DIA 156: Problemas na minha gestão do tempo
Apercebo-me
agora daquela sensação de "estar fora de mim" quando dou por mim
separada daquilo que eu estou a fazer. Um exemplo comum do meu dia-a-dia é o
chamado "double booking", em que acabo por planear fazer duas ou três
coisas ao mesmo tempo e acreditar que é possível estar com a mesma atenção a
todas. Por experiência própria, esta é uma sabotagem que se manifesta na minha
participação física de acumulação de coisas e do stress de ver o tempo a passar
- na minha mente imagino-me a fazer uma coisa de cada vez, mas a tendência é
começar a tarefa numero 1, enquanto espero por alguma coisa começo a tarefa 2 e
entretanto estou já a pensar na tarefa 3. O resultado tem sido: torradas
queimadas, ou esquecer-me de um detalhe, ou até mesmo esquecer-me de cumprir um
horário combinado. Ainda na mente, tenho a tendência de culpar a realidade à
minha volta, como se a culpa fosse das pessoas envolvidas nas tarefas, quando
afinal fui que eu quem aceitei ser responsável e ajudar. Em honestidade própria,
apercebo-me que é da minha responsabilidade gerir as diferentes tarefas e ser
honesta com o tempo que eu levo a fazer as coisas, cooperar comigo própria (em
nome da minha estabilidade e sanidade mental!) e estabelecer uma clara
comunicação com os outros.
Antes de me
lançar a delinear soluções e ser levada pelo entusiasmo de "isto é fácil
de resolver", vou começar por escrever sobre o ponto através do perdão
próprio e, à medida que eu escrevo, ver se surgem novos pontos que eu ainda não
estava ciente (as maravilhas de se escrever em honestidade própria!)
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido imaginar-me a fazer as
coisas que tenho em mente e acreditar que a imagem é real.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido aprender que o tempo
quântico da mente não é o tempo físico e que portanto não posso nunca confiar
na ideia do tempo que as coisas levam. Em vez disso, apercebo-me que a melhor
maneira de realmente ver o tempo que as coisas levam é a fazê-las e usar este
exemplo como um guia, embora esteja ciente que tenho de dar tempo a mim própria
para me expressar plenamente em tudo o que eu faço.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido subestimar o tempo que as
minha tarefas realmente levam e, assim, criar para mim própria a sensação de
stress e de desilusão e falhanço.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido viver a decisão de
cumprir um horário que eu disse que ia cumprir.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido subestimar o tempo que as
coisas levam baseada na ideia que eu criei sobre o tempo que as coisas levam,
em vez de simplesmente olhar para o relógio ou ajudar-me com a assistência de
um cronómetro ou alarme para garantir que eu faço a minha parte do compromisso.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido dizer que as coisas levam
menos tempo só para agradar a outra pessoa e querer exceder as expectativas,
sendo que estou a criar a outra polaridade de decepção caso as expectativas não
sejam cumpridas.
Aqui vejo que, no momento em que eu aceitei este compromisso devia
tê-lo incluído na minha lista de ações e dedicar a minha atenção para viver o
compromisso completamente. Em vez disso, apercebo-me que julguei esta tarefa
como secundária para fazer "enquanto" completava a outra ação.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido criar condições em mim, do
estilo: "farei x quando acabar y" e, entretanto, acabo a ação y e
esqueço-me de fazer x. Nisto apercebo-me que entra aqui o padrão de deixar as coisas pela metade, fruto da minha
própria distração e pressa na mente.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido confiar nas assumpções da
mente em vez de estar ciente de cada uma das minhas ações físicas e assim
garantir que completo as minhas ações passo a passo, e que só começo a ação
seguinte quando estou satisfeita com as anteriores.
Curiosamente, apercebo-me que estes princípios e
mudança de padrões podem ser aplicados em tudo aquilo que eu faço, inclusive
quando escrevo diariamente, de modo a garantir que escrevo sobre um ponto e que
estou satisfeita com a minha dedicação e realizações que surgiram antes de
avançar para o próximo ponto. Apercebo-me que a eficácia da minha aplicação
está dependente de todo o processo de auto-investigação, realização e vontade
em auto-corrigir-me.