DIA 100: "Já é tarde, escrevo amanhã" - Adiar a Vida que Sou Aqui
Desde que
cheguei a Portugal tenho escrito muito menos, como se toda a mudança de
ambientes se tivesse tornado num entretenimento. Apercebo-me que em Londres
criei uma disciplina de escrita em mim própria que ainda não é real visto que
está ainda dependente do local onde eu me encontro - será que estou
desencontrada com a Vida? A verdade é que a minha existência em honestidade
própria não está dependente do local onde eu estou fisicamente, mas de onde a
minha mente está. Isto significa que tenho um novo ponto a trabalhar: criar uma
disciplina de escrita incondicional.
A
justificação "já é tarde, escrevo amanhã" ou "não vou ter tempo
para escrever porque tenho de fazer isto e aquilo" é uma resistência a
mudar. É primeiramente uma resistência a dedicar-me a mim própria e a desenvolver o meu potencial de Vida - é um vício da mente deixar as coisas passarem como se a Vida/Eu fosse irrelevante. Interessante que eu ainda não me tinha apercebido desta resistência! Ou
seja, resistência a mudar o meu dia-a-dia enquanto estou em Portugal, ou
enquanto estou de férias, ou quando estou com a família. Ao escrever isto
apercebo-me que tem a ver com a minha falta de direção e com as ideias que eu
criei sobre como as coisas são, aparentemente condicionadas pelo local/memórias
onde eu estou.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido entrar em modo automático enquanto eu estou em
Portugal, em vez de me aperceber da oportunidade que eu tenho aqui em realizar
padrões e em resolver ponto em mim que mais cedo ou mais tarde têm de ser
resolvidos em mim.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido sentir-me confortável quando justifico a
desonestidade própria, em vez de perceber que este conforto é uma energia da
mente e que por experiência própria é um conforto ilusório pois no dia seguinte
irá recriar ansiedade em mim quando me apercebo que acabei por não escrever
outra vez.
Eu perdoo-me
por me ter aceite permitido excluir a escrita do meu dia-a-dia quando planeio o
meu dia, quando em honestidade própria em apercebo-me que cada momento da minha
Vida aqui é um momento de realização e de correcção.
Quando e
assim que eu me vejo a pensar/imaginar como as coisas vão ser de acordo com
memórias de situações semelhantes enquanto eu estou de férias ou em casa em
Portugal, eu páro, respiro e dou-me direção física para escrever. Ou seja, eu
dedico-me a criar uma nova realidade para mim no local onde eu estou e a parar
a resistência a escrever.
Quando e
assim que eu me vejo a justificar a falta de vontade de escrever com o
pensamento "já é tarde, escrevo amanhã", eu páro e respiro. Eu
apercebo-me que esta frase é uma decepção porque há quatro dias que digo o
mesmo e que não resulta! Eu apercebo-me que em vez de querer enganar-me a mim
própria, eu comprometo-me a encontrar uma solução física para escrever no dia
seguinte, ou seja, a viver a decisão de realmente escrever no dia seguinte ao
acordar 30min mais cedo, ou a comunicar com os meus amigos/familiares a minha
vontade em escrever e que por isso os nossos planos têm de incluir isso, assim
como eu incluo as refeições ou outras acções que me dão estabilidade física.
Eu
comprometo-me a criar a minha própria estabilidade física ao criar as condições
para eu escrever no meu dia-a-dia, independentemente de onde eu estou e com
quem eu estou, porque sou sempre EU AQUI, um e igual com as minhas
experiências. Apercebo-me que cada momento/experiência é um espelho de quem eu
me tornei e que em honestidade própria dou direção a mim própria na minha
recriação como Vida - aquilo que é melhor para mim e para os outros.
Eu já sei
existir como mente - agora estou a aprender a existir como Vida.