DIA 108: "À minha maneira" não resulta
Apercebi-me
que uma das razões pela qual eu me tenho andando a "enganar" é com
base na teimosia que "eu é que sei". É claro que esta é mais uma
personalidade/programa da mente consciente. Uma das formas comuns em que esta
personalidade surge é quando alguém nos diz qualquer coisa, por exemplo, uma
solução para um problema, e acabamos por não aplicar essa solução, por vezes
por esquecimento (conveniente) ou simplesmente por pensarmos que não vai fazer
a diferença. O que é que falhou? Não nos tornarmos um e igual com a solução -
para de pensar que aquela solução "não é minha", faltou abraçar a
solução como uma potencial ajuda para mim.
Tive esta
experiência hoje. Enquanto falava com
uma amiga, ela explicava-me um exercício que eu podia fazer em relação à minha
indecisão relativa à minha carreira profissional. Na minha mente, apesar de
estar aberta a ouvir o exercício, a minha conversa era - já sei que vou acabar por não ter tempo para fazer
isto. Desta vez "apanhei" este pensamento em flagrante e
decidi escrever sobre ele, tal como se apanhasse uma pulga e visse o que me
estava a incomodar. Neste caso, o padrão de julgar um método de trabalho/uma alternativa/uma solução como
"não sendo para mim" (porque
não tenho o hábito de o fazer) é a primeira limitação à mudança. Ou seja, estou
a limitar a possibilidade de mudar os meus hábitos e recriar-me. Obviamente, a
maneira como tenho existido até agora ou trabalhado o ponto da carreira ainda
não resultou porque continuo com dúvidas e indecisões. Por isso, não me vou
permitir perder esta oportunidade de começar a mudar. Trata-se de um processo e
o facto de resistir a aplicar o tal exercício é sinal que estou a ir para além
daquilo que eu tenho ido! Por isso, quando e assim que eu me vejo a pensar que
não vou fazer as coisas de maneira diferente porque pela minha experiencia
acabo sempre por fazer "à minha maneira", eu páro e respiro.
Eu
apercebo-me que esta teimosia é uma prisão que eu estou a criar para mim
própria mas que não tem de existir porque não sou EU! Pela minha experiência,
esta teimosia não resulta porque o que acontece muitas vezes é arrepender-me de
não ter ouvido os outros com atenção e não ter mudado a minha maneira de SER
para eu própria me tornar no meu próprio exemplo e confiar em mim a cada
momento. Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido mudar a chamada
"minha maneira" de fazer as coisas e lidar com os meus problemas,
quando em honestidade própria me apercebo que a "minha maneira" não
resulta pois volto a reviver as mesmas experiências sem realmente encontrar uma
solução. Eu perdoo-me por me ter aceite e
permitido julgar que as soluções dos outros só funcionam para eles, em vez de
estar um e igual com a solução e tornar-me a solução - por exemplo, se os outros conseguem arranjar tempo para escrever e
fazer os exercícios, como é que eu não tenho? Ou seja, qual tem sido a minha
resistência para escrever? Qual é a minha resistência para mudar os meus
hábitos? Porque é que rejeito técnicas de escrita e soluções práticas sugeridas
por outra pessoas, sem primeiro testar e ver por mim? Desejar inventar a
roda é o ego - aproveito então esta oportunidade para fazer os tais exercícios
de escrita que até agora não tinha considerado.
Eu
comprometo-me a mudar os meus hábitos de escrita e a aprender com aqueles que
eu vejo estarem a trabalhar os seus pontos e claramente a tornarem-se num
exemplo de direção própria e senso comum. Eu
comprometo-me a ser um e igual com os conselhos que me são dados e
aplica-los por mim e em mim, para eu própria dar resposta aos problemas/dúvidas
que eu permiti e aceitei serem "parte de mim".
Quando e
assim que eu me vejo definir como "quem nunca acabar por fazer as coisas
que eu sei me vão ser benéficas", eu páro e respiro. Em honestidade
própria eu vejo que é a mim que eu estou a prejudicar de cada vez que eu adio
resolver um ponto em mim. Portanto, ao ver que neste momento tenho a
oportunidade e as condições para explorar determinado ponto, eu páro a ideia
que "não vou fazer" para realmente me direcionar para viver essa
mudança, começando por escrever sobre a resistência e depois a viver a
correção. Neste caso, eu determino-me a dedicar tempo esta noite para me sentar
e escrever o exercício novo para me ajudar a encontrar soluções práticas.