DIA 104: Quando decidir pelos outros é fugir de si próprio
Um dos
sintomas típicos da mente é o de desejar ajudar os outros para se sentir bem
consigo próprio e com isso trazer mais ao ego do que ao mundo... Como é que se
pode decidir por uma população inteira quando em honestidade própria não
sabemos o que é o melhor para nós próprios? E como é que nos permitimos
projectar nos outros aquilo que nem a nós próprio damos ou exigimos?
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar saber como é que os outros devem
decidir e acreditar que é mais fácil decidir pelos outros do que para mim
própria. Eu apercebo-me que esta é uma ideia que descarta a minha
responsabilidade de lidar comigo e de viver as decisões tomadas por mim
própria. Aliás, esta projeção mostra a polaridade que existe entre julgar os
problemas dos outros como fáceis de resolver e os meus como complicados - ambos
energias e resistências da mente para agir em senso comum e parar de participar
na mente.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido realizar que a única maneira de ajudar os
outros é em tornar-me o meu próprio exemplo e viver esta decisão a cada
momento, em autocorreção e vontade de parar os padrões de comportamento do
passado que só trouxeram instabilidade.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar estar numa posição superior e portanto
capaz de ajudar os outros quando em honestidade própria eu me apercebo que a
única pessoa que eu posso garantir mudar sou eu, em autoconhecimento e trabalhar cada ponto
para me estabilizar naquilo que eu própria tenho aceite e permitido que ainda
não é o melhor para mim e para os outros.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido ver, perceber e realizar que cada um é
responsável por transcender os seus pontos mentais e que aquilo que é da minha
responsabilidade enquanto cidadã desta humanidade é garantir que este sistema
económico mude para que todos os seres tenham a oportunidade de estabilizar a
sua existência com as necessidade básicas garantidas sem a preocupação do dinheiro para de
facto se puderem dedicar à sua realização pessoal.
Quando e
assim que eu me vejo a desejar mudar a vida de uma pessoa e a imaginar como
seria fácil, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que estas imagens da mente não
são reais e são uma distração, uma vez que estou a projar nos outros aquilo que
eu não faço para mim própria e, portanto, esta é uma oportunidade de dar a
resposta aos meus próprios problemas e dedicar-me a resolver aquilo que eu
tenho julgado como complicado.
Quando e
assim que eu me vejo sentir frustrada com as pessoas que não querem ajudar-se a
si próprias e mudar, eu páro e respiro. Esta frustração é uma energia da mente
que me separa de mim e dos outros - apercebo-me também que é também baseada no
medo de acontecer o mesmo comigo e não querer mudar ou sequer estar ciente da
resistência a mudar.
Eu dedico-me
a escrever sobre os padrões da mente, a perdoar e assim dar-me a oportunidade
de me ver em honestidade própria, explorar as camadas da mente e dedicar-me a
mudar o meu guião/direção de vida sob os princípios de senso comum, igualdade,
dignidade de vida, auto respeito e aperfeiçoamento.
Quando e
assim que eu me vejo desejar ver pessoas a mudar a minha volta como se eu
dependesse dessa aprendizagem visual, eu páro e respiro.
Eu
comprometo-me a mudar a minha atitude e existência para aquilo que eu gostaria
de ver à minha volta e que até agora tenho pensado existir nos outros e não em
mim.
Quando e
assim que eu me vejo a participar na energia do ego de me sentir bem comigo
mesma por ajudar os outros, eu páro e respiro. A ajuda que posso dar aos outros
é incondicional porque sou de facto eu, na minha mudança pessoal - qualquer
ideia de superioridade ou sacrificio é o ego a liderar. Eu comprometo-me a
praticar tomar decisões em senso comum, a dedicar-me ao auto-aperfeiçoamento
para o melhor de mim e a recriar em auto estabilidade e igualdade as minhas
relações com tudo o que existe.
Eu
comprometo-me a investigar as vontades em ajudar os outros como forma de fugir
à minha responsabilidade de investigar as minhas desonestidades próprias e
parar de adiar a minha própria aplicação do perdão-próprio. Eu dedico-me a
aplicar em mim as soluções de auto-responsabilidade, igualdade,
autodeterminação, honestidade própria, confiança, perdão-próprio e autocorreção
incondicionalmente do local, situação onde eu estou ou com quem eu estou.