DIA 114: Deixar para depois mas o "depois" é nunca
Dizer a mim própria que - Amanhã é que vou chegar a horas, é o primeiro
passo para mentir a mim mesma. Primeiro tenho de decidir o que é que vai mudar
em mim para que o resultado da minha ação deixe de ser o atraso.
Este padrão da falta de compromisso comigo própria tem-se ultimamente manifestado em relação ao Agreement Course, como se me deixasse afundar dentro de água porque não me
mantenho estável à superfície - este é literalmente o peso da acumulação do
tempo a passar e a sensação que não faço tudo aquilo que quero fazer.
Apercebo-me que esta é uma consequência e um indicador do padrão da
procrastinação, baseado em imagens das duas polaridades: a imagem de mim a
deixar para depois; e a imagem de mim a ter completado a minha tarefa - A única
coisa real no meio disto tudo é a minha ação ou, neste caso, o facto de
fisicamente adiar a ação.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido criar a ideia/imagem de mim
a não fazer aquilo que eu havia prometido a mim própria. Apercebo-me que esta
desonestidade própria é o ponto de partida para comprometer a minha ação e
acabar por perder a confiança em fazer aquilo que eu sei ser o melhor para mim.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido sabotar o meu processo ao
ter aberto a hipótese de adiar os meus exercícios do curso para a noite
seguinte, sendo que neste momento eu tenho as condições para o fazer. Vejo que
este desleixo é a consequência de ter aceite em mim a hipótese de abrir uma
excepção para mim própria, deixando a minha Vida para segundo plano e
deliberadamente desvalorizara minha decisão de viver aquilo que é o melhor de
mim. Apercebo-me que o meu processo de auto-realização e de direção própria só
depende de mim e que qualquer atraso ou instabilidade na minha auto-dedicação
no curso é total responsabilidade minha.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido tentar compensar o meu
desleixo com a ideia que "um dia" vou dedicar "a noite
toda" a fazer o exercício completo - realizo que estou a imaginar a outra
polaridade do desleixo sem qualquer indicador que eu vou DE FACTO mudar e DE
FACTO dedicar o tempo a faze-lo. Ou seja, vejo que não me estou a ajudar a
criar a consistência e disciplina na minha dedicação porque continuo a
alimentar esta ilusão com base na justificação que "amanhã" irei
fazê-lo, em vez de aplicar esta decisão AGORA, ou garantir que organizo o meu
tempo de outra maneira para que eu não repita a procrastinação.
Ao escrever sobre este ponto pergunto-me:
De onde é que eu me habituei
a ser passiva em relação ao incumprimento de horários e daquilo que era
suposto eu fazer?
Associo este padrão imediatamente à falta de pontualidade a ir para a
escola. Vejo agora que se tinha criado uma rotina matinal que claramente não
resultava para que eu começasse a chegar a horas.
Em relação ao agreement course, esta resistência a mudar a minha gestão
do tempo indica que eu me estou a esquecer de mim, porque por experiência
própria eu realizo que é através da escrita que eu me apercebo dos padrões da
mente e eu recrio quem eu sou em honestidade própria.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido sobrepor as minhas
prioridades com outras ações quando em honestidade eu vejo que é a mim que eu
me estou a enganar e a evitar cumprir o horário que eu criei para mim própria -
tal e qual um jogo da mente em que me desafio a mim própria, em vez de estar um
e igual com a decisão que eu tomei sobre fazer o exercício do curso à noite e
VIVER a decisão por mim e para mim.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido criar uma solução
prática que é a de me sentar e começar a escrever e, com a ajuda da respiração,
parar qualquer tendência para abrir o facebook, ou decidir ir comer, quando na
realidade sei que tudo isso são maneiras de me distrair de mim própria.
Quando e assim que eu me vejo a colocar a minha escrita em segundo
plano, eu páro e respiro. Eu estou ciente que tudo o que eu faço durante a
minha vida é com base em quem eu sou, logo, trabalhar em mim, conhecer-me e
aperfeiçoar quem eu sou é o primeiro passo para uma mudança constante naquilo
que eu faço. Tenho-me apercebido que escrever o perdão-próprio e fazer o curso
é dos melhores apoios para ver quem eu me tornei na minha mente consciente e
criar a solução para mim própria a cada momento, em auto-correção e ao
dedicar-me a mudar para o melhor de mim.
Quando e assim que eu me vejo a "cair" na distração da mente
que na maioria das vezes é em abrir o facebook ou a pensar que tenho fome, eu
páro e respiro. Eu dedico-me a continuar a escrever sem interrupções da mente,
e participo na escrita física, sem me distrair de mim própria, nem das palavras
nem do meu corpo dedicado a escrever.
Quando e assim que eu me vejo a imaginar-me a escrever no dia seguinte,
eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta projeção para o dia seguinte não é
real e que funciona apenas como um conforto da mente ilusório, pois eu não
consigo controlar completamente que amanhã terei o mesmo cenário com tempo e
condições para escrever sobre este ponto - aliás, eu apercebo-me que se
resolver este ponto agora, amanhã será a altura de aplicar a minha
auto-correção.
Eu comprometo-me a re-escrever o meu guião a cada respiração. Neste
caso, eu dedico-me a parar a procrastinação da escrita e a fisicamente a ligar
o computador e a fazer o exercício, e garantir a mim própria que durante essa
hora será o tempo dedicado a este exercício. Eu apercebo-me que esta dedicação
depende de mim e que qualquer distração é estar a sabotar a confiança em mim
própria como VIDA. Curiosamente eu vejo que acabo por dedicar mais atenção aos
outros do que a mim própria, o que é um indicador de desigualdade e ilusório -
a única maneira de eu ajudar os outros é a tornar-me um exemplo de honestidade
própria e Vida para mim própria primeiro.
Quando e assim que eu vejo que estou a adiar o meu exercício do curso
para o dia seguinte com base em imagens, eu páro e respiro. Eu estou ciente que
estou a enfrentar o padrão da procrastinação e vejo que tenho a oportunidade de
naquele momento parar de participar no padrão e de facto começar a escrever,
sem rodeios nem preparações, e simplesmente fazer o meu "trabalho de
casa" que me comprometi fazer. Apercebo-me que somente a mente-consciente
é baseada na energia do passado e em
ideias que alimentam a esperança oca de um futuro imaginário, quando na
realidade eu tenho-me aqui a cada momento. Logo eu recrio em mim a vontade
própria de mudar os meus hábitos a cada
momento e de viver a decisão de me ajudar a cada momento a aplicar em mim as
ferramentas da escrita, do perdão próprio e de fisicamente viver em
auto-correção.
Finalmente, quando e assim que eu me vejo a participar no conforto e
justificação baseados na ideia que da última vez adiei e que por isso desta vez
"não faz mal", eu páro e respiro. Eu apercebo-me que só a mim me
estou a enganar porque estou a criar um hábito que não é o melhor para mim, em
vez de dar direção a mim própria e andar o meu processo de me tornar Vida e
para isso dedicar-me a desconstruir as personalidades que me suprimem. Na
maioria das vezes, basta apenas parar os pensamentos da mente, respirar fundo e
dedicar-me a escrever sem permitir qualquer resistência para completar a minha
ação.