DIA 128: Criar um bicho de sete cabeças em vez de resolver a minha mente
Neste
processo de auto-realização, eu dou-me a oportunidade de lidar com a minha
própria mente e reconhecer aquilo que eu ando a fazer a mim própria. Isto
significa que qualquer julgamento ou culpa projetados nas pessoas à minha volta
é um reflexo dos julgamentos que eu tenho permitido criar sobre quem eu sou,
escondida por trás de vitimizações. Esta oportunidade é única e só eu posso
fazer por mim: fazer as pazes comigo própria, para de me esconder na mente e
decidir em honestidade própria como e quem é que eu vou ser nesta VIDA.
Estas
realizações não foram imediatas - aliás, demorei alguns minutos até eu tomar a decisão de parar o automatismo da
mente e decidi puxar por mim própria para ver aquilo que eu estava a criar.
Apercebi-me então que estava a criar um bicho de sete cabeças como uma
distração, em vez de solucionar a minha própria cabeça/mente! Estou ciente que
estes pontos vão voltar mas que desta vez não haverá justificações - porque eu
fiz o "trabalho de casa" e estou preparada para mudar por mim em
tempo real.
Quando e
assim que eu me vejo a reagir perante palavras que me dizem, eu páro a reação
em mim e respiro. Eu permito-me ver que as palavras são palavras e não ofensas
- as ofensas são um indicador que há julgamentos associados a tais palavras e
que eu tenho de investigar estes pontos em mim - porque é que eu reajo? Qual é
o sentimento que se manifesta? Quais são as memórias associadas a este ponto?
Quando e
assim que eu me vejo a apontar o dedo a algo/alguém pelo desconforto que eu
sinto, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que o padrão de culpa é um mecanismo
de proteção da mente que eu tenho de descobrir para me permitir ver a situação
em senso comum.
Quando e
assim que eu me vejo a sentir obrigada a responder ao outro, eu páro e respiro.
Eu apercebo-me que esta luta para ver quem é que tem razão não é real. Esta
Vida não é uma luta com os outros - aliás, a luta com os outros só existe
porque não estamos a tomar responsabilidade pela estabilidade dentro de cada um
de nós.
Eu
permito-me parar os pensamentos em rodopio na minha mente e tomo
responsabilidade por aquilo que eu digo ao outro, em vez de explodir e pôr cá
para fora as dúvidas e assunções que eu ainda não resolvi em mim. Eu
comprometo-me a tomar responsabilidade por cada pensamento, dúvida e medo que
surgem em mim. A partir desta realização, eu apercebo-me que a minha relação
com os outros é uma plataforma de potenciais realizações e de potencial
correção para ambos, em mútuo apoio para nos tornarmos melhor SERES humanos.
Quando e
assim que eu me vejo a sentir a energia da competição e a iniciar uma discussão
verbal, eu páro e respiro. Eu tomo responsabilidade pela minha participação,
ciente do meu acordo comigo própria de parar de ser a mente EGOísta e de me
dedicar a recriar a relação que tenho comigo própria e, consequentemente, a
minha relação com os outros.
Eu
apercebo-me que ao estar ciente das minhas desonestidade próprias, eu estou
ciente da minha capacidade de mudar e tornar-me honesta comigo própria e, ao
ser honesta comigo própria, estou a ser
honesta com os outros seres vivos. Ao ser e fazer aquilo que é melhor para mim,
estou a ser e a fazer aquilo que é igualmente melhor para os outros.
Quando e
assim que eu me vejo a acumular raiva como se fosse um balão de encher, eu páro
e respiro. Eu páro este auto-abuso ao expiro todas estas ideias e sentimentos e
permito-me começar de novo. Passo a passo, dou-me a oportunidade de
fazer replay nesta cena e agir de modo diferente daquele que eu tenho agido até
agora e que sei que nada resolve. Esta raiva que existe em mim é de facto
contra mim própria - é a frustração de repetir sempre os mesmo erros e
acreditar que será/serei sempre assim: por isso, eu páro o papel de vítima, o
papel de vencedora, o papel de
"senhora da razão", o papel de arrependida, o papel de mulher,
o papel de homem, o papel de filha, o papel de irmã mais nova, o papel de
neta, e permito-me abraçar a Vida que
sou e estar em pé de igualdade com o outro.
Eu
comprometo-me a falar com os outros estando em pé de igualdade como quem
realmente somos, sem ideias de superioridade nem inferioridade, de vencedores e
vencidos.
Eu
comprometo-me a exigir de mim o auto-respeito pela vida que sou. Eu
comprometo-me a parar de estar contra mim própria e a realizar que eu sou a
chave para cada um dos meus problemas/desonestidades próprias.
Eu
apercebo-me que "naturalmente" eu vou querer agir de acordo com
aquilo que eu tenho sido habituada a ser (personalidades) e que este é o
momento da minha vida em que eu me estou realmente a conhecer. Eu apercebo-me
também que a resistência a aplicar a respiração e a mudar depende da minha
aplicação, força de vontade e compromisso de escrever todos os dias, de
investigar o meu passado e de utilizar os materiais de apoio que já existem.
Neste
processo não há magia. Eu comprometo-me a ter calma comigo própria, a estar um
e igual com o meu processo e a não querer ir mais rápido do que as realizações
que eu estou ciente de mim própria. Apercebo-me que o desejo de ser
super-confiante é tão imaginário como a imagem que criei de mim de ser
super-indecisa. Eu sou a mudança que me permito re-escrever e re-criar para
mim própria na prática, em total cooperação e assertiva comigo própria.