DIA 36 - Vida dupla?
Porque é que
tenho esta ideia de vida dupla quando sou eu que participo em todas as minhas
acções?
O que é uma
vida em unidade? Será que a ideia daquilo que é "a vida que quero para
mim" não é um julgamento que limita
e invalida qualquer caminho que eu tome fora da tal ideia?
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido ver que eu sou responsável por todas as
minhas acções e logo não é possível haver uma vida dupla, uma vez que sou
sempre eu a participar na ação.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido ter medo que as pessoas saibam de coisas que eu
considero segredos na minha vida - eu realizo
que são somente acções que eu não considerei serem parte da "vida
ideal" e portanto julgo ter falhado - realizo que a ideia não é real e que
não tenho escolha senão abraçar tudo o que fiz no passado e garantir que tomo
total responsabilidade a partir de agora, sem me limitar a ideias que criei de
mim própria e que a sociedade à minha volta aprova ou desaprova.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido estar
limitada às ideias e julgamentos de um dado momento da sociedade onde eu
existo. Eu apercebo-me que a sociedade é baseada naquilo que eu permito e
aceito em mim mesmo - logo, a sociedade existe em julgamento próprio e dos
outros porque EU me permito existir em julgamento próprio e dos outros.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido participar na vida dupla da mente, ou seja, nos
julgamentos que eu acredito que os outros têm de mim (que eu tenho de mim
própria) e portanto "viver" condicionada pelo medo da rejeição e
esforçar-me por pintar uma ideia de mim própria de perfeição que é baseada
naquilo que eu penso ser aceitável aos outros/à sociedade. Eu realizo que os
julgamentos iniciais e aos quais eu me habituei a existir como tal não são
reais - são julgamentos sem qualquer senso comum nem respeito pela minha vida.
Realizo também que os julgamentos criam separação nesta realidade física e que
têm condicionado a minha expansão em mim própria e a minha expansão em relações
com os outros.
Eu realizo
que tenho criado a minha própria prisão na minha mente baseada em julgamentos
que condicionam a minha presença (na mente em vez de existir na totalidade
neste mundo). Agora, ao ver-me em honestidade própria, eu comprometo-me a parar
os julgamentos ao parar e ao respirar sempre que um julgamento palpita na minha
mente.
Eu
comprometo-me a tomar decisões em senso comum em vez de me condicionar por
memórias e experiências do passado (baseadas sempre na ideia de mim própria e
nos julgamentos que eu aceitei e permiti definir-me como).