DIA 121: Resistência a ser direta
A
personalidade do "eu não sei" ficou no dia de ontem. Se falar de mais
o meu corpo dá logo sinais de cansaço. Aquilo a que chamamos de
"gripe" é de facto a nossa própria criação...
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido participar nos auto-julgamentos da mente de ser
indecisa ou de não me expressar claramente enquanto converso com os outros, em
vez de abrandar o modo automático da mente, e realmente me expressar no momento
em honestidade própria com todos.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido falar e mudar o meu tom de voz conforme eu vejo
ser a reação do outro, que é uma forma de procurar a apreciação do outro numa
luta das mentes, em vez de estar confiante de tudo aquilo que eu digo,
confiante da minha honestidade própria e da responsabilidade de falar sempre em
honestidade própria.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido participar na "excitação" de partilhar
coisas com os outros e acabar por falar de pontos que eu ainda não explorei por
mim/em mim.
Apercebo-me
que qualquer julgamento/ideia que eu criei sobre mim tem a ver com a acumulação
de imagens/ideias que eu criei e permiti dominar a minha existência. Ao ver o
padrão a surgir como característica que eu me tenho definido, como por exemplo "ser
indecisa", eu páro a personalidade do "eu não sei", respiro. Eu
recomeço a minha recriação a cada momento e apercebo-me que sou capaz de me
corrigir ao parar de acreditar nestas ideias que eu dictei para mim própria. Eu
apercebo-me que é da minha responsabilidade saber aquilo que é melhor parar
mim, logo a personalidade "não sei" é abdicar da minha
responsabilidade de me dar direção.
Realizo
também que os auto-julgamentos são baseadas em experiências passadas, logo, sei
que se permitir que a mente tome conta de mim, irei consequentemente repetir o
passado. Ao respirar e parar os julgamentos, eu estou a dar espaço para me
recriar no momento em auto-correção.
Quando e
assim que eu me vejo a pensar que "não sei ser direta", eu páro e
respiro.
Eu tenho-me apercebido que o "ser direta" com os outro s tem a ver com "ser direta" COMIGO PRÓPRIA, em ser clara comigo e com aquilo que eu estou a dizer. Apercebo-me que a minha comunicação com os outros é um reflexo da comunicação que eu tenho comigo própria.
Eu comprometo-me a parar a pressa da
mente e a ver as coisas de forma realista, sem querer ir mais rápido do que as
palavras - ao longo destes sete anos de processo eu ajudo-me a estar ciente de
cada palavra que eu penso e digo de modo a viver as palavras e portanto ser as
palavras.
Apercebo-me
que tenho medo de dizer certas
expressões com base na ideia que não vou concretizar tal ideia. Por isso,
quando e assim que eu me vejo a ter o medo de falar sobre certos pontos, eu
páro, respiro e, em vez de exteriorizar este conflito interno, eu comprometo-me
primeiro a resolver este ponto em mim, para estar completamente ciente daquilo
que eu digo e daquilo que eu faço, sem prjectar no mundo as minhas dúvidas e
medos. Eu comprometo-me a comunicar em honestidade comigo mesma, sem querer
parecer mais ou melhor aos olhos dos outros - que são um espelho de mim. Logo,
eu apercebo-me que ao querer enganar os outros eu estou de facto a querer
enganar a mim própria, em vez de me dar a oportunidade de estabelecer uma
relação de confiança incondicional comigo própria, com aquilo que eu digo e com
aquilo que eu faço, e aplicar este "trabalho de casa" na minha
realidade, com paciência mas ao mesmo tempo com direção e vontade própria.
Quando e
assim que eu me vejo a desejar dizer mais do que aquilo que eu trabalhei em mim
(através do perdão-próprio e das realizações pessoais), eu páro e respiro. Eu
apercebo-me que esta vontade de espalhar ideias no ar está relacionada com a
esperança de ter uma "solução vinda do ar" ou de ver algo que ainda
não tinha visto antes, quando na realidade o que acontece é acumular mais
ideias sem qualquer estrutura nem direção. Logo, eu comprometo-me a ajudar a
mim própria a organizar os meus pensamentos, a escrever regularmente, a ver por
mim e a ser responsável por dar direção à minha vida, sem esperanças que as
soluções apareçam literalmente do nada!