DIA 78: Deixo para amanhã...
A noite
passada lembro-me de dizer exactamente o mesmo. Cheguei ao ponto de imaginar
levantar-me mais cedo e escrever de manhã, tomar o pequeno almoço com calma e
ainda ver um episódio da série pela manhã. Para quem tem o mesmo padrão, já
deve ter percebido o que é que realmente aconteceu: adormeci e acordei depois
da hora a que eu me tenha proposto levantar.
Entao de
onde é que a minha imaginação veio, se tal imagem nunca aconteceu? Como é que
eu confio numa imagem sobre a qual não há qualquer traço de realidade?
Apercebo-me
que tem sempre dependido de mim - deixar algo para ser feito depois é fazer
promessas no vazio. Pensar que alguém vai faze-lo por mim é uma ilusão. Nenhum
destes confortos é real.
Porque é que
eu não faço aquilo que é preciso fazer neste momento em que eu sei é possível?
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido querer acreditar numa promessa da mente baseada
em imagens que nunca aconteceram e que existem por mera ilusão.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido entreter-me até agora com as ilusões da mente, em
vez de me direcionar sobre aquilo que eu sou responsável por (como por exemplo
o meu blog/processo de escrita diária.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido deixar que o pensamento de procrastinação e
justificações da mente se desenrrolem na mente.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido parar a procrastinação no momento em que a
hipótese de "fazer no dia seguinte" surge.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar na resistência e a preguiça para tomar
direção por mim . Eu apercebo-me que se trata de auto-sabotagem e que, ao parar
e respirar, eu sou capaz de decidir por mim e ver que escrever diáriamente é um
suprte fundamental.
Em
responsabilidade própria eu verifico que esta dedicação é estabelecida todos os
dias, logo, não há excepção à escrita diária;
Quando e
assim que eu me vejo a abrir alternativas àquilo que eu estou a fazer agora, eu
páro e respiro. Em honestidade própria eu vejo que estas ideias são baseadas em
resistência a escrever e em parar a mente.
Quando e
assim que eu me vejo a justificar a minha procrastinação e a projectar aquilo
que eu quero fazer agora num futuro que
só existe na mente, eu páro a imaginação e respiro. Eu realizo que é nesta
realidade que eu tenho o poder de dar direção a mim própria e estabelecer a
minha mudança pessoal na minha participação aqui.
Eu
apercebo-me que imaginar as coisas NÃO é sinónimo de fazer as coisas. Eu
comprometo-me a recriar a minha confiança própria passo a passo, a cada exemplo
que crio/sou para mim mesma; eu dedico-me a parar de imaginar hipóteses que não
estão aqui e dedico-me a fazer aquilo que eu posso fazer aqui, tal como
escrever este blog esta noite.