DIA 218: A mente secreta que se abre aos poucos: caixa de Pandora
É brutal
conseguir finalmente ver certos eventos da minha vida com mais clareza. Muitos
dos eventos eram de tal modo emocionais e sentimentais que nem sequer conseguia
escrever sobre eles, como se houvesse um bloqueio de medo de abrir a
"caixa da Pandora" que é o baú da mente. Ao trabalhar em mim os
pontos da ansiedade e das emoções, é como se estivesse a tirar camadas de pó
que me permitem ver o que está a surgir à superfície, mas desta vez com outros
olhos. Tenho igualmente de treinar os meus olhos/mente para não ver as coisas
com as lentes "sujas" das emoções, mas de modo a conseguir ver realmente os padrões em
mim e ver soluções.
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2006 - Pandora Box for Rajasinga (Tremor) |
Por isso
hoje vou escrever o perdão-próprio sobre a minha participação na ansiedade,
principalmente em momentos em que estou a fazer uma actividade nova e por isso
não tenho uma referência para me "agarrar".
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que a ansiedade de fazer uma coisa pela
primeira vez ou ir a um lugar novo é real, como se a minha experiência fosse
maior quanto mais emoção eu associar a esse momento. Nisto eu vejo como
facilmente me deixo controlar pelo ambiente à minha volta, como se devesse
submeter à "falta de experiência" em vez de aplicar a cada momento o
princípio de fazer aquilo que é o melhor para mim, aplicar-me a 100% e focar-me
naquilo que eu faço independentemente de ser a primeira ou a última vez a
fazê-lo.
Eu perdoo-me
por não me ter aceite e permitido confiar em mim e confiar naquilo que eu faço
incondicionalmente. Ou seja, quando e assim que eu me vejo a justificar a
ansiedade em mim com a ideia de "eu nunca estive neste sítio",
"eu nunca fiz isto", eu páro e respiro. Independentemente do lugar ou
tempo, eu sou sempre eu Aqui; eu posso ser a decisão de confiar em mim; eu
posso e devo aplicar-me naquilo que eu faço para garantir que as minhas ações
reflectem a estabilidade que eu crio em mim própria. Por isso, eu comprometo-me
a parar a ansiedade da mente e as imagens da minha mente, e decido focar-me na
ação real e naquilo que eu posso fazer para criar um ambiente que me apoie a
ser/fazer o melhor que me é possível.
Quando e
assim que eu me vejo a "prender-me" e "agarrar-me" a
memórias ou a imagens na minha mente baseadas em eventos que ocorreram a outras
pessoas, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que este agarrar às memórias é
baseado em medo de cair, como se as memórias fossem uma bóia à volta da minha barriga que me salva de
afogar. No entanto, vejo que este medo é baseado na ideia de que a mesma
situação se vai repetir então eu acredito que tenho de me defender - ou seja,
esta aparente solução não resolve o problema de facto, mas prolonga as ideias e
os medos como se estes fossem reais!
Por isso, eu
comprometo-me a escrever sobre as memórias que me possam surgir e comprometo-me
a perceber, através do perdão-próprio e da escrita dedicada ao meu processo, de
onde é que a memória surge e porquê neste momento. Comprometo-me a escrever o
perdão-próprio regularmente e diariamente de modo a criar uma relação de plena
confiança, abertura comigo própria e com o intuito de estar preparada para
mudar da próxima vez que eu me depare com o mesmo padrão.
Eu
apercebo-me que ter segredos comigo própria é uma estupidez ... Comprometo-me
também a olhar para os pontos da minha vida sem qualquer julgamento de certo e
errado, mas procura antes ver os pontos de honestidade e de desonestidade
própria na relação comigo própria.
Comprometo-me
também a aceitar os eventos do passado da minha vida como sendo aquilo que são:
imagens da mente que por alguma razão eu dei uma valor/apego emocional que me
prendeu a tal memória. Ao desvendar o mistério de medo/emoção por trás das
memórias, eu comprometo-me a investigar os meus padrões e a recriar uma relação
de cooperação e aperfeiçoamento comigo própria.
Quando e
assim que eu me vejo a ter resistência para estar concentrada, a respirar e a
estar presente estável dentro de mim, eu páro e respiro - dou-me tempo para
perceber o que me está a distrair e para onde é que eu estou a desejar ir, em
vez de viver a minha decisão de fazer aquilo que eu estou a fazer. Neste
sentido, realizo a importância e a ajuda que é a de planear o meu tempo de
forma a dedicar-me às prioridades, assim como dar-me tempo para expandir
noutras áreas de lazer/divertimento/criatividade sem participar na sabotagem da
culpa, e a não desejar estar a fazer aquilo que eu não estou a fazer.
Mais uma
vez, a mente serve de indicador sobre aquilo que está à tona para ser
resolvido. Quanto mais me aplicar ao meu processo de auto-conhecimento e de
auto-realização, mais eficaz serei a aplicar as soluções para mim própria.