DIA 200: A auto-derrota mental
Foi "preciso" passar pelo desespero/stress de bater no fundo para decidir
parar este padrão. Lembro-me de ouvir um Professor da faculdade dizer que às
vezes era preciso bater com a cabeça na parede para aprender e ver a parede que
está mesmo à nossa frente - neste caso não se trata de uma parede física mas de
uma barreira mental que me bloqueia a visão. Ontem dei por mim a ver o diálogo
da minha mente sobre "Isto é demais para mim", "não
consigo" e a tentar encontrar justificações na mente para defender esta
reação interna - a verdade é que, mesmo que eu culpe algo ou alguém, a raiva
continua em mim e é a mim que estou a prejudicar (e consequentemente os
outros/o mundo à minha volta claro). No seguimento desse diálogo
auto-derrotador, eu perguntei-me: - mas porque é que quando eu falo com os
outros quero dar a entender que está tudo bem e que é tudo mais simples, mas
depois na minha mente penso que é tudo em demasia e muito complicado
(referia-me aqui à minha carga de trabalho semanal). E nesse momento vi que eu
não precisava de alimentar este diálogo dentro de mim, nem de me "mandar
abaixo" ou pisar-me, e é este o efeito que estes pensamentos têm em mim -
repisar nas decisões, repisar naquilo que me é dito, repisar sobre aquilo que
eu fiz ou não fiz, e continuar a bater na mesma tecla em auto-destruição. E
isso é demais; torna-se tudo mil vezes mais complicado e parece que o mundo
está contra mim (claro que para aqueles
cientes do Processo percebe-se imediatamente que este "mundo" é o
espelho de mim própria.)
Por isso,
naquele momento decidi deliberadamente parar os pensamentos e ver o que é que
acontecia ao pará-los - experienciei então
leveza, como se tivesse pousado uma mala e continuásse a andar - e continuei a andar, porque de facto não
preciso destes pensamentos da mente e sou capaz de ver as coisas sem (me)
complicar.
Não me
lembro da altura em que os pensamentos de derrota se instalaram em mim mas
apercebo-me que é um programa automático para o qual eu tenho tendência de ir.
Por isso depende de mim parar esta tendência e dar-me direção a cada momento
para não cair na derrota mental.
Esta é
também aquele tipo de derrota que surge antes mesmo de começar alguma coisa -
pensar que é demais sem sequer tentar uma solução.
No próximo
artigo irei partilhar o meu perdão-próprio e plano de como corrigir este padrão
em mim.