Dia 167: Escrever sem emoções ou sem "inspiração" da mente
Para quem me
conhece há algum tempo, provavelmente já tinha notado no meu deslumbramentos
com as coisas- uma mistura de ingenuidade e de desejo de fazer as coisas
parecerem mais do que aquilo que elas são. Alimentei tanto a mente ao longo dos
anos que ainda dou por mim a acreditar em tudo o que se passa na minha mente
como sendo real/honesto. A única inspiração que funciona é a inalação de ar.
Tudo o resto que é baseado nos altos e baixos da energia das emoções é falso -
se fosse real mantinha-se estável. A respiração é estável, embora a maior parte
do tempo nem estejamos cientes disso.
Hoje
estava no metro e decidi escrever - não fazia ideia sobre o quê. No momento em
que estava a começar a escrever apercebi-me da sabotagem da mente "o que é
que as pessoas vão pensar de mim", "e se elas lêem o que eu
escrevo?", "tenho vergonha". Em vez de ouvir a mente ou esperar
por uma inspiração não sei de onde, dei eu própria uma inspiração de ar e
comecei. Comecei por escrever o perdão próprio sobre um ponto que tinha
reparado na noite anterior e, a partir dali, a escrita fluiu. Escrevi também
sobre a resistência que eu estava a ter a estar simplesmente ESTÁVEL no metro a
escrever, ou a fazer qualquer outra coisa. Realizei que este desconforto mental
é baseado na aparente separação para com os outros. Porque é que eu tenho medo de olhar nos olhos das
pessoas à minha volta?
O que é que
eu estou a evitar ver em mim? Estou a evitar tomar responsabilidade pela minha
presença e pelas minhas ações. Segundo a mente, é mais fácil fingir que se está
distraído e fingir que se está "noutra" do que estar-se ciente
daquilo que fazemos e por isso garantir-se que se considera o mundo à nossa
volta. Apercebo-me que esta separação em relação às outras pessoas tem a ver
com o medo de conflito - medo que as pessoas reajam, ou projectem a sua raiva
com violência de palavras ou física-mente.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que a separação com as pessoas à minha
volta é real somente porque não as conheço.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido assumir e acreditar que aquilo que eu não conheço
é diferente de mim (ou melhor ou pior).
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar na imaginação da mente de ver violência
acontecer à minha volta.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que se eu evitar olhar para os olhos
das pessoas eu estou a evitar entrar em conflito, quando afinal de contas fui
eu quem criou a ideia de conflito em primeiro lugar na minha mente. Nisto, eu
apercebo-me que todas as ideias de conflito começam em mim e que sou
responsável por parar estas imagens de violência/gritos/conflito da minha mente
e parar de projectá-las na realidade à minha volta.
Eu
comprometo-me a olhar para as pessoas nos olhos e a estar clara e firme na
minha atitude de parar a separação da mente.
Eu
comprometo-me a estar estável em mim e nas minhas ações onde quer que eu
esteja, que esteja na rua ou em casa ou no trabalho - é igual, sou sempre eu.
Apercebo-me que a zona de conforto é um refúgio da mente baseado na
separação/ideia de limitação.
Quando e
assim que eu me vejo a procurar motivação ou alguma coisa que me dê conforto,
eu páro e respiro. Eu crio a minha estabilidade em mim através da minha
respiração e bem-estar pessoal, de dentro para fora.
Eu
comprometo-me a parar o interesse próprio da mente, para realmente me permitir
viver em honestidade própria e a ser/fazer aquilo que é o melhor para mim (tal
como escrever) e em senso comum.
Quando e
assim que eu me vejo com resistência a escrever por ter medo que alguém leia
aquilo que eu escrevo, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta
ideia/medo/julgamento que eu acredito que alguém possa ter de mim é de facto um
espelho a mostrar-me aquilo que eu estou a permitir pensar de mim/definir-me.
Comprometo-me
então a usar a mente para ver os julgamentos e ideia que eu tenho aceito em mim
e PARAR esses julgamentos e ideias sobre mim própria. Eu vejo como estes
pensamentos limitam a minha expressão e como tenho sido somente eu a limitar a
minha expansão como Vida aqui.
Quando e
assim que eu me vejo a pensar nos outros como estando separados de mim/contra
mim, eu páro e respiro. Se eu estou no meio das pessoas, eu estou um e igual
com as pessoas e sou um e igual com as pessoas. Qualquer separação ou medo ou
julgamento meu e dos outros é uma projeção da MENTE QUE NÃO TEM DE SER SEGUIDA.
A mente existe neste mundo para cada um de nós lidar com aquilo que temos
criado para nós próprios e que temos de ser capazes de resolver por nós
próprios. Não temos de seguir as conversas da mente; não temos de acreditar na
violência da mente; não temos de copiar as imagens da mente!
Decido então
viver pelos princípios de Unidade e Igualdade inerentes a esta realidade física
(tudo o que está aqui e agora) e dedico-me a escrever sobre os padrões de
separação da minha mente, a abrir-me comigo incondicionalmente e a recriar-me
com base em soluções práticas respeitadoras da integridade física.
Percebo então aquilo que a Sunette quer dizer quando diz: "Sê neste mundo mas não deste mundo".
Ilustração: CAPTIV(E)ated by Own IMAG(E)ination (Part Two): DAY 280
http:// heavensjourneytolife.blogsp ot.com/2013/01/ captiveated-by-own-imageina tion-part.html#
http://
1 comments:
Write commentsTambém fico nesses jogos mentais no metrô
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