DIA 80: Os ciúmes são um estado barbárico das relações humanas
O perdão-próprio que se segue foi baseado num sonho. Ou seja, uma situação que não foi real mas que existe suprimida na mente e que é provavelmente comum a outras mulheres.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido controlar a minha realidade baseada em medo de
ser trocada por outra rapariga e desconsiderar a estabilidade que eu acordei
criar em mim e na minha relação com o meu parceiro.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido ver que estou a projectar o padrão de
desconfiança própria na minha relação com os outros.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido comparar-me com raparigas mais novas e pensar que
elas são potenciais candidatas ao meu lugar. Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido definir-me como a namorada de X, em vez de
realizar que eu sou um indivíduo e o meu parceiro é outro indivíduo, 1+1 e que a ideia
de pertença não é mais do que uma ideia.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido pensar que todas as raparigas estão interessadas
no meu parceiro e portanto criar a ideia que as raparigas estão contra mim (competição
do ego/mente).
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido ser influenciada pela situação de ver uma
rapariga a falar com o meu parceiro, em vez de me manter estável incondicionalmente,
sem ideias nem projecções. Eu dou estabilidade a mim própria e a minha
estabilidade não está dependente de ninguém - Eu respiro por mim.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido participar no medo de perder X como meu
parceiro. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que sou
mais/superior com X ao meu lado.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que preciso de convencer X para
estar comigo, em vez de realizar que cada um de nós toma a decisão de estar um
com o outro em mútuo apoio e que eu sou apenas responsável pela minha decisão.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que estou mais confiante se o meu
parceiro me disser que não aconteceu nada ou que eu sou a "única". Eu
apercebo-me que é irrelevante o que o outros/outros dizem porque em honestidade
própria, eu sei que fui em quem permiti e aceitei o pensamento/medos/ideias/desconfiança, por
isso são estes os pontos que eu tenho de resolver em mim.
Eu
comprometo-me a criar a minha estabilidade em mim, em confiança própria, ciente
que o meu processo de vida apenas depende de mim.
Quando e
assim que eu imagino uma rapariga a atirar-se ao meu parceiro, eu páro e
respiro. Eu comprometo-me a parar as ideias/imagens de ser "trocada"
por outra rapariga - estas imagens foram criadas por mim e não são reais (estão
na mente). Em senso comum eu vejo que estas imagens representam os meus pensamentos e medos,
sendo que os outros são um espelho do que vai dentro de mim. Logo, a única
coisa que eu posso fazer para me ajudar é tornar-me ciente dos meus medos e
trabalhar os pontos que eu tenho de resolver em mim. Eu apercebo-me que este
padrão não tem nada a ver com os outros!
Eu
comprometo-me a parar de sabotar a relação que tenho comigo própria e dedico-me
a estar aqui, em auto-aperfeiçoamento.
Eu apercebo-me que este medo de ser
trocada é uma limitação à minha expressão incondicional aqui. Cada um de nós
existe individualmente. A própria ideia de ser "trocada" é uma ilusão
pois enquanto parceira de outra pessoa, cada um de nós continua a andar
sozinho, apenas lado a lado. Idealmente, toda a humanidade deveria andar lado a
lado. Logo, eu apercebo-me que eu estou a criar separação em relação a outras
raparigas em vez de apoiarmo-nos mutuamente.
Quando e
assim que eu me vejo a comparar-me com raparigas mais novas e pensar que elas
são capazes de se atirarem ao meu parceiro, eu páro e respiro. Eu apercebo-me
que a ideia que "elas são capazes de se atirarem ao meu parceiro" é
um espelho daquilo que eu seria capaz de fazer em relação a outra pessoa -
logo, eu comprometo-me a parar a ideia que as pessoas são conquistáveis.
Eu apercebo-me que no meio disto tudo é a mim que eu me estou a prejudicar com
ideias, desejos e com a crença que a outra pessoa me completa.
Eu dedico-me
a ser completa em mim e por mim, sem desejos de pertença nem conforto em relação ao meu parceiro nem a outras pessoas.
Quando e
assim que eu me vejo a participar no pensamento que preciso do meu parceiro a
meu lado para eu estar bem/ter um lugar na sociedade, eu páro e respiro. Eu
apercebo-me que esta dependência foi aceite por mim e que não é o melhor
para mim, nem para os outros. Por isso eu mudo.
Eu
comprometo-me a estar um e igual com o meu parceiro, como quem nós realmente
somos. Eu não me permito comparar as nossas profissões nem sucessos - cada um
vale por si e isso é o que é real. Eu apercebo-me que partilhar o processo de
vida com outra pessoa é apenas uma plataforma de honestidade própria para eu me
aperceber dos pontos que eu tenho de enfrentar em mim e resolver em mim. Eu
dedico-me a ver estes padrões da mente (como o dos ciúmes) para me conhecer
como aquilo que eu tenho permitido ser até agora e ver aquilo que há a mudar.
Só assim sou capaz de perceber a origem das minhas acções, perdoar-me pelo
abuso e desconsideração que tenho tido pela minha existência ao disTRAIR-ME na
mente. Eu dedico-me a mudar a minha presença para uma melhor versão de mim
própria e faço-o por mim e para mim, que consequentemente irá mudar a minha
relação com os outros.