DIA 232: Mulheres com Confiança e Confiança nas Mulheres
Esta semana
assisti a um documentário chamado Miss Representation, num evento organizado
por mulheres profissionais que incluiu a partilha da experiência de uma CEO e
uma sessão de perguntas e respostas colocadas pelas várias pessoas da
audiência. Antes de mais, espero que este tipo de iniciativa inspire as
mulheres Portugueses a organizarem tertúlias deste género que aproximam
mulheres de diferentes carreiras e origens e promovem um diálogo saudável entre nós.
O
documentário mostra-nos as perspectivas de jovens e de pessoas na área do
empoderamento das mulheres sobre a maneira como estas são reapresentadas na
sociedade americana, muito em parte como consequência da forma como os meios de
comunicação social compõe as notícias. Alguns dos pontos essenciais que eu
assimilei deste documentário foram o
preconceito que existe na sociedade (americana e não só) em relação à presença
de mulheres em posições de poder, tanto na área empresarial como na esfera
política; a "des-educação" que é passada às novas gerações por parte
de uma comunicação social podre; e finalmente, a emergência ardente de uma nova
geração de mulheres que estão dispostas a cooperar umas com as outras. Sobre os
dois primeiros pontos, aconselho vivamente que se veja o filme e se tire as
suas próprias conclusões. Em relação à necessidade de cooperação entre as
mulheres, a meu ver esta é possível quando cada uma de nós estiver plena em si
mesma, quando não nos permitirmos distrair com comparações ou julgamentos em
relação ao corpo ou até mesmo as roupas da outra, e quando estivermos dispostas
a aprender umas com as outras.
A
auto-confiança é uma capacidade que se desenvolve e, portanto, não é necessário
definirmo-nos como inseguras porque afinal estamos no processo de desenvolver a
confiança em quem nós somos e naquilo que fazemos. Numa sociedade ainda
bastante patriarcal, é provável que sejam poucos os homens a congratular as
mulheres, a reconhecer o seu esforço e até mesmo a motivá-las para continuarem
uma carreira ou a mudar de estilo de vida. No entanto, quem é que precisa de uma motivação exterior
quando se tem tudo dentro de si própria?
Relativamente
ao processo de desenvolver a confiança, eu aconselho vivamente que se comece
uma jornada única de auto-conhecimento através da escrita, do
auto-reconhecimento, do perdão-própria e da correção para uma versão melhor de
ti própria. Eu iniciei a minha há cerca de quatro anos com o apoio do grupo do Desteni e já não imagino o meu dia-a-dia sem a escrita diária, ou sem as
realizações sobre pensamentos que tenho e eque estou ciente da origem e da
solução para resolver os meus próprios problemas. Com base na minha
experiência, eu recomendo os exercícios do Desteni Lite, uma plataforma online
gratuita que oferece uma estrutura fundamental para darmos direção à nossa
escrita e começarmos a lidar com a nossa mente passo a passo . É possível
sermos livres de medos, de preocupações e de paranóias e só assim nos damos a
oportunidade de ir para além das (baixas) expectativas sobre nós próprias.
Finalmente,
e para quem nunca se interessou por política ou teve alguma resistência em
imaginar uma mulher num cargo de enorme responsabilidade, sugiro que se atreva
a ver a série televisiva Borgen (de origem dinamarquesa) que retrata a vida de
uma mulher Primeiro-ministro com elevado senso comum, equilíbrio e tacto com a
realidade, que para mim tem sido uma enorme inspiração e exemplo que
infelizmente não vejo na política actual.
Obrigada a
todas pelo vosso interesse em lerem o meu blog e enviarem comentários. Espero
que possamos cada vez mais aprender umas com as outras, desenvolvermos a nossa
confiança incondicional e o nosso potencial para nos tornarmos os nossos
próprios exemplos e sermos de confiança para os outros.