DIA 184: Imagina-a-ação e a vida passa ao lado...
Neste blog
continuo a analisar as dimensões por trás do caráter/personalidade dos julgamentos próprios aquando da minha última saída à noite.
Quanto à dimensão da imaginação, consigo ver que na altura em que eu estava naquele
espaço físico, a minha mente vagueava "fora de mim"... imaginava quem eram aquelas
pessoas e onde é que elas iam. Ao mesmo tempo,
imaginava-me a libertar-me dos julgamentos e a simplesmente dançar, a falar com
as pessoas sem vergonha e sem medo de ser observada. Em relação ao medo de ser
observada, vejo que a outra polaridade também se manifestou, em que imaginava a
observar-me de fora, como se me visse ao espelho. e apontasse o dedo... Assim se vê que a imaginação é mais uma dimensão da mente e, em honestidade própria, consigo então descobrir pontos em honestidade própria:
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido participar na imaginação da mente que funciona
como uma telenovela de entretenimento mas em que as personagens que eu vejo nos
outros são personalidades que eu projecto e que, portanto, existem em mim.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido acreditar que os outros (personalidades) estão
separados de mim quando, ao participar na imaginação da mente, é de mim que eu
me estou a separar. Apercebo-me que este tipo de entretenimento funciona como
um mecanismo de defesa para não
enfrentar estes pontos da mente.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido limitar a minha expressão naquela altura ao
participar nos episódios da mente e ao imaginar como é que as coisas/eu estaria
diferente se tivesse ido a casa por exemplo, ou se tivesse com outra
disposição, ou menos cansada, ou mais produzida. Nisto, eu perdoo-me por me ter
aceite e permitido condicionar a minha vivência aqui/agora com base na ideia de
que faltam coisas para eu estar simplesmente presente! É óbvio que a única
coisa que verdadeiramente determina eu estar ou não presente é a minha presença
física!
Quando e
assim que eu me vejo a cair nas teias da imaginação da mente em que me começo a
entreter com a ideia de como as coisas seriam se tivessem corrido de maneira
diferente, eu páro e respiro. Foco-me então em parar a imaginação e em ver, no
momento presente, o que é que eu estou a impor a mim propria como uma condição
para eu ESTAR AQUI, em vez de simplesmente estar e SER aqui;
Comprometo-me
também a ver qual é a atitude que eu acredito e imagino que eu devia estar a
ter para supostamente aproveitar melhor aquele momento (por exemplo: a imagem
de mim a dançar incondicionalmente e sem vergonha) - apercebo-me que funciona
como uma imposição que, se não for cumprida, significa que não me estou a
divertir/ que não estou "aqui a fazer nada".
Dedico-me
então a ver e a parar o julgamento e a ideia de que estaria melhor a fazer
outra coisa do que aquilo que eu estou a fazer naquele momento (mais não seja
estar simplesmente sentada em silêncio, ou a observar, ou a conversar);
dedico-me também a ver e a parar as ideias de "vida perfeita" que eu
projecto nos outros , cuja comparação é desonesta comigo própria e eu me
distrai de estar aqui presente a criar o melhor de/para mim onde quer que eu
esteja.
Quando e
assim que eu me vejo a distanciar-me de mim própria e, ao mesmo tempo, a participar no medo de ser observada, eu páro e respiro. Aproveito então para ver que julgamentos estou a mostrar a mim própria e dedico-me a viver a decisão de parar os julgamentos,a respirar, perdoar e mudar a minha atitude comigo própria.
Quando e assim que eu me vejo a imaginar a
vida das outras pessoas, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que estas imagens na
minha mente são de facto um espelho (normalmente coisas que
eu não estou a dar/fazer para mim própria) e por isso é uma oportunidade para
ficar ciente destas ideias e ver pontos que eu posso corrigir/aplicar em mim.
Ilustração: Diss-Order Of Multiple Personalities By Carrie Tooley