DIA 161: QUESTIONAR, QUESTIONAR-ME, QUESTIONARMOS!
Há quando
tempo é que eu não me questionava: "Como é que eu estou?". Parece uma
pergunta óbvia, mas a verdade é que não criei esta relação de total cooperação
comigo própria, na qual daria tempo a mim própria para me acalmar e
restabelecer-me neste momento. E afinal é tão claro para mim que me estou a
evitar - e acabo por evitar abrir-me com os outros em total honestidade própria
e a ser simples no meu approach. Em vez
disso, acabo por trazer à conversa assuntos triviais, conversa fiada, exemplos
de sucesso no meu processo que possam compensar os menos eficazes. Não é
ridículo? Eu a fugir de mim própria - eu a perder-me de mim própria - eu a
procurar-me nos outros através das comparações e julgamentos, quando afinal de
contas todas estas máscaras são para tirar. Como é cansativo transportar estas
personalidades de um lado para o outro! Habituei-me tanto a elas que nem comigo
me tenho permitido ser incondicionalmente honesta - parar, acalmar, respirar e
entregar-me, quer seja a escrever, ou a questionar-me, ou a perdoar em voz
alta. E estou a carregar estas personalidades por quem? E porquê? Tem sido bem
mais fácil culpar a "sociedade", ou as "influências" ou o
"passado" mas no entanto, agora está tudo invertido e a resposta está
em mim - tenho sido a única responsável por permitir e aceitar usar máscaras e
esforçar-me por encaixar cenários de perfeição da mente (minha e dos outros) só
para acreditar que está tudo bem, sem ver que com tal esforço eu estou a abusar
o meu corpo com a exaustão de controlar tudo à minha volta. Se eu tomar conta
de mim, o mundo à minha volta será um espelho de honestidade própria.
Apercebo-me
então que no processo de Vida, ou cuido de mim como Vida, ou então estou a
descuidar-me da Vida que eu sou. Ao falhar a minha parte, acabo por querer
auto-compensar-me ao dar-me aos outros, como se o acto de manter os outros
satisfeitos fosse curar a minha insatisfação...
Sintoma 1 a
ter em atenção esta semana: O momento em que me disperso e estou literalmente a
tentar chegar a todo o lado menos a mim própria, a falar mais rápido ou a ler
mais rápido do que aquilo que eu realmente consigo compreender, e lançar pontos para o ar à espera que estes
se abram por magia, em vez de me dar direção com planos de ação para analisar
um ponto de cada vez; O momento em que eu acredito nas imagens de perfeição em
que estou a agradar os outros, em vez de realmente me questionar sobre aquilo
que é o melhor para todos naquele momento e agir de acordo com o senso comum,
não com base em imagens de suposta perfeição que nunca corresponde àquilo que
realmente acontece.
E tu, já te questionaste hoje como estás em termos gerais neste momento
da tua Vida?
Ilustração de Andrew Gable
Ilustração de Andrew Gable