DIA 151: O hábito de deixar as coisas pela metade...
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Sobre o
hábito de deixar as coisas pela metade, se podemos fazer as coisas perfeitas,
porque não as fazemos? Se podemos ser perfeitos, porque nos desleixamos de nós próprios? O que nos limita a completar as tarefas e a estar
confiante de ter completado aquilo que temos em mãos?
As correntes do hábito são leves demais para serem
sentidas até que são demasiado pesadas para serem quebradas. Bertrand
Russel.
Tenho
recentemente visto as consequências da minha participação nesta distração de
mim própria. Por exemplo em casa, quando cada um de nós deixa as coisas fora do
lugar, o que resulta numa acumulação de desarrumação que não é agradável nem
prática para ninguém; no trabalho, onde deixar qualquer coisa por fazer e me
arriscar a esquecer de completá-la pode ter consequências gravíssimas no
produto final; na cozinha, pois esquecer-se de algo ao lume ou de algum
aparelho ligado pode ser perigoso e provavelmente comprometer a refeição; etc.
No seguinte
perdão próprio, vou passar pelos pensamentos que estão na base deste padrão de
desistência permitido em mim e nas minhas ações até agora.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido alimentar a imagem da mente em que me imagino as
fazer ou a completar a minha ação e acabar por acreditar que a imagem aconteceu
na realidade, quando afinal não foi feito. Em vez de me iludir com o
facilitismo da imagem na mente, eu comprometo-me a realmente completar a minha
ação e a dar tempo a mim própria para criar uma realidade consistente que seja
o melhor para mim e consequentemente, para os outros.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido ver que deixar as coisas a metade é um sinal
que ainda não estou a tomar plena responsabilidade em cada ação que eu tomo e
que por isso é uma forma de desistir de mim própria. Nisto, eu decido focar-me
em tudo aquilo que eu estou a fazer, mesmo aquelas pequenas ações que eu julgo
como aparentemente insignificantes.
Quando e
assim que eu começo a pensar numa coisa completamente diferente daquilo que eu
estou a fazer neste momento, eu páro e respiro. Eu não me permito saltar para a
correria da mente e, em vez disso, eu foco-me em completar aquilo que eu estou
a fazer para então me dedicar a 100% na nova ação. Desta forma, eu garanto que
dou sempre o meu melhor naquilo que eu faço, sem estar preocupada com a ação
que ficou incompleta.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido desejar que as pessoas à minha volta sejam
responsáveis e deixem a casa arrumada, sendo que em honestidade própria estou
ciente que eu tenho de fazer a minha parte e me tornar num exemplo para mim
própria. Apenas posso garantir que eu mudo o padrão de desleixo/distraçãoe que
eu estou estável para chamar a atenção do outro se o padrão se manifestar.
Eu perdoo-me por deliberadamente não me querer dar ao trabalho de fazer
qualquer coisa POR MIM!
Eu perdoo-me
por deliberadamente ter preguiça para me aperfeiçoar naquilo que eu faço e
naquilo que eu digo ou escrevo, que tem a ver com o meu processo de
auto-aperfeiçoamento a todos os níveis, incluindo a minha comunicação.
Eu perdoo-me
por deliberadamente querer escapar de mim própria quando evito escrever durante
o dia, ciente que à noite vou estar cansada para completar o meu texto.
Eu perdoo-me
por deliberadamente me distrair de mim própria e depois sabotar a minha
correção porque fico zangada por ter deixado as coisas por fazer, em vez de
parar, respirar e viver a decisão de cooperar comigo própria e me auto-corrigir
para o melhor de mim.
Quando e
assim que eu me vejo a reagir comigo ou com os outros por termos deixado algo
por fazer, eu páro, eu respiro e nesse momento eu empenho-me em fazer aquilo
que não foi feito inicialmente. Deste modo, eu estou a re-educar e a recriar o
hábito de completar aquilo que eu começo.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido participar na emoção energética de estar quase a
completar uma coisa e usar esta ideia para justificar a vontade de começar a
fazer outra coisa. Apercebo-me que a ideia de "estar quase a acabar"
é irrelevante porque em senso comum faz mais sentido completar o projeto e
depois começar o novo. Eu comprometo-me a ver se a mudança de planos é uma
sabotagem da mente para eu desistir do meu plano inicial ou se é simplesmente
ser flexível. Nesse caso, se eu vir que tenho necessidade de adiar aquilo que
eu estou a fazer para fazer outra coisa que entretanto surgiu, eu comprometo-me
a planear o meu tempo de modo a contar acabar aquilo que ficou incompleto
temporariamente.
Quando e
assim que eu me vejo a cair na tentação de "deixar as coisas
arrastarem", eu páro e respiro. Eu apercebo-me que aquelas coisas que eu
normalmente tenho tendência para deixar "pelo caminho" (os exercícios
do DIP, a minha escrita diária, a contabilidade, fotografia) são aquelas que eu
tenho mesmo de fazer por mim - a resistência para voltar a pegar nelas é um
indicador da resistência da mente. Por isso eu comprometo-me a começar o meu
dia (especialmente os fins-de-semana) a fazer aquilo que tenho o hábito de
deixar para mais tarde e assim parar o estado de "standby" para de
facto me aplicar no meu processo.