DIA 24 - Educada pelo medo
A maioria
dos pais não está ciente das consequências de se educar os filhos com medo. Eu
sou filha do medo e, desde que eu me lembro, o medo tem sido uma
"companhia". Basta ver a letra da música que me cantavam no banho
para eu perceber claramente de onde é que o medo passou a ser aceite por mim
como normal, especialmente o medo de cair e de me magoar. Nunca ninguém me
disse que TER MEDO NÃO É NORMAL...
Pais deste
mundo: párem de aceitar e permitir que os medos das vossas mentes contaminem as
novas gerações. Uma criança educada pelo medo será um adulto com medo - e por
muito que se procure esconder este padrão, o medo irá manifestar-se na
necessidade de controlar os outros e manipular os outros somente para manter o
"forte" intocável - porque em honestidade própria, cada um sabe que
toda a sua vida tem sido fundada pelo medo; em honestidade própria cada um vê
os seus próprios medos e percebe que isso não é viver;
apercebemo-nos que o medo não é o melhor para si próprio nem para os outros à
sua volta. Depois de escrever o perdão
próprio apercebi-me que nada de construtivo provém do medo e que uma educação
pelo medo não é de facto uma educação - é tirar a expressão de Vida que existia
à nascença...
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que ter medo é normal só porque fui
educada com medo em casa, na escola e na catequese.
Eu perdoo-me
por nunca me ter aceite e permitido questionar a origem e esta aceitação do
medo. Em honestidade própria apercebo-me que o medo me tem limitado nas minhas
decisões e a minha expressividade.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que o ser humano precisa de medo para
não cometer erros, quando na verdade todos os erros são baseados no medo da perda, no medo de não
se ser superior, no medo dos julgamentos dos outros, no medo de deus, no medo
de se ser punido, no medo de ver que estamos sozinhos e no medo do futuro.
Apercebo-me que ao se estar no medo da mente, não se está aqui e portanto não
se considera nem respeita a Vida aqui.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido
ver que se eu não parar o medo em mim, eu irei projectar o medo nas próximas
gerações e permitir que este mundo continue sob a limitação do medo e da
sobrevivência/separação entre os seres humanos e a natureza. Eu realizo que é
da minha responsabilidade tornar-me ciente dos meus medos, aplicar o perdão
próprio e auto-corrigir-me de modo a que as minhas acções reflictam
auto-confiança, senso comum e decisões que considerem o melhor para todos.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido tomar decisões baseadas em medo (dos outros e do
futuro), sem me aperceber que tal aceitação é estar de facto a comprometer a
minha vida visto que eu estou a condicionar a minha própria criação e direção e
a manter um ciclo de petrificação e auto-limitação. Eu apercebo-me que até
agora qualquer sensação de conforto é de facto uma ilusão pois é baseada no
medo que alguma coisa vai interromper essa sensação de conforto. Eu
comprometo-me a estar ciente de mim e a investigar as minhas memórias para ver
de onde é que a auto-sabotagem vem.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido ver que o medo educada às crianças é uma
forma de controlo para garantir que esta sociedade se mantenha sob o silêncio
do medo e o aparente conforto da sobrevivência, quando por dentro existe raiva, desespero e ignorância. Eu
apercebo-me que o medo na idade adulta é baseado nas supressões vividas na
infância e nas ideias que eu criei sobre mim e sobre os outros. Portanto, eu
comprometo-me a perdoar cada memória, cada auto-definição, cada associação e
cada ideia que eu criei baseada em medo da morte.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido pensar no medo como se fosse uma coisa real. O
medo da mente não é real e é da minha responsabilidade não permitir que a minha
ação seja baseada em medo, porque isso é auto-destruição.
Eu apercebo-me que ainda não estou ciente da extensão do medo e da
consequência de tal influência em quem eu sou. Portanto, eu dedico-me a este
processo de ver quem de facto eu me tornei e trabalhar cada medo de modo a
transcender as limitações que eu permiti acumular em mim e acreditei serem eu!
Eu
comprometo-me a tomar decisões e ações baseadas em mim enquanto estabilidade
física e naquilo que é o melhor para mim. Eu comprometo-me a parar as imagens
de medo que são auto-sabotagem e não são nunca o melhor para mim/para o mundo à
minha volta.
Eu
comprometo-me a parar o medo de me magoar que até agora só tem tido o efeito de
me magoar, pois foi preciso ver o medo manifestado para ver o medo que aceitei
criar em pensamentos e ações. Eu vejo que o meu passado me mostra as
consequências do medo e que tenho eu agora de garantir que páro a sério, antes
que o eu-medo me pare a mim eu -vida.
Quando e
assim que eu me vejo a imaginar-me a cair, eu páro e respiro. Eu foco-me na
minha presença e na minha respiração para que a minha ação seja fundada na
estabilidade da minha respiração e corpo - isto é o meu ponto de partida em
honestidade própria. Realizo que o medo de cair foi-me incutido pelas gerações
antes de mim mas é agora a minha responsabilidade de parar tal contágio e
garantir que não mantenho a experiência de medo na Terra.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido ver e perceber que a razão pela qual a
religião se manteve neste mundo e me foi ensinada tem que ver com o medo aceite
e permitido na mente dos seres humanos ao longo de toda a existência. Eu
apercebo-me que a única razão para ter ido para a catequese foi o medo que os
adultos tinham e que queriam garantir que eu estava "protegida", em
vez de cada um se aperceber que este mundo apenas não é seguro devido à
separação, desigualdade e desconfiança aceite que nós aceitámos entre nós,
seres humanos.
Quando e
assim que eu me vejo a culpar os meus pais/educadores pelos medos que me foram
transmitidos, eu páro e respiro. Eu realizo que eu sou a conitnuação da
existência e que a culpa é irrelevante e não tem qualquer efeito. Eu sou os
meus pais/educadores. Em responsabilidade própria é possível inverter a
tendência de auto-destruição que tem moldado o mundo/a nossa ação até agora. Eu
realizo que só ao parar o padrão de medo em mim/nas minhas ações será possível
eu participar na criação de um mundo melhor para todos onde a experiência nesta
Terra será a Vida na sua plenitude e expressão máxima.
Eu
comprometo-me a parar os medos que eu me tornei e para isso eu perdoo cada
imagem, cada pensamento e cada ação baseadas em medo. Eu recrio-me sem medo,
portanto eu crio-me como Vida e expressão de vida.
Eu
comprometo-me a parar a sensação de medo e, quando e assim que eu entro num
estado de medo (sensação no solar plexus ou petrificação) eu respiro até eu
estabilizar. Apercebo-me que ter medo é um hábito que será parado ao longo do
tempo mas que não será de um dia para o outro; eu vivo a decisão de existir a
cada respiração e a auto-recriar-me sem medo.
Neste
processo de auto-recriação só a Vida (eu igual a vida) permanece, porque só a
Vida é real!