DIA 204: Mecanismo de defesa da mente
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No meu caso
de ontem, como eu expliquei no meu artigo De onde vem esta necessidade de medefender? apercebi-me desta vontade/energia para responder imediatamente, sem
sequer me dar tempo para analisar os vários pontos envolvidos. Vejo então que o
mecanismo de defesa da mente é uma forma de instinto de sobrevivência do ego,
no qual manifesto o medo daquilo que o outro possa vir a pensar de mim e
portanto tenho esta necessidade de agir o mais depressa possível. No entanto,
ao escrever sobre isto, vejo que eu não posso controlar o que quer que seja que
o outro possa vir a pensar de mim, porque nenhum desses pensamentos tem de ser
tomado como pessoal. Da mesma maneira que qual quer que seja o julgamento que
eu possa vir a pensar que o outro tenha de mim tem apenas a ver com o meu
próprio julgamento. Nisto, vou então aplicar o perdão próprio sobre a reação de
defesa pessoal quando permito sentir-me atacada pelo outro:
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido reagir quando recebi o email do meu colega e por
ter levado a pergunta do outro como um ataque ao meu trabalho.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido estar vulnerável à interpretação da mente sobre
aquilo que me é dito, em vez de verificar em honestidade-própria se fiz
realmente tudo aquilo que eu era suposto fazer naquela tarefa específica.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido entrar no jogo de defesa da mente ao responder
com base na ideia de estar a ser atacada, em vez de responder em senso comum e
estar aberta ao comentário do outro sem uma personal
agenda.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido ficar ansiosa perante a questão, em vez de
perceber que as outras pessoas podem não estar inteiramente dentro do assunto e
é da minha responsabilidade passar essa informação e esclarecer o que é que foi
feito. Assim, eu apercebo-me que a questão do outro não tem de ser considerada
como um ataque ao meu trabalho, mas simplesmente um pedido de clarificação.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido ver que a minha reação não teve a ver com o
outro mas que me mostra a insegurança que eu ainda tenho de corrigir em mim em
relação ao meu trabalho.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido tomar completa responsabilidade pelas tarefas
que eu faço e garantir que sou sempre capaz de responder a qualquer
clarificação que me seja pedida, em plena estabilidade, ciente que fiz o melhor
que podia e tudo aquilo que estava ao meu alcance. Desta forma, apercebo-me que
crio a minha estabilidade à priori e que
estou estável nas minhas decisões sobre aquilo que eu faço no meu trabalho.
Quando e
assim que eu me vejo a julgar um comentário/pergunta como um ataque pessoal, eu
páro e respiro. Em vez de participar no programa automático da mente de defesa,
eu comprometo-me a dar direção àquele momento, e permito-me então parar o
ataque pessoal em mim e permito-me ver o senso comum da questão. Dou-me também
a oportunidade de investigar em mim qual é que o ataque que eu estou a
interpretar e ajudo-me a perceber de onde é que o auto-julgamento vem. Neste
caso, eu comprometo-me a responder em senso comum àquilo que me é pedido, sem
ter qualquer segundas intenções de me defender ou de marcar pontos. Se for
preciso, faço perdão-próprio no momento em que sinto a reação e ansiedade em
mim, e comprometo-me a parar a ideia de que o outro desconfia das minhas
capacidades.Eu apercebo-me que é nestas situações que eu demonstro maturidade a
lidar com os problemas e me mantenho como um elemento estável na equipa, como
um exemplo para mim própria e para os outros.
Quando e assim que eu me vejo a participar na competição do ego de "querer ganhar a discussão", eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta competição com "o outro" é de facto uma competição comigo própria e que este conflito do ego é uma fonte de instabilidade dentro de mim. Vejo então que a minha relação com os outros é um espelho da relação que tenho comigo própria, e que posso usar a minha relação com os outros como um indicador daquilo que eu sou responsável por mudar em mim, para o meu próprio bem.
Eu
apercebo-me que qualquer julgamento que eu possa pensar que o outro tenha de
mim é um julgamento que eu tenho sobre mim própria e cabe-me a mim trabalhar
esse ponto em mim e verificar onde e como é que eu posso corrigir/aperfeiçoar a
minha ação. Ao mesmo tempo, eu apercebo-me que o comentário que vem da outra
pessoa é também uma projeção da mente dessa pessoa e que depende de mim aceitar
isso como um ataque pessoal ou não.
Em
honestidade própria, eu permito-me dar estabilidade numa situação em que sou
chamada à responsabilidade, ao estar ciente que tomei as ações necessárias para
levar a cabo a minha tarefa. Eu apercebo-me que ao não permitir que a reação se
imponha na minha relação com os outros, eu sou capaz de ver a situação em senso
comum e estar um e igual com o resto da equipa, sem procurar tomar posições
defensivas ou de ataque, mas procuro cumprir a minha responsabilidade
individual para com a equipa e para com o resultado final do projecto.