DIA 81: Escrever todos os dias é respirar todos os dias
Comemos
todos os dias. Estamos aqui todos os dias. Respiramos a cada momento... Será
mesmo? Quantas vezes por dia estamos cientes da nossa respiração? Será que se
tornou normal ser-se um robot orgânico?
Escrever
todos os dias - tal como com a respiração. Noto que há ainda uma resistência para me
sentar e focar-me a escrever. É demasiada estabilidade para a mente e, quando
dou por mim, estou já em pensamentos, imagens, planos para fazer a seguir...
Até eu parar novamente e aperceber-me que a chave é estar ciente de mim, da
minha respiração e das palavras que eu escrevo. Eu +e o meu processo de recriação, onde eu estou a rescrever o meu guião, sem improvisos, simplesmente aqui.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que a resistência para escrever é real.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido participar activamente nos pulos da mente, em vez
de dar a mim própria a estabilidade de me focar naquilo que eu estou a fazer, a
cada respiração.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido justificar a procrastinação de deixar para
amanhã, com base em sono, cansaço, outras prioridades quando em honestidade
própria eu sei que é a mim quem eu me estou a tentar enganar.
Eu
comprometo-me a ser/criar-me estável no ponto de escrever todos os dias acerca
do meu processo.
Eu
comprometo-me a parar as justificações e ideias da mente - eu foco-me em
escrever para mim com o tempo que eu tenho, sem sabotar logo à partida ao
imaginar-me no conforto da cama ou na imagem de mim a fazer outra coisa.
Eu
apercebo-me que o factor da resistência é de facto um indicador porreiro para
eu ver os pontos que eu tenho de dar direção para ultrapassar a resistência.
Quando e
assim que eu me vejo a adiar a escrita para o fim da noite, eu páro, eu respiro
e direciono-me fisicamente para me sentar numa cadeira em frente ao computador,
toco no reclado e foco-me no que eu vou escrever. Eu dedico-me à minha própria
respiração. Quando e assim que eu me vejo a fechar os olhos em frente ao ecrã,
eu respiro e permito-me estar aqui fisicamente. Curiosamente, apercebo-me que o
sono é mais intenso quando eu estou a escrever do que se eu estiver a fazer
outras coisas.
Eu
apercebo-me que escrever é a melhor maneira de abrandar a mente e ver tudo com
mais claridade e perspectiva. Eu dedico-me a escrever por mim e comprometo-me a
estar atenta à resitência a escrever- Quando e assim que eu me vejo a adiar a
escrita, eu páro o pensamento, eu respiro, eu perdoo-o o pensamento que
desencadeou o desejo de adiar a escrita, e eu dedico-me a escrever e a
participar nesta realidade física com acções práticas que me possam ajudar no
momento, e.g. sentar-me, tocar no teclado; abrir os olhos.