DIA 224: Bloqueio para Estudar ou Trabalhar? Aprende a identificar os teus medos
Se é por mim que eu ando este processo, também é por mim que eu me
desleixo no meu processo. Ou seja, de cada vez que eu me desrespeito em
pensamentos, palavras ou ações, é a mim que eu me estou a prejudicar e que
estou a atrasar/adiar a minha Vida.
Nestes últimos dias tornei-me ciente de um ponto enraizado em mim há
demasiado tempo e, por nunca me ter decido parar o padrão, acabo por participar
nele automaticamente - refiro-me à procrastinação baseada no medo de falhar/ego/ideia que eu quero passar aos outros/desejo de ser perfeita sem realmente FAZER por isso na prática.
Reparo então que ultimamente tenho tido como ponto de partida o medo de
não conseguir acabar um trabalho - mas em vez de enfrentar o medo e pará-lo,
acabei por vivê-lo. Como? Ao adiar o momento em que começo o trabalho, ao
imaginar o momento em que finalizo o trabalho e supostamente "está tudo
bem".
A minha pergunta de hoje é: Porque é que eu participo nesta preocupação
e crio este papão na minha mente? Quanto
mais resisto fazer este trabalho, maior me parece, porque existem camadas de
medo, camadas de expectativas, camadas de ideias, camadas de comparações - tudo
isto são camadas de energia mental que me prende na realidade. Por isso há
também uma petrificação física em que me "sinto" bloqueada e não
consigo fazer mais nada do que pensar no trabalho.
Curiosamente, quando me dedico de facto a ler e a escrever para o
trabalho, dou por mim a pensar "Afinal não é assim tão difícil". No
entanto, aquilo que eu também não estava a ver é que esta é também uma ideia,
desta vez baseada na outra polaridade --- positiva. Ou seja, ao pensar que
"afinal aquilo que eu criei como um papão não é assim tão grande"
estou a fazê-lo sem qualquer indicação real porque o trabalho ainda não está
feito. Apercebo-me que era um a ideia mental e que é importante estar ciente do
exagero mental, no entanto, qualquer emoção positiva ou até mesmo motivação que
possa surgir (como por exemplo imaginar o momento em que acabei o trabalho e há
satisfação e alívio) também não é real. Pode depois haver tendência para criar
desapontamento pessoal quando a imagem de facilitismo na mente não acontece,
porque afinal a imagem de fast-success também não é real!
A sensação de não ser "tão
difícil" é somente baseada na realização que os meus pensamentos de
derrota inicias eram escusados, mas não implica que esteja a haver uma mudança
prática. A mudança prática ocorre quando
eu realizo que nem os pensamentos negativos nem os positivos são reais, e ponho
em prática a realização que o trabalho é feito e escrito aqui, não na mente. Da mesma maneira que temer um certo evento
(por exemplo um exame da faculdade ou uma reunião no emprego) não faz sentido
porque a única coisa que tememos é o cenário que criámos na nossa própria mente
e que acreditamos que é isso que vai acontecer.
E por isso a única solução é criar o meu trabalho aqui e agora, fazer o
melhor de mim e estar disposta e aberta a aperfeiçoar-me.
Para sumarizar, os pontos que eu realizei nesta altura da minha vida
são:
- A resistência que eu tenho para fazer alguma coisa baseia-se no medo de falhar
- Na minha mente eu facilmente salto da ideia inicial para a imagem do resultado final, sem ver que estou a desprezar por completo o empenho físico real e o tempo real que irá levar a completar a minha ação
- A imagem do trabalho completo não é real e é um desgaste mental estar a tentar corresponder à imagem da mente
- A preocupação inicial de não conseguir acabar o trabalho é uma distração e uma crença, porque na realidade ainda nem sequer comecei
- Quando eu começo e dou por mim a pensar que afinal não é assim tão fácil, eu estou a criar a outra polaridade na minha mente com base na esperança de conseguir terminar o trabalho, e portanto esta motivação também não real
- Quando estou a fazer o trabalho, não é necessário fazer "cross referencing" com a mente: basta confiar naquilo que está feito aqui no físico e continuar a progredir e a auto-aperfeiçoar aquilo que estou a fazer
- A ideia que eu criei de mim própria é baseada em falta de confiança-própria e é uma espécie de suicídio mental, porque tenho tendência para desistir de mim e portanto resistir ao processo de mudar quem eu sou e como eu ajo comigo própria
- Apercebo-me que a única maneira de ultrapassar a resistência é ao não participar na resistência na prática e a começar a fazer o trabalho na prática, passo a passo, em auto-criatividade, auto-descobrimento e expansão pessoal.
Na ilustração, eu vejo também uma pessoa cuja mente está aparentemente iluminada de ideias, mas parada, em modo de observação e a ver a vida a passar ao lado...
Por: Andrew Gable http://www.facebook.com/andrewgableartist