DIA 199: Desacelerar a mente em Portugal para evitar o "programa automático da mente"
Apercebo-me que a única maneira de me
aperceber dos padrões e ver as coisas como elas são (sem a interferência de
memórias ou hábitos do passado ou ideias de "é sempre assim") é a desacelerar a mente para evitar ir para o "programa automático da
mente", que funciona à base de imagens e projecções de um futuro
imaginado. Logo na primeira noite em que cheguei, fui a um evento e
apercebi-me de como as pessoas aqui parecem olhar fixamente, algo que em
Londres me parece menos comum. Por outro lado, vejo que este inicio de
preocupação ao ver alguém a olhar para mim é de facto uma projeção minha, sobre
qualquer coisa que eu possa pensar que o outro pense! Isto é o cúmulo da
distração. Ao trazer o ponto para mim própria, apercebi-me daquilo que a minha
mente se andava a entreter e foi mais fácil parar os pensamentos, respirar e estar presente, focada naquilo que eu estava a fazer.
Outro ponto
que me apercebi à chegada foi a minha falta de paciência, ponto que ainda estou
a trabalhar em mim. É como se quisesse impor nos outros a minha disciplina, em
vez de me focar simplesmente em ser o meu exemplo a cada momento - disciplina não implica levantar a voz nem ser rígida
ou inflexível - implica viver as minhas palavras, fazer aquilo que tenho a
fazer por mim, garantir que sou honesta comigo-própria e, para isso, ser clara
na minha comunicação com os outros, mas sem o intuito de criar separação.
Photo: A descontração Lisboeta, em frente ao Palácio da Ajuda. Joana Jesus 2013