DIA 3 - Medo do escuro
Todos os medos são criados por nós e nós fomos
criados em medo. Está na altura de silenciar a mente para dar lugar à expressão
incondicional. Para isso, não vale a pena evitar ver o medo - afinal de contas, é a nós próprios que nos estamos a enganar.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido sentir-me perdida no escuro.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido estar confortável num espaço escuro, sem me
permitir participar na imaginação da mente em relação àquilo que os meus olhos
não vêem.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido estar estável no escuro e parar as cenas de
filmes de terror associadas ao escuro que eu acumulei ao longo do tempo na
minha mente, mas que não são reais.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido associar o escuro à ideia de fazer coisas às
escondidas ainda baseada em memórias da minha infância, o que mostra a
limitação do passado em relação ao momento presente.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido associar o escuro ao "negativo" e o
branco/dia ao "positivo". Apercebo-me que estas duas manifestações
são iguais e que a única coisa que difere é a percepção acerca de cada uma - e
a percepção em si não é real.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido desconfiar da minha capacidade de orientação no
escuro e por sentir medo da falta de controlo sobre o ambiente à minha volta.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desejar controlar o que está à minha
volta, baseada no medo de perder o que tenho.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido associar o escuro da noite a momentos de solidão.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido sabotar a minha presença/estabilidade no escuro
ao acreditar nas imagens de assaltos e violência da mente (influenciada por
filmes e imaginação) .
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido participar e manifestar o medo do escuro baseada
na ideia de escuro vs luz da religião
cristã.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que luz é paz/vida e que o escuro é
guerra/morte - vejo agora que estas definições são de facto traços da
personalidade que eu alimentei e que eu sou responsável pelos medos e das ideias que eu me permiti
acumular. O ponto de partida é igual em ambas polaridades - o medo da morte.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que a sensação de medo é real, em vez
de perceber que se trata de uma descarga energética/de emoção que eu permito
existir em mim.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido habituar-me a julgar o escuro épocas passadas de terror, tal como as
guerras medievais onde todas as imagens (de filmes) são muito escuras e
assustadoras.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido imaginar um vulto no escuro a aproximar-se de mim
- vejo que estou de facto a auto-sabotar a minha presença e a pensar que as
imagens da mente são reais.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido estar incondicionalmente estável em mim,
tanto de dia como de noite.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido alimentar as imagens da mente em vez de parar
qualquer imagem e olhar para o ponto em total honestidade própria e perceber de
onde é que o medo vem - assim, saberei onde começar a perdoar a enfrentar e
transcender o medo/limitação.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido imaginar-me a ser tomada de assalto por um homem
enquanto caminho na rua à noite. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido
pensar em mim como uma vítima à noite - vejo que estas ideias são baseadas nas
experiências de outras pessoas e em filmes, logo não são reais em mim nesta
realidade física. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar em
imagens contra mim própria. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido
definir-me como vítima de homens. Apercebo-me que tal pensamento me mostra uma
personalidade típica de sobrevivência e de medo de conflito baseada na ideia de
inferioridade, que logo à partida é desonesta. Eu tomo então responsabilidade
de parar os padrões de inferioridade e permito-me estar um igual com os homens.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido assustar-me com a minha própria sombra, o que
mostra que eu ando separada de mim própria e que não estou ciente dos meus
próprios movimentos.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido recear o infinito como aquilo que eu não vejo/não
conheço, em vez de confiar em mim própria a cada momento, como parte desta
existência e não separada do que existe. Apercebo-me que a escuridão funciona
como um espelho de mim própria, visto que não há qualquer distração, excepto os
pensamentos que eu aceito em mim própria. Desta forma, perdoo cada um dos
medos/pensamentos/ideias à medida que estes surgem e ponho-me em prática no
exacto momento.
Eu
apercebo-me que a noite/o escuro é um apoio para eu ver os meus padrões da
mente e todas as constantes sensações/medos que apenas se tornam mais claros no
escuro.
Quando e
assim que eu me vejo participar nas imagens da mente quando estou num local
escuro, eu páro e respiro. A mente não é real e não suporta a vida. É da minha
responsabilidade auto-definir-me e parar os medos/limitações da mente e que são
manifestadas no mundo físico.
Quando e
assim que eu me vir participar e alimentar a sensação de medo como sendo real,
eu páro e respiro. Vejo que o medo é um automatismo que apenas me auto-limitar
- ao respirar, apercebo-me olhar para a origem do medo em mim para que
finalmente possa perdoar e andar em auto-correcção/criação.
Ao
aperceber-me que me permiti criar a instabilidade emocional para mim própria,
eu páro e respiro. Assim, dou a mim própria a calma que necessito para estar no
momento presente e permito-me estar ciente dos meus movimentos
incondicionalmente - eu sou responsável pelo meu bem-estar e pela minha
presença neste mundo. Eu estou no processo de me tornar no meu próprio exemplo
de vida, um igual com tudo, incluindo a escuridão e a noite.
Quando e
assim que eu me vejo projectar na escuridão as imagens de filmes, ideias da
mente, associações a épocas passadas e a memórias, eu páro e respiro. Assim não
me permito fechar na mente e ajudo-me a estar aqui, a criar uma nova realidade
que é o melhor para mim e para todos. Eu não me permito e aceito existir em
auto-destruição.
Quando e
assim que eu me vejo projectar no escuro os medos baseados em ideias de
inferioridade em relação aos homens, eu páro e respiro. Ao estar ciente de tais
padrões, ajudo-me a ser eficiente na aplicação do perdão próprio e a pôr em
prática o meu alinhamento com o EU, enquanto vida um e igual com tudo e com
todos. Eu comprometo-me a não aceitar participar numa personalidade de medo que
é contra a vida/contra mim/contra a igualdade/contra existência.