DIA 144: A pontualidade não é a questão
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Tenho acreditado que ser pontual seria a solução para todos os meus problemas mas agora vejo que esta é a ponta do iceberg. A pontualidade (ou a falta dela) não é o problema - é antes a consequência de outros padrões que até agora eu estava distraída a culpar-me e a julgar-me pelo hábito da falta da pontualidade.
Como a
Sunette me disse, eu tenho usado a pontualidade como uma distração dos pontos
que realmente requerem a minha atenção, tais como os medos e stresses.
O medo de
chegar atrasada activa uma espécie de cegueira em mim e deixo de ver as coisas
em senso comum. Como se passasse a ser normal querer agradar os outros, com
base na culpa de tê-los feito esperar por mim; ou fazer as coisas à pressa numa
cena com estilo de filme; acreditar que tenho de fazer horas extra para
compensar o meu atraso; e passar a vida a compensar o passado.
Enquanto eu
estava na Quinta, fiquei ciente de como o meu andar é sempre apressado, como se
estive sempre neste nervoso miudinho - até agora, esta postura de gelatina era
normal - a imagem que tenho é a de um polvo a querer chegar a muitas coisas ao
mesmo tempo. Se eu não estou estável em mim,
como posso estar estável para os outros?
E mesmo com
dois braços, duas pernas, dois olhos, duas orelhas, duas narinas, duas mão,
ainda penso não ter tempo para fazer tudo aquilo que eu preciso de fazer.
Não será da minha responsabilidade garantir que alinho o tempo que eu tenho, com o tempo em que estamos, a fazer aquilo que está ao meu alcance aqui e agora?
Não será da minha responsabilidade garantir que alinho o tempo que eu tenho, com o tempo em que estamos, a fazer aquilo que está ao meu alcance aqui e agora?
A frustração
projectada na pontualidade reside também na ideia de desejar fazer o impossível
e, nos casos em que supero esse tal impossível, é como se me sentisse um herói
e assim se alimenta o ego com a ideia que o puzzle da vida faz sentido. Não - a
história aqui é mais simples - eu criei o puzzle e agora entretenho-me a juntar
as peças, como se me fizesse despercebida e não soubesse que afinal eu sei/sou
sempre a solução para mim própria.