DIA 11 - Acabar a relação que tenho comigo própria
Hoje
permiti-me sentir medo ao ler a frase do João "vamos ter uma conversa
séria".
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido associar a palavra a séria a qualquer coisa
contra a minha vontade. Aliás, apercebo-me que estou presa à minha vontade e
que não me estou a permitir ver aquilo que é o melhor para mim, logo, para os
outros também.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido associar a conversa sobre "uma coisa
séria" com a morte ou com o fim de alguma coisa, neste caso da nossa
relação. Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido terminar a nossa
relação em mim. Apercebo-me que a relação que tenho com os outros é uma
projecção da relação que tenho comigo própria.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido limitar-me com a relação que criei comigo própria
baseada nos pensamentos e crenças que me permiti acreditar como sendo reais e
que não são o melhor para mim.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido limitar-me com a relação que criei com as
pessoas, especialmente com os homens. Apercebo-me que tem sido uma relação de
carência da minha parte, de dependência e de completa irresponsabilidade
própria.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido colocar-me numa situação de não saber o que é o
melhor para mim, em vez de me comprometer a restabelecer em completa
estabilidade própria e a confiança própria. Apercebo-me que a minha
estabilidade e a confiança não estão dependentes nem limitadas por ninguém.
Eu perdoo-me
por não me permitir e aceitar estar
sempre estável no meu ser quando converso com o outro.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido ter medo de estar sozinha e acreditar que sou
"menos" sozinha. Realizo que eu sou sozinha, mesmo quando estou com
os outros. Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido tomar
responsabilidade sobre o meu processo individual de Vida e dedicar-me a cem por
cento à total recreação do meu ser.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido definir-me pelas relações que tenho e que tive, e
estar presa à personalidade das relações baseadas em interesse próprio. Realizo
que o interesse próprio é baseado nos desejos da mente e não em decisões que
são o melhor para mim que perduram no tempo.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido desejar manter a relação que tenho comigo
própria, baseada em personalidades de desejos, punições, julgamentos próprios,
comparações e de desconfiança própria.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido desejar mudar para que o outro veja que eu mudei
e que sou digna de confiança, em vez de realizar que só existe mudança quando
eu mudo por mim e para mim e que esta mudança acontece de dentro para fora, e
não de fora para dentro.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido conter-me na mudança, ao estar agarrada às
relações de apego e hábitos da mente.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido puxar por mim e pelo meu processo de mudança.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar na ilusão e conforto da mente ao pensar
que "vai ficar tudo bem" do ponto de vista daquilo que eu defini como
sendo o bem (interesse próprio), quando
sei que este estado da mente é uma distração. Estou de facto a sabotar a minha
vida e a limitar todo o potencial que há em mim enquanto Vida.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido desistir de mim própria e ceder na minha própria
direcção.
Quando e
assim que eu me vejo a reagir à palavra "séria" eu páro e respiro. Eu
estou ciente das associações da mente e permito-me viver a redefinição da
palavra: "séria" - qualquer coisa que implica a completa tomada de
responsabilidade de todas as partes.
Quando e
assim que eu penso que não sou capaz de tamanha responsabilidade, eu páro e
respiro. Apercebo-me que não tenho escolha e que neste processo é tudo ou nada.
Comprometo-me
a tomar completa responsabilidade pelo meu processo de recriação de mim igual a
Vida.
Quando e
assim que eu me vejo participar no desejo de mudança para agradar o outro ou
para manter o outro comigo (numa relação da mente), eu páro e respiro. Realizo
que a mudança separada de mim não é real, mas simplesmente uma cilada do tempo
até eu ver o ponto nova-mente e me decidir mudar. Comprometo-me a parar as
associações da mente baseadas nas minhas experiências do passado - permito-me a
tomar responsabilidade agora pela minha mudança e dedico-me a tomar decisões
que sejam o melhor para mim, logo para o outro.
Quando e
assim que eu me vejo definir como estando dependente das decisões dos outros,
eu páro e respiro. Eu apercebo-me que sou eu quem não está a tomar igual
responsabilidade na tomada de decisão e no estudo de novas soluções.
Comprometo-me
a desenhar novas soluções para mim e a restabelecer-me como a solução para mim
própria. Eu comprometo-me a estabelecer uma relação comigo que seja um e igual
com a Vida.
Apercebo-me
que só a viver num acordo de estabilidade comigo própria, sou capaz de parar as
relações da mente e estar um e igual comigo e com o outro.