DIA 120: Esquecer-se dos outros é puro interesse próprio
Já alguma
vez te aconteceu planeares uma coisa com um amigo e durante o dia pensares
nisso, dares todos os passos para fazer o evento acontecer e, de repente,
começas a pensar noutras coisas e a fazer outras coisas até que te apercebes
que te esqueces-te do teu plano inicial?
Às vezes
ajuda pôr nomes às coisas e hoje dei a este fenómeno o nome de
interesse-próprio. Ao estar distraída com a minha vida, acabei por ignorar a
vida dos outros e desprezar a realidade dos outros, sem fazer um esforço por
viver o compromisso de estar ciente de mim e das minhas ações. Esta foi a prova
viva que viver na mente é ignorar a Vida; estar focada na minha mente é puro
interesse-próprio.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido participar na obcessão da mente e acreditar que
neste momento só os problemas da minha mente interessam.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido tomar a decisão de ver as preocupações da
minha mente, escrever, percebera origem e permitir-me parar de pensar nisso.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido estar atenta à minha presença neste espaço
temporal e assim ter noção do tempo a cada respiração.
EU perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que tenho de falar sobre o meu problema
e assim exigir a atenção dos outros como uma necessidade, quando na realidade
eu tenho de resolver o problema em mim, através do perdão-próprio e do meu
empenho em avançar no meu processo de honestidade própria.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido deliberadamente distraído do tempo com base na
ideia que sou uma vítima e que mereço um
"desconto".
Eu
comprometo-me a ser constante no meu compromisso de viver as palavras e
auto-correção que me apercebo durante o meu processo de escrita e de
introspeção.
Quando e
assim que eu me vejo a pensar muito numa coisa como se esta fosse a única coisa
a tratar neste mundo,eu páro e respiro. Eu apercebo-me que "este
mundo" que eu acredito ser real é de facto a mente e que aquilo que eu
interpreto à minha volta é um reflexo da mente que eu tenho de limpar em mim.
Quando e
assim que eu me vejo a querer fazer muitas coisas ao mesmo tempo em vez de me
focar naquilo que combinei com a outra pessoa, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que estas distrações
têm que ver com pontos que eu tenho mesmo de ver em mim e resolver que até
agora eu tenho evitado ver. Vejo que a minha "vontade" de fazer as coisas varia ao longo do dia e que esta é uma forma de auto-sabotagem porque significa que não estou estável incondicionalmente comigo e com os outros. Eu comprometo-me a trabalhar a minha assertividade comigo e com os outros de modo a parar o interesse-próprio e a conseguir ver para além daquilo que a mente vê.
Quando e
assim que eu me vejo a começar a interromper aquilo que eu havia pensado fazer
à hora do meu encontro, eu páro e respiro. Eu permito-me parar a mente de
pensamentos para me dedicar à minha direção e decisão de completar a minha
tarefa e de trabalhar estas resistências a ser constante comigo própria e nas minhas ações.