DIA 138: Deixar uma coisa meia feita e outra por fazer
Revisitei
este padrão e ainda estou a aprofundar o que é que se passou. Sei que podia ter
completado uma tarefa diária ao simplesmente focar-me em tudo aquilo que estava
a fazer - no entanto, quando me apercebi que tinha 15 min à espera que a comida ficasse pronta, decidi fazer milhares de coisas - coisas que eu sei
perfeitamente não demorariam 15 minutos porque, para além de nunca demorarem 15
minutos, estaria sempre a considerar parar para voltara dar atenção à minha
tarefa inicial. Ou seja, ficou uma coisa meia feita e outra por fazer, quando
podia ter simplesmente tomado direção e, em vez de ir fazer qualquer coisa
completamente diferente daquela que eu estava a fazer inicialmente, porque não
olhar à minha volta e ver o que é que eu posso fazer durante este tempo para
que, quando a comida sair do forno, esteja tudo pronto?
Parece um
exemplo óbvio do dia-a-dia mas a verdade é que há um padrão por trás disto que
eu ainda não esclareci e corrigi em mim:
refiro-me a esta necessidade de fazer tudo ao mesmo tempo, sem uma direção
específica nem fio condutor. Qual é esta tendência a deixar coisas por fazer?
Será que é um reflexo de eu me permitir ficar pela metade de mim, em vez de
investigar incondicionalmente e de plena vontade tudo aquilo que se passa em
mim?Porque é que eu estou a participar deliberadamente num padrão e na culpa de participar no padrão? Como já temos visto, é desta energia/fricção vivida no físico que a mente se mantém activa, tal e qual um posto de vigia que consome a vida do corpo.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido ter esperança que o tempo seja elástico e esperar
que miraculosamente consiga terminar a minha tarefa sem primeiro ter a certeza
que, com base no tempo disponível, saber com o que é que eu podia contar fazer
ou não fazer.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido dispersar de uma tarefa para a outra, sem me
permitir focar-me na tarefa inicial, dar o meu melhor, garantir que está tudo
feito (perfeito) para que eu complete esta tarefa em mim em plenitude, sem dar
azo a pressas, ou esperanças ou frustrações contra o tempo.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido estar um e igual com aquilo que eu estou a
fazer, e , portanto, não participar na necessidade de pensar naquilo que eu vou
fazer a seguir, como se o tempo estivesse contra mim.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido estar contra mim própria ao estar contra o tempo,
em vez de me permitir estar aqui presente a cada respiração e ser este o meu
guião para cada passo. Respiração em respiração, ciente de mim e do mundo à
minha volta e daquilo que em sentido comum eu posso/devo fazer.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido participar na emoção e excitação de "tenho
tempo livre", sem ver que esta ideia positiva da mente é de facto uma
resposta à polaridade negativa de pensar que "nunca tenho tempo
livre" - apercebo-me que nenhuma destas polaridades da mente é real porque
é uma ideia que eu criei sobre mim e sobre a minha relação com o tempo.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido ser dura comigo própria ao querer fazer muitas
coisas ao mesmo tempo e estar portanto deliberadamente a separar-me da minha
estabilidade neste espaço/tempo.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que "isto é demais para
mim"sem ver que eu estou deliberadamente a colocar-me numa posição de
inferioridade em relação às coisas que eu estou a fazer. Em senso comum vejo
que a solução está em mim e nas minhas permissões e aceitações. Por isso, eu
vou estar atenta a este padrão e, quando eu me vir a saltar de uma ação para a
outra como se tivesse uma mola (chamada "motivação" da mente) nos
pés, eu páro e respiro. Nesse momento, eu permito-me ver aquilo que estou a
fazer, estar um e igual com o que eu estou a fazer e dou-me tempo para ver o
que ainda é preciso ser feito que a minha ação seja perfeita e concluída.
Eu
comprometo-me a praticar a minha direção própria, ao fazer horários claros para
mim própria e realista comigo própria.
Quando e
assim que eu me vejo a imaginar fazer uma coisa em 2 minutos, eu páro e
respiro. Eu apercebo-me que esta ideia pré-feita de que tudo demora 2 minutos
não é real. Eu apercebo-me que é a mim
que eu me estou a enganar e a criar esta frustração que não tem de existir.
Quando e
assim que eu me vejo a imaginar fazer uma coisa bem e rápido, eu páro e
respiro. Eu apercebo-me que fazer as coisas bem e rápido na mente é
irrelevante. Dedico-me a focar nesta realidade física e a ver o que é que eu
posso fazer na prática para me ajudar a ser assertiva comigo própria e
restabelecer a minha confiança no tempo que eu demoro a fazer as coisas, sem
ilusões nem rigidez (auto-julgamentos).
Quando e
assim que eu me vejo a participar na mente de imagens, pensamentos, ideias
sobre aquilo que eu vou fazer a segui, em modo
automático, baseado em memórias e experiências de situações semelhantes, eu páro
e respiro. Eu realizo que tenho a cada momento a oportunidade de me corrigir,
de me entregar em honestidade própria, de ultrapassar a resistência a completar
ações, de ver o padrão de entretenimento e de "deixar para depois aquilo
que pode ser feito aqui e agora". Eu dedico-me a estabelecer um plano de
correção com horários realistas, com ações completas nas quais eu me permita
estar totalmente ciente de mim, no qual eu me ajude a estar/ser estável (sem
emoções positivas ou negativas) em cada ação e finalmente direcionar-me em senso comum e ser eficaz e assertiva comigo própria, passo a passo, respiração em respiração.