DIA 96: "Viver" na imagem perfeita OU criar na perfeição?
A imagem perfeita é fingir que se vive, porque nada disso é real.
Tomemos o exemplo de fazer planos à distância do tempo - planeamos o futuro
mesmo quando sabemos que esse plano não é viável, no entanto, há uma esperança
matreira de se conseguir fazer tudo e ainda ser-se pontual! Por experiência
própria, não funciona.Viver da imaginação é uma tendência
da mente e esta semana foi super stressante para mim. Tinha deadlines de coisas
para completar no trabalho e fora do trabalho mas havia um projecto que eu
estava mesmo focada - sabia que não podia falhar. O stress que sentia era
baseado no medo de falhar ou que erros do passado voltassem a acontecer. Mas em
vez de parar e investigar os padrões a que me estava a prender, eu continuei
envolvida na imagem do projecto ideal. Comecei a fazer jogos mentais e imaginar
o resultado final, como se flutuasse sobre todos os aspectos do projecto sem de
facto testar as coisas. Projectei-me no futuro este dia como sendo O DIA do
projecto. A certa altura, apercebo-me que faltava um elemento fundamental que
era da minha responsabilidade e eu não o tinha comigo. Como era possível! Toda
a semana parar preparar isto e não o fiz o melhor que eu podia ter
feito!Apercebo-me que o facto de ter permitido alimentar em mim o medo de errar
sem que nada fizesse para o parar foi meio caminho andado para repetir aquilo
que eu já conhecia e que sabia ser capaz de fazer.
Dou-me agora a
oportunidade de escrever sobre este ponto, ver os pensamentos aos quais me
prendi e re-escrever o meu guião de ação para que para a próxima VIVA em plena
confiança e sem backdoors.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido agarrar-me
à ideia que eu preciso de sentir a pressão do tempo (ou da falta deste) para eu
puxar por mim e dedicar-me o máximo que eu consigo, sem me aperceber que é a
mim que eu me estou a enganar e a criar instabilidade, mais ninguém!
Eu
perdoo-me por me ter aceite e permitido distrair-me com a imagem de ter
sucedido no projecto sem garantir que todos os passos estavam a ser dados nessa
direção.Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido PARAR a memória da
experiência do passado em que também não fui responsável por tudo aquilo que eu
estava a fazer e que acabei por ter de remediar. Eu apercebo-me que este
remediar não é a solução pois abre o precedente e a ideia que as coisas não
podem ser perfeitamente feitas no prazo combinado e com o máximo empenho.Eu
perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar em remediar a minha ação em vez
de garantir que eu me empenho naquilo que eu quero ver acontecer.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido procurar justificar o meu esquecimento e
distração em vez de parar de alimentar esta bola de neve e de facto olhar para
o ponto que já se tem repetido e perdoar os pensamentos que desencadearam a
ação (ou a não ação).
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desejar mostrar
que tenho tudo em ordem em vez de realmente garantir que está tudo em ordem
para o projecto funcionar.
Eu apercebo-me que este é um pensamento/padrão mental
que justifica o mundo em que vivemos em tudo demora imenso tempo a aperfeiçoar-se
e no qual eu me tenho permitido repetir os padrões de remedeio e de esperança
que me prendem à mente, em vez de eu me permitir tornar assertiva naquilo que
eu quero criar e com vontade própria me dedicar à minha ação.
Quando e assim que
eu me vejo a saltar para a imagem de sucesso/falhanço em relação a um projecto,
eu páro e respiro. Eu apercebo-me que a imaginação pode ser traiçoeira pela
sensação de conforto que traz, quando na realidade SEREI SEMPRE EU A DEDICAR-ME
E A CRIAR A MINHA REALIDADE. Por isso, eu comprometo-me a tomar
responsabilidade por mim, pelos meus projectos e andar cada passo
completamente, de modo a que o projecto/aquilo que eu faço e digo seja
consistente.
Tal como quando se
constrói uma casa, é posto cada tijolo lado a lado, sem espaços vazios
esquecidos pelo meio, visto que isso irá comprometer toda a construção.
Quando e assim que
eu me vejo a acomodar à ideia que ainda tenho tempo para o projecto eu páro e
respiro. EU apercebo-me que esta separação temporal é uma limitação! Vejo então
que não é uma questão de ter tempo para o projecto, mas sim de dar tempo a mim
própria para o projecto. Eu apercebo-me que eu subestimo o tempo que eu levo a
fazer as coisas com base na ideia do tempo que as coisas levam, sem primeiro
testar e usar o meu exemplo, não o dos outros.
Quando e assim que eu me vejo a
participar na manipulação da minha mudança com a ideia do tempo que as coisas
levam, eu páro e respiro.
Quando e assim que
eu me vejo a usar como exemplo experiências que não foram um exemplo, eu páro e
respiro. Eu apercebo-me que,
ao continuar a alimentar as memórias de experiências passadas, estou à partida
a contaminar a minha capacidade de me recriar a cada momento.
Logo, quando e
assim que eu me vejo a lembrar um caso passado em que eu não fui totalmente responsável
na minha das tarefas, eu páro essa memória e não me deixo controlar pelo
passado. Em vez disso, eu escrevo sobre a experiência passada; eu escrevo os
medos associados; eu escrevo as emoções e eu escrevo as realizações e a minha
auto-correção. Só assim é uma correção honesta e viável.
Eu apercebo-me que é
essencial perceber de onde é que o primeiro pensamento veio pois foi é
com base nesse pensamento que acabo por espalhar tijolos, em vez de colocar
cada tijolo consistentemente.
Quando e assim que
eu me vejo participar na polaridade estabilidade agora e stress na hora, eu
páro e respiro. Eu realizo que a minha criação não existe no futuro mas existe
AQUI, ou seja, em senso comum a minha criação só será perfeita se o meu
presente for caminhado na perfeição, a cada respiração, a cada passo, a cada
análise, a trabalhar os pontos que surgem, os medos que surgem, a dedicar-me a
ser Activa em relação aos padrões que surgem mesmo aqui em mim para eu os ver e
trabalhar neles. Tal como eu estou a escrever agora.
Confesso que antes
de ter começado a escrever sobre este ponto, estava ter resistência para
começar a escrever. Na minha mente estava registada a ideia "não tenho
nada para escrever", quando em honestidade própria, ao começar a escrever,
o padrão começou a ficar claro. Com base no evento que se passou durante o dia
(que já havia começado no principio da semana), acabo por dar a resposta a mim
própria sobre como lidar com a mente de modo criar-me aqui pelo o melhor de mim
e das coisas que eu faço. Apercebo-me também que permitir repetir os mesmos
padrões da mente é um abuso próprio. Eu comprometo-me a aplicar a minha
honestidade e respeito próprio para parar de recriar as mesmas consequências de
auto-destruição e de insegurança-própria. Eu dedico-me a viver o perdão
próprio e a auto-correção na minha criação. Eu páro a mente para viver no
físico. Eu páro a imagem perfeita da imaginação parar criar a ação na
perfeição. Eu aperfeiçoo-me no presente a cada momento para criar uma VIDA que
seja o melhor parar mim e para todos.
Re-escrevendo quem
eu sou...