DIA 226: Tempo para lidar comigo - o regresso à faculdade
Hoje
apercebi-me do ponto da exaustão da pior maneira. Nestas últimas semanas tenho
participado numa enorme resistência em avançar com um trabalho da faculdade e
hoje foi a data limite para o entregar. Apesar de ter conseguido enviá-lo a
tempo, apercebi-me do stress desnecessário que eu criei para mim própria, como
se fosse preciso estar sob pressão para avançar. A instabilidade mental
contagiou o físico e o meu coração estava a bater super rápido nos momentos
antes da entrega do trabalho.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que a motivação de estar sob pressão é
real, quando afinal esta motivação não passa de uma energia auto-destrutiva que
eu própria me permito participar nela.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido viver o compromisso prático de parar a
resistência de escrever o meu trabalho da faculdade, escrever o meu blog,
avançar no meu processo, mudar a minha relação comigo própria e mudar a minha
relação com o mundo à minha volta.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido criar stress na minha realidade ao permitir
acumular tarefas sem pôr a minha estabilidade física em primeiro lugar e
abrandar a mente. Eu apercebo-me que não me estou a dar tempo suficiente para
aquilo que é essencial para a minha estabilidade, tal como o tempo para
estudar, o tempo para escrever, o tempo parar PARAR e RESPIRAR e o tempo para
aplicar soluções práticas para mim própria.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido ter paciência comigo própria no meu processo
de voltar à faculdade, de ter paciência com a minha mudança de ritmo e de mudar
o meu dia-a-dia para viver o compromisso de estudar.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido distrair-me com as flutuações de energia em vez
de me dedicar a viver o compromisso/decisão de fazer o meu trabalho, de me
aperfeiçoar no meu processo de Vida, de me dar direção a cada respiração, sem
hesitar a minha decisão de estar aqui e de expandir quem eu sou.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido ser e fazer aquilo que é o contrário daquilo que
realmente quero fazer (eu apercebo-me que este diálogo interno é um reflexo da
hesitação e desconfiança que eu ainda
permito ter em mim e que eu sou responsável por lidar/parar.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido procurar entretenimento para
"compensar" o stress que eu sinto quando estou a estudar, em vez de
viver a decisão de estar estável em tudo aquilo que eu faça, sem emoções de
medo ou desejo.
Quando e
assim que eu me vejo a hesitar a minha decisão de estudar por mim e para mim (e
para os outros, visto que quem eu sou se vai reflectir na minha relação com o
mundo), eu páro e respiro. Eu dedico-me a puxar por mim de cada vez que eu vejo
a resistência para estudar, para mudar o meu horário e incluir o estudo e para
começar a estudar gradualmente sem estar com o
count-down da evaluação.
Quando e
assim que eu me vejo a imaginar na minha mente o stress de deixar as coisas
para o último minuto, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que não preciso de ter
este tipo de aventuras emocionais para valorizar aquilo que eu faço - aliás, eu
apercebo-me que o meu trabalho será o reflexo de quem eu sou ao longo do
processo de estudo e, por isso, a estabilidade do meu dia-a-dia irá
proporcionar-me mais concentração e menos distrações.
Quando e
assim que eu me vejo a ter um diálogo dentro de mim sobre aquilo que eu devia
ou não devia estar a fazer, eu páro e respiro. Eu dou-me tempo para analisar os
pensamentos, dou-me tempo para escrever e perceber o padrão que se manifesta
para eu avançar no meu processo de me auto-corrigir.
Quando e
assim que eu me vejo a distrair-me da minha decisão de estudar e assim
participar na resistência de "seguir em frente", eu páro e respiro.
Eu apercebo-me que tenho a cada respiração uma oportunidade de me aperfeiçoar e
de aplicar o meu conhecimento em coisas práticas que sejam aplicadas no nosso
mundo.
Eu
apercebo-me que a tensão, o stress e a exaustão são formas de abuso
próprio/físico que me limita, porque fico invadida pela experiência emocional.
Quando e assim que eu me vejo a começar a participar no stress ou tensão, eu
páro e respiro. Eu tomo direção e a responsabilidade sobre aquilo que eu
permito e aceito fazer/ser neste mundo e por isso, ajudo-me a encontrar a
origem do stress e da tensão em mim e ajudo-me a recriar a minha estabilidade a
cada momento ao aplicar a solução da respiração, de abrandar a velocidade da
minha mente e me permitir ver a situação em
senso comum (e agir com vista a uma correção duradoura e consistente).
Eu
apercebo-me que uma das maiores distrações são as preocupações que eu crio com
base no medo de falhar. Por isso, eu comprometo-me a confiar em mim e a viver
esta confiança de aplicar soluções para mim própria, de escrever para mim
própria, de me ajudar a lidar com a minha própria mente, de me apoiar a
enfrentar os medos que existem na minha mente e de começar a fazer aquilo que
eu tenho resistência.
Eu
comprometo-me a ser assertiva com os meus trabalhos e a apoiar-me fisicamente
para eu criar as condições para eu ter tempo para estudar, para começar o
trabalho sem haver a desculpa de ter pouco tempo - Eu comprometo-me a aplicar
esta organização pessoal em todas as minhas actividades no meu dia-a-dia. Eu
apercebo-me que ao ser responsável por mim própria em honestidade própria e
assertividade, eu estou a ser responsável por aquilo que eu faço e estou a ter
consideração/respeito por mim naquilo que eu faço.
Ilustração: Andrew Gable "It's time to stop carying the past, investigate self with Desteni I Process