DIA 229: "Não tenho tempo" é dizer-se que "não quero fazer"
Há momentos
em que eu decido fazer uma coisa e acabo por engonhar noutras acções
aparentemente mais fáceis e dou por mim a dizer a mim própria "já não
tenho tempo" para aquilo que eu havia decidido fazer inicialmente. Uma
coisa interessante nestas ocasiões é perceber o que está por trás desta decisão
deliberada de não se viver a nossa própria decisão. No meu caso, em honestidade
própria tem sido mais comum aperceber-me destas situações em que eu
deliberadamente me disTRAIO com entretenimento e, nesse momento, vejo à minha
frente a escolha de: ou permito o desejo pelo entretenimento fácil ou me dedico
a escrever no meu processo de auto-criação. Isto não quer dizer que esta
escolha seja verdadeira, ou seja, dar-me a escolher perante estas hipóteses é
mais uma sabotagem da mente baseada em sentimentos de culpa ou de motivações
mentais. Em vez disso, porque não começar por mudar a minha relação com as
minhas decisões e por exemplo acabar com estas escolhas bipolares? Faria mais
sentido aperfeiçoar a minha organização do tempo e permitir-me realizar ambas
as ações no meu dia, sem motivações nem desejos, mas simplesmente porque a
escrita é uma ferramenta de auto-ajuda e as séries/jogos ajudam-me a relaxar e
a desenvolver capacidade de resolução de problemas. Vejo então que ainda
permito que seja a mente de punição e inflexibilidade que está a ter controlo
quando na realidade esta é mais uma amostra da manipulação da mente quando o
ser humano não está preparado para lidar com a mente humana. Neste caso, e como
o título deste blog reitera, por trás da desculpa do "não ter tempo"
está muitas vezes a falta de dedicação para criar esse tempo ao ser-se
disciplinado, organizado e colocar-se a vontade-própria em primeiro lugar. Para
isso, há que haver uma realização pessoal em que individualmente cada um se
questiona "porque é que eu deixei a minha escrita diária para último lugar
quando afinal o meu processo de Vida é a minha prioridade".
Hoje, o
mesmo padrão está à espreita visto que deixei a minha escrita diária para muito
tarde, o que implica uma limitação pessoal porque é o fim do dia e já estou
cansada. Comprometo-me então a andar este ponto em honestidade própria até já não haver este tipo de
desculpas - apercebo-me que é a mim que eu me prejudico porque a escrita
diária é o melhor para mim e que é
através da escrita que eu expando a minha relação comigo própria, lido com a
minha mente e me ajudo a criar soluções para mim própria.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido deixar a
minha escrita do blog para o fim da noite quando, por experiência própria, eu
vejo que não sou tão eficaz, tenho sono, estou fisicamente cansada e que hesito
no progresso de escrita e na minha expansão pessoal.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido usar
comigo própria a justificação de
"não tenho tempo" para escrever, eu páro e respiro. Nesse momento, eu
comprometo-me viver a decisão de gerir o meu tempo de modo garantir que não crio o meu próprio stress, decepção
própria ou conflito.
Quando e
assim que eu me vejo claramente a distrair-me com noticias, séries, ou jogos,
ou sites, eu páro e respiro. Nesse momento em que eu tenho a noção que estou
perante a decisão de fazer aquilo que a mente julga como sendo fácil/passivo e
entre aquilo que é mais complexo/activo - comprometo-me então a respirar, ver
com atenção esse momento e decidir em honestidade própria o que fazer. Em
senso-comum, eu dedico-me a colocar a minha expansão pessoal como a minha
prioridade, alcançável no meu processo de escrita e de auto-correção prática.
Dedico-me
então a puxar por mim para tomar uma decisão com base na minha estabilidade e
senso comum. Apercebo-me então que a necessidade de escolha entre escrever ou
não só existe quando há um conflito de tempo, visto que quero fazer mais do que
uma actividade ao mesmo tempo. Nesse caso, eu comprometo-me a dar-me tempo para
a minha escrita e criar também disponibilidade para ver e fazer outras coisas,
tais como surfar na web ou ver séries.
Quando e
assim que eu me vejo a ter resistência a criar uma rotina de escrita para mim
própria, eu páro a resistência e respiro. Eu apercebo-me que esta é uma
resistência da minha mente à minha própria mudança. É então visível que a
desculpa do "não ter tempo" é de facto uma manifestação de falta de
vontade-própria e é este também um
padrão que eu tenho de lidar em mim. Eu ajudo-me a realizar que o meu processo
de Vida é aqui e agora e que quem eu me permito ser depende totalmente de mim,
da minha relação comigo própria, da minha mudança pessoal e da minha mudança na
minha relação com os outros/o mundo à minha volta.
Quando e
assim que eu me vejo a ir automaticamente visitar sites de entretimento, eu
páro e respiro. Por experiência própria, aquilo que eu pensava ser só 5
minutos acabou por ser mais tempo e esta
distração comprometer todas as outras tarefas que ficam por fazer. Por isso,
comprometo-me a escrever em auto-direção quando estou bem desperta, acordada e
activa. Dedico-me então a não permitir nem aceitar usar desculpas para não
viver e fazer aquilo que é o melhor para mim.