DIA 124: "Comer ou não comer"
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido sentir culpa enquanto como o creme do bolo e
acreditar que este sentimento de culpa é mais forte do que eu.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido querer suprimir este sentimento de culpa ao
procurar uma justificação para não comer bolos, por exemplo - "já comi uma
fatia e não posso comer mais", "ontem já comi um chocolate",
"sou a única gulosa aqui", em vez de parar de suprimir o padrão que
eu estou a alimentar e que está a causar este desconforto em mim, para
realmente ver a origem do desejo e ver a origem da resistência a comer o bolo
incondicionalmente.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que as justificações da mente são
reais/honestas só porque as oiço desde criança (hábito).
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido suprimir a vontade de comer bolos com o padrão de
culpa e, assim, criar camadas em mim que se manifestam como indecisão - eu
apercebo-me que eu tenho de trabalhar em mim a origem do desejo/do hábito e, ao
parar os pensamentos sucessivos da mente, eu estarei a permitir-me ver a
situação em senso comum e tomar uma decisão em plena confiança.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido tomar a decisão de comer o bolo quando a pessoa
com quem eu estava também foi comer bolo - eu apercebo-me que desejava estar
tranquila como o outro, em vez de perceber que dependia de mim parar o meu
estado preocupado da mente e me permitir estar em igualdade com a minha decisão
de comer ou não comer bolo. Eu apercebo-me que quanto mais eu participo no
programa da mente, mais as minhas decisões são tomadas em modo automático, em
vez de me dar espaço a realmente viver a decisão, auto-analisar-me e garantir
que eu estou a criar-me em auto-confiança a cada decisão/ação.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que estou a ser honesta comigo própria
quando copio o que os outros fazem.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido pensar que não devo comer bolos porque o açúcar
faz mal aos meus dentes, sem me permitir ver que estou mais uma vez a cobrir o
padrão inicial do desejo de comer bolos com uma justificação/ameaça de que se
comer bolos vou estragar os dentes.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido fazer ameaças a mim própria ao pensar que se eu
comer este bolo os meus dentes vão ficar podres, sem ver que estou a impor um
castigo no meu corpo e a agir com base em medo, em vez de estar um e igual com
o meu corpo e tomar decisões a partir deste ponto de estabilidade própria de
que não irei fazer nada que me prejudique deliberadamente. Ao mesmo tempo,
apercebo-me que estas ideias criadas à volta dos doces e bolos são baseadas na
experiência das outras pessoas e nas minha memórias e julgamento em relação aos
meus dentes.
Vejo que as
memórias não são baseadas em honestidade própria, pois mostram-me as supressões
e pontos que eu me identifiquei como sendo Eu, e esta memória de mim própria
tem os filtros de julgamentos e medos da mente.
Deste modo,
eu comprometo-me a parar que os padrões da mente associados à memória de comer
doces controlem a minha decisão no momento presente. Eu dedico-me a
ver/explorar os medos/ultimatos da mente
que me foram transmitidos por pais/educadores/media e que eu adoptei
como sendo Eu/reais.
Quando e
assim que eu me vejo a reagir à memória dos eventos em que os padrões da minha
relação com bolos se manifestaram, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que estas
imagens da mente/memórias são a consequência da minha aceitação destes padrões
como sendo eu - portanto, ao parar de participar nestes padrões, eu apercebo-me
que eu páro de reagir a estas memórias.
Quando e
assim que eu me vejo a acreditar que as memórias, imagens e percepções da minha
mente sobre mim a comer o bolo são reais, eu páro e respiro. Este
arrependimento da mente é uma forma de auto-sabotagem pois ainda estou agarrada
à ideia que fiz algo de errado. Eu comprometo-me a parar o julgamento das
imagens da memória e a parar de dar crédito à mente - eu foco-me na minha
estabilidade física e, com base nesta decisão, eu comprometo-me a averiguar no
momento presente o que é o melhor para mim, sem abusar o meu corpo com desejos
nem dúvidas da mente.
Quando e
assim que eu me vejo a sabotar o meu momento presente a reviver a memória e a
"castigar-me" por não ter resolvido este ponto ainda, eu páro e
respiro. Eu apercebo-me que estes pontos não são do passado pois eu ainda me
defino segundo estas imagens / memórias, embora estejam aparentemente passivos.
Por isso, aquilo que eu posso fazer no momento presente é parar os julgamentos
imediatamente, dedicar tempo a escrever sobre o ponto, a perceber os
julgamentos do passado, a abrir-me comigo própria e preparar-me para parar que
a mente/o passado controlem a minha Vida a partir de agora.
Quando e
assim que eu me apercebo que estou a pensar " se ele comer, então como
também", eu páro e respiro. Eu apercebo-me que através desta conversa da
mente eu estou a evitar tomar responsabilidade por mim, pelos pontos que eu
tenho de resolver em mim e de mudar por mim para ser honesta comigo própria.
Quando e
assim que eu me vejo a participar na indecisão de "comer ou não
comer", eu páro e respiro. Ao respirar, eu permito-me parar o programa
automatico de desejos da mente e permito-me estar ciente do meu corpo,
ajudando-me a estar um e igual com o meu corpo e a tomar decisões que sejam o
melhor para o meu corpo. Eu comprometo-me a garantir que a minha decisão / ação
nesta realidade é uma expressão de honestidade própria e que não seja baseada
em medo/memórias/julgamentos próprios/julgamentos projectados nos
outros/sabotagem-própria.
Curiosamente,
enquanto escrevia este perdão-próprio apercebi-me que sempre que uma conversa
da mente surge/indecisão ou resistência em mim é o indicador que estou perante
um ponto de desonestidade própria e que tenho a oportunidade de lidar,
tornar-me ciente do padrão, escrever um "plano" de auto-correção e
estar preparada para transcender o ponto, em vez de procrastinar a minha
honestidade própria e ter de enfrentar esta resistência/indecisão novamente.