DIA 133: Qual é a próxima pr€ocupação?
A
preocupação é como uma telenovela da mente: episódio atrás de episódio que
parece ter mel. Dou por mim a voar de uma preocupação para a outra, entretida
na mente e distraída com os sintomas de medo. Porque é que nos preocupamos
contínuamente? Será uma coisa cultural? Ou será apenas a vinda dos medos à
superfície projetados no nosso dia-a-dia?
Mais uma
vez, enquanto andava sozinha a pé, dei a mim própria o tempo e o espaço para
analisar estes "sintomas" e este ponto ficou mais claro do que nunca:
a preocupação tem um efeito de crescimento gradual que só acontece porque eu
dei permissão ao primeiro sinal de preocupação na mente
- por exemplo, ao permitir que o medo se instale e contamine lentamente todos
os subpensamentos que surgem em relação à minha ação, acabo por continuar a aceitar esta realidade paralela da mente e acreditar que "este é o meu destino"
Por exemplo:
Penso em
apanhar um avião. Mesmo antes de tomar a decisão de comprar o bilhete, começo a
criar uma bola de neve de situações prováveis de acidentes, de atrasos, de
complicações - e chego mesmo a acreditar que "não é suposto" eu fazer
isto porque vai estar tudo contra mim. Controlo total da mente e deprezo pela vida - Também vês a extensão da sabotagem?
Este
padrão não existe só em mim. Aliás, criou-se um enorme sistema de lucro baseado
neste nenúfar de preocupações, em que saltamos de uma para a seguinte, à
procura de um porto seguro... Et voilà! Assim se instalou negócio das empresas
seguradoras: seguro de vida, da casa, de morte, de trabalho, de carro, de
férias. O pior é que apesar de toda esta proteção, a nossa mente ainda anda à
solta a ditar aquilo que sentimos, imaginamos e acreditamos. Face ao sucesso
das seguradoras e de propaganda medrosa é pouco provável que vejamos cartazes a
dizer:
"Não se preocupe. Respire e desligue os medos da mente."
A
re-educação passa por criar esta estabilidade incondicional em mim e por mim, respiração em
respiração, ciente que a sombra das precupações é criada e permitida por mim, como histórias de embalar e hipnotizar
qualquer potencial de mudança pessoal e social.
to be continued...