DIA 122: Espelho da mente - entretida com as emoções de vítima e a culpar os outros
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Neste
processo, o acordo que
faço comigo própria é a decisão de parar o abuso próprio e
consequentemente parar o abuso na minha relação com o João. Hoje experiênciei
uma forte decepção quando as coisas não correram como eu queria: a ideia de uma
grande conversa animada, que acabou por ser ocupada pelo silêncio. A minha
reação foi prova-viva que eu não consegui aguentar o silêncio - "isto é
uma seca" porque não consigo estar em silêncio comigo própria.
"Assusta-me pensar que o nosso casamento vá
ser sempre assim". E foi com base neste medo que eu reaji, como se uma
reação fosse evitar que o padrão se repetisse... Foi também nesse momento que a personalidade
do "não sei como resolver esta
situação" se manifestou, sem me aperceber que só
depende de mim MUDAR a relação que tenho comigo própria - porque a minha
relação com os outros é um espelho da relação que tenho comigo própria.
Quando a minha mente começa em rodopio de ideias, julgamentos e sequência de pensamentos , significa que estou a procurar justificação para a minha posição de vítima - como se
inserisse um Disco que gira sozinho - e estou "viver" um programa
mental. Após ter escrito sobre o evento desta tarde, apercebi-me que o que eu
queria era ser entretida. Ou seja, a comunicação com o outro era uma forma de
distração e, como esse vício não foi saciado, reagi.
Os programas televisivos funcionam como uma aparente
estabilidade em que se sabe que o entretenimento é garantido: de manhã com a
emoção infantil, depois será a hora da emoção do jornal, finalmente a emoção da
telenovela e, quando se está doente em casa, assiste-se à emoção do programa
das 3 da tarde.
Com base neste hábito, também me deixei de questionar a
minha troca de humores repentinos, em que num momento tudo bate certo e passado
5 minutos já está tudo errado, porque não corresponde à imagem que eu tinha
idealizado!
Pensar como as coisas devem ser com base em imagens de perfeição é um programa da mente de constante insatisfação, porque a realidade não é a mente! E a perfeição da mente é puro interesse-próprio.
A reação que surge
imediatamente é a de proteção, que consiste na criação de regras e pensar que só assim é que as coisas
são - estilo mandar nos outros e
dizer aquilo que os outros devem fazer de um ponto de partida de garantir que a
minha posição é assegurada, porque enquanto o outro estiver a
sentir-se culpado e a ouvir o meu discurso de "como eu quero que as coisas
sejam" estou a garantir que o meu interesse-próprio vence e acreditar por momentos que eu sou superior (yeahhh).
Apercebo-me que este mecanismo de criar regras para mim e para os
outros é uma forma de evitar ser
julgada pelos outros e evitar ser vista como inferior (que é o meu próprio julgamento). Este processo auto-destrutivo com base julgamentos
e vitimizações começa em mim, ao limitar a minha expressão com base ideias pré-feitas e suposto conforto que nada faz. Por isso, eu sou responsável por parar esta limitação e stress na minha relação comigo própria que é projectada na relação com os outros.
Sempre que eu tenho uma reação ou culpo o outro pelo que eu
estou a sentir, tudo isto vem dos meus próprios julgamentos e medos - e se eu
resolver estes julgamentos e medos dentro de mim através da auto-análise,
perdão-próprio e aplicação da correção, eu estarei a criar a minha estabilidade
e auto-confiança.
O outro ponto a considerar neste momento é a tendência que eu
tenho para comparar o que eu faço
com o que os outros fazem, em vez de realizar que cada um está a expressar-se por si, sem certos nem
errados. Não é certo nem errado estar-se em silêncio à hora da refeição, por exemplo; não é certo ou errado
estar-se sozinho ou acompanhado; É
a relação comigo própria que tem de ser primeiramente trabalhada e
estabilizada. Por
exemplo, posso usufruir do silêncio
para me conhecer em silêncio - ou
observar as coisas à minha volta;
ou simplesmente saborear a comida; ou comunicar com o outro sem esperar uma
resposta que aprove ou rejeite o que eu digo.
O desafio é PARAR os
julgamentos próprios e a
auto-vitimização, e começar a ver os outros como eles são e não somente um reflexo dos nossos próprios olhos que vêm
pela mente de hábitos, imagens,
ideias e noções de certo e errado,
desprezando toda a realidade que existe aqui e QUEM EU SOU REALMENTE.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido culpar o outro pelo incómodo que senti quando
estávamos em silencio, porque eu associo o silêncio a "seca", ou a
solidão e por isso criei a imagem de "estar com o outro é sinónimo de
entretenimento".
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido ver que, mesmo estando na companhia do outro,
eu estou sempre a lidar comigo e o outro funciona como um espelho daquilo que
eu ainda me permito participar na mente. Apercebo-me então que, ao estar ciente
deste processo de auto-análise, eu estou de facto a dar-me a oportunidade de
conhecer os julgamentos, ideias, imagens e medos da mente nos quais eu tenho
participado até agora e limitado o meu SER. Apercebo-me que ao ver estes
pontos, tenho então a responsabilidade de parar de culpar o outro e dar-me a
oportunidade de parar estes julgamentos e medos não são o melhor para mim, ---
e assim, tomar a decisão de recriar a minha estabilidade a partir de mim.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido pensar que estar em silêncio é uma seca e que
estar sozinha é uma seca. Eu apercebo-me que esta ideia é um julgamento próprio
pois estou dizer que eu sou uma seca. Eu perdoo-me por me ter aceite e
permitido pensar e acreditar que eu sou uma seca e que sou chata. Eu
apercebo-me que ao escrever isto associo tal ideia aos comentários que ouvia
das minhas irmãs mais velhas que eu era chata. Apercebo-me que no entanto, eu
fui eu responsável por levar estes comentários a peito e definir-me como tal.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido culpar as pessoas que me chamavam de chata quando
eu era mais nova pelo julgamento que eu criei sobre mim própria de ser chata.
Eu apercebo-me que, com base neste julgamento, eu tenho andado a permitir
participar na excitação de querer parecer ser interessante e fazer coisas
interessantes, em vez de realizar que não há nada a provar aos outros. Toda
esta energia de sentir-me inferior (desvalorizada) VS querer sentir-me superior
(valorizada) só existe na mente e não é real.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido entreter-me com as emoções de vítima e com a
cegueira de culpar os outros, sem ver que é a mim que eu estou a prejudicar
porque continuo a pensar ser impotente para resolver/parar estas emoções em mim
e de facto investigar os padrões da mente dos quais ainda me permito estar
"viciada" e pensar que sem estes hábitos as coisas não batem certo.