DIA 4 - Julgamentos da mente
Quem somos
nós sem o "anjo" e o "diabo" da mente? Quem somos nós sem
os julgamentos da mente que temos sobre nós próprios e dos outros à nossa
volta? O julgamento é aquela conversa interior que se passa nas nossas cabeças
e que mais ninguém vê. Por isso, cada um é responsável por lidar com as
confusões que se passam dentro de si. Trata-se sempre de honestidade própria e
auto-ajuda. Os julgamentos próprios, apesar de serem aparentemente invisíveis,
estes manifestam-se na nossa ação, frequentemente caracterizada por auto-punição, arrependimento, falta de
confiança e projecção dos nossos julgamentos nas pessoas à sua volta.
Este
julgamento próprio é uma total separação porque envolve a ideia que "será
sempre assim", "esta é a minha personalidade", etc. em vez de
nos permitirmos recriarmo-nos numa versão melhor de nós próprios. Os
julgamentos são uma prisão pessoal à qual temos sido habituados a aceitar como
normal e muitas vezes apoiados pela religião - a ideia de julgamento final, por
exemplo. Em vez de esperarmos até lá,
porque não enfrentar aquilo que nos permitimos tornar/julgar de nós próprios e dos
outros, para que nos possamos corrigir enquanto Vivemos?
Os
julgamentos, quer sejam positivos ou negativos, são uma decepção.
Quantas
vezes acontece queremos fazer o "bem" e acaba por correr tudo
"mal"? Primeiro que tudo, de onde vem a noção de "bem" e de
mal? - associada a memórias de infância, padrões educacionais e a
extensão de controle na televisão, sem realmente perceber o que é o melhor para todos.
Enquanto nós estivermos
ocupados na mente, seremos os perfeitos "escravos" de nós próprios e
não conseguiremos ver o mundo para além daquilo que a nossa mente fechada vê.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido tornar-me no meu deus e julgar-me a todo o
momento, em vez de perceber que tal julgamento não é real e que é de facto uma
limitação/controlo da mente/controlo sobre mim própria baseado em medo do futuro, medo de errar e medo da punição.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ser dura comigo própria ao julgar-me pela minha acção em vez de me focar na minha auto-correcção e parar a limiatação da minha expressividade.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido dar valor ao quadro-moral e aos padrões culturais
à minha volta, em vez de questionar e mudar a minha acção de modo a ser o
melhor para mim e para todos.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido ver
que todos os julgamentos são baseados em polaridade e portanto estão em
constante fricção. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar que não
sou capaz de parar as "vozes" da consciência, baseada na
personalidade que criei de mim própria.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que tenho de seguir os pensamentos da
mente, em vez de me focar no que está aqui para eu ver em mim e assim tomar uma direcção que me apoie incondicionalmente.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido projectar nos outros à minha volta os julgamentos
de certo/errado que criei de mim própria, em vez de tomar responsabilidade pela
minha limitação e parar tal participação no mundo. Eu perdoo-me por me ter
aceite e permitido habituar-me às vozes da consciência dentro de mim/no mundo
em vez de me dedicar a tornar-me num exemplo de vida incondicional e de
auto-aperfeiçoamento.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar nos pensamentos/voz da consciência como
se fossem reais, em vez de realizar que estes julgamentos foram criados por mim
e portanto eu sou a única a limitar-me.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido julgar como incapaz de me ajudar a mim própria e
desejar que um Deus, santo, familiar, amigo, namorado me ajude, em vez de
perceber que ao tomar responsabilidade por mim estou de facto a dar o apoio
necessário a mim própria para me realizar enquanto Vida.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido julgar as minhas acções como sendo inferiores às
acções dos outros e por isso julgar-me menos do que as outras pessoas, em vez
de me aperceber que o ponto de partida de inferioridade/superioridade é uma
decepção e forma de sabotar a minha acção.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido julgar as minhas acções como erradas, em vez de
analisar a minha acção em honestidade própria e auto-corrigir-me nos pontos
necessários.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido abdicar da minha capacidade de mudar baseada na
ideia/personalidade/julgamentos que criei de mim própria e que teria de seguir,
em vez de me perDoAR pela acumulação de ideias para que me dedique a ser a
minha solução.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido querer ser mais do que os meus julgamentos e
assim participar numa constante luta/competição interior.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar na resistência de mudar, em vez de
perceber que isso é sinal que não estou a seguir os padrões/julgamentos que
trazem "conforto" à mente.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido julgar-me como superior baseada em memórias de
sucessos profissionais e com base na quantidade de conhecimento estudado.
Apercebo-me
que os julgamentos que criei de mim própria e que foram projectados no mundo à
minha volta é uma completa ilusão - é de facto uma forma de me auto-limitar e
de me manter fechada dentro dos padrões a que me tenho habituado existir.
Quando e
assim que eu me vejo participar na conversa interior que julga o que eu faço
como certo ou errado, eu páro e respiro. Apercebo-me que estou de facto a criar um ciclo de momentos de orgulho vs.
arrependimento que só criam instabilidade em
mim e no mundo a minha volta.
Quando e
assim que eu me vejo participar em julgamentos sobre decisões que eu tomo, eu
páro e respiro. Deste modo, permito-me reeducar a confiar em mim própria e nas
decisões que tomo como sendo o melhor para mim.
Quando e
assim que eu me vejo participar na ideia que não consigo aperfeiçoar a minha
acção, eu páro e respiro. Apercebo-me que este julgamento de mim própria é uma
resistência a mudar a minha atitude e acção em relação a mim e àquilo que eu
faço.
Quando e
assim que eu me vejo julgar uma pessoa como inferior, eu páro e respiro.
Realizo que eu estou de facto a separar-me de mim própria e a não querer ver o
padrão que eu projecto no outro, ou seja, o padrão que eu vejo no outro e que
existe em mim. Ao ver no outro um padrão de comportamento, eu ajudo-me a
conhecer-me e a auto-corrigir-me.
Quando e
assim que eu me vejo participar em comparações em relação aos outros, eu páro e
respiro. Eu apercebo-me que a comparação tem origem na necessidade de ser mais,
o que me mostra que eu ainda não me permito ser completa em mim mesma.
Quando e
assim que eu me julgo superior baseada em memórias, elogios e nos meus sucessos
profissionais, eu páro e respiro. Apercebo-me que todas estas definições são
distrações e que nada disso é de facto superior, visto que eu e os outros seres
humanos somos iguais na nossa existência. Realizo que estes "requerimentos
profissionais" são necessidades do sistema e que não definem as pessoas
como superiores ou inferiores.
Superior ---
baseada na minha carreira/sucessos
Assim que eu
me vejo participar nas vozes da "consciência" tanto positivas como
negativas, eu páro e respiro. Desta forma, permito-me recriar a minha acção com
base no que está aqui e não com base num padrão de julgamento.
Quando e
assim que eu me vejo participar no julgamento/ideia que aquilo que eu faço não
é bom o suficiente, eu páro e respiro. Assim, dedico-me a estar ciente de mim
no momento e a agir de acordo com aquilo que é o melhor para todos, sem estar
limitada a ideias pré-definidas mesmo antes de agir.
A partir de
agora, a minha acção representa a transcendência dos julgamentos e
resistências.