DIA 91: A dor não engana
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Vejamos: É
no momento em que sinto dor que estou mais fisicamente presente - isto só
demonstra a desconsideração que tenho tido em relação à estabilidade física.
Depois da dor, segue-se o medo - o medo que a dor volte (trauma), o medo que
piore e finalmente o medo da morte. Passamos a vida com medo da morte e por
isso não vivemos; estou a aperceber-me que a dor pode/deve ser investigada
porque a dor não engana, tal como o físico não engana. Por muito desonestos que
nos tornemos nas nossas mentes, quando chego ao físico, temos de parar e ver o
que temos andado a fazer.
Com o passar do tempo, a mente é fortalecida (acumulação de memórias,
ideias e personalidades) e o corpo torna-se um escravo da vontade da mente,
tanto pessoalmente como no sistema mundial em que se desprezam os cuidados
básicos à maioria da população. A não ser que individualmente cada um comece a
conhecer a sua mente para sermos a solução para o nosso corpo e assim
garantirmos que o resultado da nossa ação seja o respeito pela Vida de cada
ser-vivo.
Comecei
então a investigar o medo. Comecei por ouvir uma entrevista chamada "Morto
pelo meu próprio medo" (Killed by my own fear) e apercebi-me como é que o
medo nos congela quando há semelhanças entre situações, e que por isso acabamos
por recriar o passado pois deixámos de estar presentes, capazes de mudar a
direção e corrigir a nossa ação no presente. Ou seja, mesmo antes de fazer o meu
tratamento, já tinha aceite em mim o medo que um tratamento não corresse bem.
Para juntar à história, esta era a primeira vez que fazia um tratamento num
dentista em Londres...
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido associar a dor que sinto neste momento nos meus
dentes com a memória do caso do jovem que morreu após uma cirurgia
dentária.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido tirar conclusões/diagnóstico com base em experiências de outras pessoas e assim influenciar a minha direção/atitude neste momento.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido tirar conclusões/diagnóstico com base em experiências de outras pessoas e assim influenciar a minha direção/atitude neste momento.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido projectar na minha realidade o passado que tocou
a outras pessoa e assim permitir-me viver no passado. Eu sou a solução para mim
própria, ou seja, em vez de me basear/influencia por memórias, eu posso
garantir que a minha ação seja recriada
em auto-correção.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido sabotar a minha vida ao reagir às memórias por
ter medo de passar por tais eventos, em vez de garantir que eu mude a
consequência dos eventos.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido procurar uma explicação para a dor com base nas
experiências das outras pessoas e associar a minha exeriência actual à delas e
assim limitar-me ao conhecimento e informação ao passado.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido participar no medo de ter mais dor, em vez de
tomar direção e dar a garantia a mim própria que me vou ajudar a encontrar uma
solução para a dor.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido usar a ideia que é a primeira vez a fazer um
tratamento em Londres para usar a memória do caso do jovem e assim justificar o
medo e a desconfiança que eu tive em
fazer um tratamento aqui, em vez de me focar no senso comum de verificar a
máxima qualidade do serviço, que é aquilo que realmente importa.
Não me
apercebi inicialmente que exista também o medo de enfrentar o próprio medo, no
entanto, a dor colocou-me em tal fragilidade que a única solução foi olhar para
a situação em senso comum e voltar ao dentista. Vi então que tinha vergonha de
ser julgada como fraca por assumir a dor. Quando cheguei ao consultório, senti
a energia do medo na região do estômago (solar plexus), baseada no medo do
futuro e no medo de ser julgada como ingrata - pois na mente eu estava a culpar
o doutor pela minha dor. Como já sabemos, a culpa, o julgamento, a especulação
são tudo padrões da mente que têm de ser parados, antes que estes tomem conta
de nós. Por isso:
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido projectar o meu próprio julgamento de vergonha de
ter dor nas pessoas à minha volta e por isso ter vergonha em dizer que tenho dor.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido julgar a dor como sendo um fracasso em vez de
estar um e igual com o corpo e de perceber que este é um indicador que eu tenho
de dar atenção.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido culpar o doutor pela dor que eu estava a sentir,
como se precisasse de me defender de alguma acusação. Eu apercebo-me que eu sou
responsável por determinar se há dor ou não e que tenho de ser eu a tomar a
direção na situação - Neste caso, parar a ideia de culpa e ver a situação em
senso comum: se há dor em mim, tenho de ser curada e a culpa neste caso é
irrelevante.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido ter resistência em voltar ao consultório com medo
que pensem que eu sou desconfiada - com base neste pensamento, vejo que há de
facto o padrão de desconfiança em mim.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido participar no sentimento de culpa e de
desconfiança no doutor só porque é um doutor novo para mim e porque é a primeira vez que estou
a ter um tratamentos em Londres.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido confiar incondicionalmente no dentista em
Londres e parar de comparar com as minhas experiências em Portugal.Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido desejar que alguém/a mãe resolva a situação por
mim, em vez de eu tomar responsabilidade e fazer aquilo que é o melhor para
mim.
Apercebo-me
que é aparentemente mais fácil ajudar os outros do que se ajudar a si próprio!
Foi claro
importantíssimo eu ter sido vista pelo dentista novamente e já estou a
antibiótico para ajudar o corpo a recuperar...! Ou seja, ao parar os
medos/resistência da mente, fui capaz de tomar direção e discernimento para
fazer aquilo que era o melhor para mim naquele momento. Os meus colegas no
escritório apoiaram-me plenamente, tive folga à tarde e fui super bem recebida
pela doutor.
Logo, quando
e assim que eu me vejo a projectar as experiências dos outros/do passado na
minha vida presente, eu páro e respiro. Eu foco-me em estar aqui e a garantir
que não sou emocionalmente influenciada para assim ver a situação em senso
comum e na prática para o melhor de mim e dos outros à minha volta. Eu
apercebo-me que seria desonesto abordar este assunto com base em culpa ou
desconfiança, sendo que iria criar separação entre mim e os outros.
Quando e
assim que eu me vejo a associar memórias do passado a certas semelhanças do
presente, eu páro e respiro. Eu dedico-me a parar de usar as ideias, memórias,
conhecimentos e informação como forma de instabilidade, punição, sabotagem e
influência. Eu apercebo-me que as experiências dos outros e os medos servem de
entretenimento/comodismo da mente para não se ver/trabalhar na solução para nós
próprios/para o mundo.
Eu
comprometo-me a garantir que o presente/futuro é uma melhor versão do passado
da Humanidade.
Eu
comprometo-me a ajudar a mim própria como me dedico a ajudar os outros.
Quando e assim que eu me vejo a participar no medo da morte, eu páro e
respiro. Ao respirar, eu estou aqui, viva. Logo, ao respirar, não há
espaço/tempo para ter medo da morte. No lugar de me preocupar com a morte, eu
ocupo-me com a Vida que está aqui - eu direcciono-me a recriar-me como a
solução para mim própria e ao mesmo tempo usar o meu tempo aqui para participar
em soluções para o mundo.
Quando e
assim que eu me vejo a ter medo de enfrentar uma situação no presente tal como
falar com o outro ou fazer uma queixa, eu páro as ideias/imagens de vítima da
mente e eu respiro. Eu realizo que a mente torna as coisas mais complicadas do
que elas realmente são. Logo, eu devolvo-me a estabilidade e coragem e enfrento
a situação em senso comum e honestidade-própria, ciente que qualquer reação que
exista da outra parte é uma projecção e não é real.
Quando e
assim que eu me vejo a desejar que alguém resolva o problema por mim, eu páro e
respiro. Eu dou a mim própria a oportunidade de me auto-recriar e me
auto-conhecer. Eu dou a mim própria esta oportunidade na Terra para estabelecer
uma relação de intimidade, confiança e unidade com o meu corpo. Eu dedico-me a
resolver os meus pontos da mente e a auto-corrigir-me na minha ação (corpo).
Quando e
assim que eu me vejo a ignorar a dor com esperança que a dor desapareça, eu
páro e respiro. Em auto-responsabilidade, eu torno-me ciente do abuso que é
ignorar a dor quando esta se torna insustentável. Tomo portanto direção e ajo
em senso comum para recriar a minha estabilidade física (decidir voltar ao
dentista).
Caso surjam
medos/dúvidas da mente, perdoo-me por permitir tais distrações em mim e aplico
a correção (por exemplo: parar a vergonha, a culpa e começar confiar no outro).
Eu dedico-me
a focar nos resultados que sejam sempre o melhor para todos, sem permitir que
os padrões da mente de interesse-próprio se coloquem à frente dos princípios da
igualdade e do bem estar para todos. Assim, eu comprometo-me a estar ciente do
meu corpo físico e a comunicar o que se passa comigo aos outros em
estabilidade, sem projecções nem culpas.