e ver o que posso mudar em mim e na minha atitude para a próxima vez
enfrentar o mesmo ponto em plena estabilidade. No proximos dias irei investigar os julgamentos que surgem porque ainda acredito que a familia tem de ser um exemplo a seguir, o que nao deixa de ser uma ideia e uma forma de impor o meu interesse-proprio. Começo entao a ver que esta ideia é mais um mecanismo para culpar os outros sobre aquilo que eu nao estou a mudar em mim e que ainda me estou a distrair da minha responsabilidade propria de ser honesta comigo mesma e me dar direçao, onde quer que esteja e com quem esteja.
Eu perdoo-me por me
permitir e aceitar distrair-me de mim propria quando vejo alguem a fazer alguma
coisa que eu julgo como nao sendo normal ou como sendo deshonesta consigo proprio.
Eu perdoo-me por me
permitir e aceitar pensar que as pessoas mais velhas da familia estao com
problemas mentais e preocupar-me com isso, quando afinal eu estou a criar esta
preocupacao para mim propria com base na minha ideia do certo ou errado.
Eu perdoo-me por me
estar a permitir alimentar o padrao de julgar os outros quando estou a observar
o que as pessoas fazem.
Apercebo-me que esta
necessidade de controlar o que o outro esta a fazer é a mim que me está a
prejudicar e sou eu que estou a criar esta experiencia de desespero para mim
propria.
Eu perdoo-me por me
estar a permitir e aceitar ficar zangada com as pessoas porque estas ja nao
agem como um exemplo para mim e, por isso, eu perdoo-me por me estara permitir
e aceitar alimentar o meu interesse-proprio ao querer que os outros mudem e que
sejam como eu quero que eles sejam.
Eu ajudo-me a
identificar aquilo que eu quero que as pessoas sejam e ajudo-me a investigar em
mim o que é que eu nao estou a dar a mim propria.
Quando e assim que
eu me vejo a distrair-me com as acoes dos outros e a julga-las como normais ou
paranoicas, eu paro e respiro. Eu foco-me em parar o julgamento e a reacao e a
nao participar nesta ideia de que eu tenho de dizer alguma coisa para que o outro
eventualmente mude.
Eu apercebo-me que
eu nao vou mudar as outras pessoas e que a unica coisa que eu posso fazer por
mim e pelos outros é manter-me estavel como o meu proprio exemplo de seguranca,
de mudanca e de estabilidade.
Eu apercebo-me que
nesta sociedade e com todos os problemas economicos as pessoas nao dao tempo a
si proprias para investigarem os pontos e se perdoarem pelo que estao a fazer a
si proprias. Por isso, em vez de eu despender
o meu tempo a querer mudar os outros ou a inventar desculpas, eu dedico-me a escrever, a mudar a
maneira como eu ocupo o meu tempo e a dar-me esta oportunidade para me conhecer
e corrigir.
Quando e assim que
eu me vejo a reagir com as pessoas da minha familia porque eu julgo que perdem
tempo em coisas desnecessarias, eu paro e respiro. Eu comprometo-me a parar de
julgar a forma como as outras pessoas gerem ou fazem com o tempo que têm. Em vez
disso, eu ajudo-me a gerir o meu tempo de maneira pratica e a garantir que faço
o melhor que posso com o tempo que tenho e que vivo o meu processo de
auto-conhecimento e de auto-correcao para me realizar como Vida que,
potencialmente, sou.