DIA 241: A Paranóia da Comparação
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Este é um daqueles padrões que se manifesta em vários momentos do meu dia-a-dia, sem contar com as vezes inconscientes em que ocorre já sem eu dar por isso. Por agora, vou escrever sobre aspectos dos quais eu estou ciente quando o mecanismo da comparação se manifesta nos meus pensamentos e, ao tirar estas camadas, muito provavelmente irei abrir novas realizações em mim.
Uma das memórias que eu associo ao padrão da comparação está
relacionada com a escolha da carreira profissional - ouvia alguém falar de uma
profissão e imediatamente havia um mecanismo de comparação entre mim e essa
pessoa, de acordo com o valor que eu dava à suposta posição do outro. Na altura
achava que era capaz de ser e fazer tudo - e
porque não? No entanto, apercebo-me que essas comparações não foram
baseadas numa decisão em honestidade própria, por mim, em senso comum e
completa dedicação e muitas dessas potenciais decisões nunca foram vividas ou
testadas para eu saber se de facto era isso que eu queria ser e fazer.
Apercebo-me agora que as comparações funcionam com a imagem que o outro
representa para mim (ser uma pessoa confiante, uma pessoa desinteressante, uma
pessoa perspicaz, uma pessoa agressiva, ...) e associo esses traços pessoais à profissão
e crio juízos de valor acerca da profissão. A partir destes juízos de valor, a
minha mente entra no rodopio da comparação comigo própria, numa luta entre os
meus próprios julgamentos e os julgamentos que eu criei dos outros. Afinal de
contas, enquanto escrevo sobre este exemplo, apercebo-me que a
"profissão" é apenas uma capa que sobre o padrão da comparação e, por
sua vez, o padrão da comparação cobre os auto-julgamentos sobre aquilo que eu
penso faltar em mim. Ao estar ciente deste conflito interno que eu criei em
mim, posso então olhar para os seguintes pontos:
- O que é que eu admiro no outro que julgo não estar a dar a mim própria?
- Como é que eu posso verdadeiramente aprender com o outro, em humildade e honestidade própria, sem o ego que querer ser mais do que o outro?
- Porque é que eu uso o padrão de comparação para deliberadamente julgar aquilo que eu faço e sou como sendo inferior ou superior à outra pessoa?
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido viver o padrão da comparação
em pensamentos, palavras e ações, sem nunca tirar esta capa da comparação para
ver o que é que podia aprender com o outro e desenvolver em mim que de outra
maneira não tinha tido acesso/conhecimento.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido distrair-me com a ideia do
"saber", a ideia de acumular informação sobre determinado tópico e o
desejo de ficar uma "expert" em determinado campo, em vez de
realmente aplicar o conhecimento e a informação que eu tenha ou possa vir a ter
para coisas práticas que me ajudem a aperfeiçoar as minha ações e ultimamente
ajudem este mundo a funcionar melhor.
Quando e assim que eu me vejo a participar no padrão das comparação em
relação a algo que a outra pessoa tenha feito, eu páro e respiro. Eu
questiono-me sobre o que é que realmente me "interessa"/fascina no
outro e comprometo-me a investigar porque é que eu não estou a dar-me essa
característica ou a desenvolver essa capacidade em mim. Ao mesmo tempo, eu
comprometo-me a parar a comparação que cria separação e competição em relação
ao outro /mim própria e, em vez disso, eu ajudo-me a aprender com o outro, em total abertura e sem julgamentos de certo
ou errado, de positivo ou negativo. Eu foco-me em aplicar as soluções e a
mudança em mim própria e por isso é da minha responsabilidade reunir exemplos e tornar-me no meu exemplo que esteja alinhado com os Princípios de Vida que eu me comprometo viver.
A continuar...