DIA 198: O que eu permito acumular em mim
Hoje
vi/enfrentei a consequência de manter o backchat da mente activo, ou seja,
alimentar as conversas internas da mente que se acumulam em relação a algo ou a
alguém e, sem me dar conta, começaram a ser trazidas cá para fora. Revi-me numa
situação de "fazer queixinhas", como se tivesse acumulado uma série
de experiências e naquele momento estava a contar o meu ponto de vista. O caso
em questão é irrelevante porque isto passa-se entre amigos, familiares, casais,
conhecidos, colegas e até mesmo desconhecidos. Depois de ter falado com o meu
colega sobre a situação que eu andava a acumular em mim, apercebi-me que se
tratava de falar nas costas do outro e senti vergonha. É incrivel como a mente
passa da polaridade de controlo vs vergonha, em constante entretenimento de
auto-julgamentos, em vez de ver o que se passava na minha relação comigo.
Eu
pergunto-me: - Porque é que eu não escrevi sobre a situação que me estava a
incomodar, para primeiro investigar por mim o problema e escrever as respostas
e a solução para mim própria?
Porque é que
aceito acumular o backchat em relação ao outro se na realidade é a mim que
estou a dificultar o meu processo, pois estou agarrada à mente?
Escrever
sobre o backchat iria ajudar-me a ver quais são os julgamentos que eu estou
automaticamente a projectar no outro.
No momento
em que eu trazia esta história cá para fora, apercebi-me da minha posição de
vítima, como se quisesse que o outro me desse razão e me protegesse do
"mauzão".
Por breves
momentos eu apercebi-me que estava a seguir a mente dos julgamentos e no fim da
conversa reparei que aquilo que eu tinha visto tinha sido de facto pontos que
eu posso melhorar na minha relação com aquilo que eu faço, com os outros e o as
minhas práticas de trabalho. Apercebo-me que não foi responsável da minha parte
pôr o backchat cá para fora sem ter
primeiro investigado estes pontos em mim própria, estudar soluções e ver os
padrões. E são estes os padrões que eu tenho aceite e permitido na minha vida
são os padrões que têm condicionado a minha vida, caso contrário não tinha
levado a peito relação com o meu colega.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido ser motivada pelo desejo de atenção e por isso
querer partilhar o backchat como uma vítima, em
vez de dar-me direção e recriar um plano para resolver esta relação
comigo (projectada no outro).
Nisto, eu
comprometo-me a escrever sobre o backchat quando eu vejo a acumular-se em mim e
a perdoar os julgamentos da mente que eu ainda alimento ou acumulo em relação a
algo ou alguém. Eu apercebo-me que a
minha estabilidade é incondicional e que, ao ver estes padrões através
da minha relação com o outro, pode funcionar como um espelho para eu perceber
as personalidades/pensamentos/ideias que eu permiti acumular em mim e que
portanto eu sou responsável por corrigir em mim.
1 comments:
Write commentsOla Joana. Pois e', no fundo, quando algo nos faz confusao no outro, e' porque nos identificamos com ele, nos espelhamos, e aquilo que vemos nele das duas uma: ou e' algo que nao temos e queriamos muito, ou e' algo que temos e nao gostamos , e como somos muito orgulhosos para nos criticarmos a nos mesmos, criticamos o outro. E' mais facil, e penso que inconscientemente o fazemos porque e' o "normal" desta sociedade. Fortes sao aqueles que conseguem olhar pra eles mesmos em vez de olharem os outros... Mesmo depois de terem criticado, ao menos aperceberam-se que estavam mais uma vez a entrar nessa onda de falar mal do outro... Enfim, o ser humano e mesmo assim, e infelizmente a maior parte das pessoas anda "cega" como eu costumo dizer, e prefere viver de acordo com estes padroes "normais" de falar do outro, em vez de lutar por ele mesmo (o que traz o real bem estar inferior). Eu falo por mim que muitas vezes me deixo levar por essa onda, mesmo sabendo que so estou a tapar o sol com a peneira, e que tenho de uma vez por todas parar e refletir sobre mim e nao sobre os outros...Mais uma vez parabens Joana, admiro muito este teu "trabalho" :) Ana Claudia Faria
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