DIA 29 - Fazer as coisas parecerem melhor do que aquilo que são
Apercebo-me
que tenho jeito em pintar as coisas melhor do que aquilo que realmente são. De
onde é que esta pressão de "fazer parecer" vem? Porquê limitar-me em
querer parecer em vez de REALMENTE SER E VIVER ISSO? Apercebo-me que as minhas
relações são baseadas em querer manter um castelo feito de areia e também que
vejo que não vale a pena - quanto mais eu alimento estas ideias de perfeição
mais distante estou daquilo que é real. No lugar de acumular raiva dentro de
mim, eu perdoo-me. Perdoo-me pelas ideias de perfeição criadas e alimentadas
por mim. Eu sou a única responsável pelas ideias criadas por mim em mim.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikZ2Y3gvn7lY0retlrY99Qg08aI_nWiQYuyaZFVPw23alYLybdBb-rNLv-wbPvHfphJtLF9T5EZt7zAuqp7sMzKRYpGnNreQ2gE14p1bHza53Z-UO07zdqs3HM61Wx46qj6g-JPgQPOpI/s400/creation-to-last.jpg)
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido querer passar a ideia que não há problemas em
minha casa quando na realidade eu apercebo-me que os problemas deste mundo
começam todos nas nossas próprias casas.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido refugiar-me em entretenimento de modo a não ter
de me focar nos problemas que eu vejo tão perto de mim e em mim.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido ter raiva em mim quando eu vejo que as pessoas
não estão a contribuir para a minha ideia de um mundo ideal. Eu realizo que
este é um processo e que a mudança vai levar o mesmo tempo que se levou a criar
o problema.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido comparar a minha situação com a situação das
outras pessoas, com o objectivo de me zangar com os outros ou zangar comigo
própria, e portanto alimentar a aparente separação entre a minha vida e as dos
outros. Eu comprometo-me a parar a atitude de julgamento/auto-julgamento pois
só assim eu consigo ver as situações em senso comum e só em senso comum sou
capaz de ser honesta comigo própria e projectar honestidade própria nas minhas
relações com as outras pessoas.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido ver os outros com base em comparar o que eles
fazem com aquilo que eu faço, e a partir daqui julgá-los mais ou menos de que
eu. Eu perdoo-me por nunca me ter aceite e permitido ver-me um e igual com as
pessoas à minha volta, sendo que somos todos seres em processo de nos
realizarmos enquanto vida, que por enquanto traduz-se em todos estarmos
igualmente a sobreviver nesta terra.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acumular expectativas e esperanças sobre os meus
parceiros, quando na verdade todas as esperanças e expectativas são projecções
minhas sobre um futuro que eu idealizei para mim mas que não é real. Eu
comprometo-me a existir aqui e a re-desenhar as minhas relações sem
expectativas nem esperanças, de modo a que eu me conheça e me permita conhecer
os outros - só assim sou capaz de ver os meus padrões e os padrões dos outros
de modo a que cada um de nós se auto-ajude.
Quando e
assim que eu me vejo a distrair com conversas da mente sobre o que os outros
fazem, eu páro e respiro. Eu realizo que este processo é sobre a minha Vida e
que é nos meus padrões que eu tenho de me focar para finalmente VER quem eu me
tornei e a mim própria dar direcção para transcender os padrões e limitações.
Eu sou a única capaz de me mudar. Eu sou a minha garantia que sou capaz de
mudar para a melhor versão de mim própria igual à Vida que existe.
Quando e
assim que eu me vejo a comparar o que eu faço àquilo que o João faz e a
comparar o que o João não faz àquilo que eu faço, eu páro e respiro. Eu páro a
competição que há dentro de mim e que é projectada no Joao. Eu realizo que este
processo não é uma corrida e que a mudança vai levar o tempo que levámos a
tornarmo-nos quem somos. Eu realizo que as ideias que eu penso que os outros
têm de mim são um reflexo da conversa que existe na minha mente - os outros
está cada um entretido também com a sua própria conversa na mente. Ao parar de
participar na conversa da minha mente vou ser capaz de me ver quem eu sou
enquanto respiração, e ver o outro como ele é, sem julgamentos nem ideias que
nos separam de estar aqui no físico. Assim comprometo-me a mudar no físico para
criar acções e decisões que sejam o melhor para todos.
Quando e
assim que eu me vejo definir as pessoas por aquilo que fazem/que não fazem, eu
páro e respiro. Eu apercebo-me que é assim que eu funciono - ou seja, que eu me
tenho definido por aquilo que eu faço sem decidir primeiro quem eu Sou. Logo,
quando e assim que eu me vejo definir por aquilo que eu faço, eu páro e
respiro. Eu comprometo-me a estar focada no meu processo de honestidade própria
em tudo o que eu faço, sem com isso me definir ou limitar, mas simplesmente SER
em tudo o que eu faço.
Quando e
assim que eu me vejo apressar a conversa e a distrair-me com planos do futuro
em momentos em que a conversa está mais pesada, eu páro e respiro. Eu realizo
que eu automaticamente procuro evitar ver a complexidade das coisas, por pensar
que é demasiado para mim. Assim, eu comprometo-me a de facto ser específica
nas conversas e nos pontos que eu estou a tratar de modo a não haver quaisquer
pontos escondidos de mim própria. Quando
e assim que eu me vejo a querer cobrir a conversa com frases de motivação, eu
páro e respiro. Eu realizo que não estou a ajudar as outras pessoas a olharem
parar a situação com a dedicação que a Vida requer, logo, a motivação e
aparente facilidade em resolver o problema é uma ilusão que não vale a pena
alimentar. Ao ser honesta comigo própria eu estou ciente da dedicação que será
necessária para me auto-corrigir. Eu comprometo-me a ver as coisas como elas
estão aqui manifestadas, sem querer impingir as minhas ideias de perfeição tias
como a relação perfeita com um homem; a relação perfeita com os pais; a casa
perfeita, o trabalho perfeito, o estilo de vida perfeito. Todas estas ideias e
imaginação foram pre-feitas, logo não são de confiar porque não estão aqui a
ser criadas no momento.
Quando e
assim que eu me vejo a exagerar a descrição das minhas relações e experiências
de modo a passar uma ideia que eu quero que os outros tenham de mim. Em vez
disso, eu dedico-me a tornar-me/dar-me a estabilidade e a avançar no meu
processo. Assim serei capaz de criar estabilidade à minha volta e
aperfeiçoar-me.
Logo, eu
dedico-me a criar a perfeição, sendo o melhor de mim e o melhor para todos, no
momento e nesta realidade, olhando para as necessidades reais do momento e a
melhor maneira de eu intervir; sem estar limitadas pelas imagens de perfeição
que só existem na mente e que não têm resultado até agora. Eu confio em mim no
momento para criar o melhor de mim e a participar um e igual com os outros, sem
exageros, sem auto-julgamentos, sem julgamentos dos outros, sem imagens, sem
ideias que eu penso que os outros têm, nem comparações, nem querer parecer nem
mais nem menos do que a minha criação. Eu realizo que o parecer tem a ver com algo que parece ser, mas que não o é. Por
isso eu dedico-me a Ser a mudança que quero Criar e Ver em mim/à minha volta.
Não vale a
pena enganar-me a mim própria. A real-idade é aqui e agora. Eu igual a Vida sou
aqui e agora. O João igual a Vida é aqui e agora. Tudo o resto são ideias do
passado e futuro.