DIA 8 - As SAUDADES passaram
Hoje tive
aquele aperto na garganta que não deixa as lágrimas sair. Apercebi-me que as
lágrimas seriam uma distração - o padrão das saudades estava mesmo à minha
frente para eu enfrentar...
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido estar a alimentar imagens da memória baseadas no
desejo de voltar a estar na quinta na África do Sul.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido refugiar-me no conforto das imagens da mente e
esquecer-me de mim aqui nesta realidade física.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido julgar tudo à minha volta como insignificante,
baseada na vontade de estar noutro lugar. Eu perdoo-me por me ter aceite e
permitido participar na ideia que na cidade vai ser impossível trazer a mudança
porque é tudo demasiado "grande".
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido julgar-me como incapaz de providenciar a
estabilidade e o apoio a mim mesma que é necessário.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido participar na sensação de saudades, de um ponto
de partida de estar incompleta aqui, em vez de realizar que este apego é
somente uma limitação. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que
sou mais eficaz na quinta, o que é de facto uma auto-sabotagem - eu sou
responsável por estar estável aqui, em qualquer lugar.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido usar as lágrimas como uma distração de mim
própria e a necessidade de ter atenção à minha volta para compensar o
sentimento de solidão.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido sentir-me sem poder no momento presente porque
tudo parece ser mais fácil na mente. Apercebo-me que as imagens e ideias da
mente não são reais.
Comprometo-me
a parar as imagens baseadas em memórias do passado - só assim estou realmente
Aqui.
Quando e
assim que eu me vejo participar na vontade de chorar, eu páro e respiro. Eu
comprometo-me a parar a auto-sabotagem e assim permito-me ver os pontos que têm
de ser resolvidos em mim e por mim.
Quando e
assim que eu me vejo projectar a tristeza à minha volta, eu páro e respiro.
Apercebo-me que eu sou responsável pela minha criação e por isso permito-me
estar bem aqui. Apercebo-me que eu sou o processo em todo o lado, logo foco-me
aqui, onde quer que esteja.
Comprometo-me
a ser curiosa para realmente conhecer-me e não acreditar no conforto do passado
da mente.
Quando e
assim que eu me vejo participar na emoção do corpo ao pensar no passado, eu
páro e respiro. Realizo que estas memórias não são reais e que é uma forma de
ignorar o presente. Permito-me parar cada imagem para que me possa dar a
estabilidade que vejo nas imagens a mim mesma aqui e agora. Só assim irei ser
capaz de estar aqui completa e em honestidade própria.