DIA 150: O padrão da desistência - Vida e morte
Este
processo é um work in progress e este é
um daqueles padrões que requer mais do que um artigo. Cada vez mais me apercebo
do impacto e da força do hábito levados a cabo pela conversa da mente sobre
planos alternativos que invalidam qualquer tentativa de ser assertiva comigo
própria. Quantas vezes terei já desistido de mim e do meu poder aqui.
Curiosamente,
bastou-me sentar a escrever sobre o ponto da desistência que fui rapidamente
invadida pelo sono e pensei em milhares de coisas para fazer EM VEZ de estar
aqui sentada a escrever sobre este ponto!
Vou começar
por ver a dimensão da desistência associada à falta da pontualidade - um tópico
que me é familiar e assim permito-me "descascar" as várias
camadas/personalidades que eu me tenho coberto. Apercebi-me que a ideia de
desistir do plano inicial é impulsionada por um plano B que inconscientemente
ou conscientemente eu estou a criar na minha mente - a partir deste pensamento,
dou luz verde à desistência e até justifico este padrão com uma série de
des-Culpas, sem ver que estou a deixar passar ao lado este ponto fundamental
que é o de desistir de mim própria, da minha palavra, da minha vivência das
minhas palavras e, ultimamente, da minha vida. Parece ser dramático e
exagerado? Trata-se de um padrão que tanto se manifesta mais insignificante no
caso da pontualidade como na consequência desastrosa de se desistir de se
viver.
Foi depois
de começar a olhar para este padrão que comecei a vê-lo noutros outros pontos
da minha vida, desde a ideia de desistir do meu emprego (no qual a desistência
tem como ponto de partida o medo de errar e portanto fazer os possíveis por
evitar essa situação mesmo que isso implique que estou a comprometer o meu
processo de auto-correção), desistir do casamento (uma snap decision que surge
em forma de amúo), desistir de escrever todas as noites, desistir de me auto-ajudar e mudar, etc.
E não será a
nossa sociedade o resultado da desistência diária, onde embora todos lutemos
por algo, muito já desistiram de mudar os sistemas e de mudar o mundo. Aquilo que nos falta agora é desistir da mente e renascer em honestidade própria. As
crianças ensinam-nos aquilo que permitimos desistir pelo caminho - a não
desistir daquela tarefa nova, da paz, da mudança, do prazer,
bem-estar, da comunicação e, finalmente, a não desistir de nós próprios enquanto
Vida.