Dicas Para Lidar Com o Fim De Uma Relação
Este vlog surgiu de uma conversa com um amigo que está neste momento a
(ultra)passar pelo fim de um relacionamento que durou três anos.
Muitos de nós já passou por esta fase quer no lugar de quem decide
terminar ou de quem recebe a notícia, mas raramente se conversa sobre o vulcão
de emoções que entra em erupção dentro de nós... Por isso este vlog foca-se na
maneira como lidamos com as nossas emoções após o fim de um relacionamento - o
que a meu ver vai fazer toda a diferença na relação que temos connosco e com os
outros daqui para a frente.
As reações emocionais sentidas por quem se sente rejeitado são
normalmente relacionadas com a raiva, a angústia, o medo do futuro, a
instabilidade, a melancolia, a vergonha, a rejeição e a mágoa. Quando a minha
relação anterior terminou lembro-me da sensação de estar a cair, como se o
tapete tivesse sido puxado e não houvesse chão; foi um momento de vazio
emocional e de medo como se tivesse perdido uma parte de mim ou se tivesse
saltado de um precipicio sem corda. Foi aterrorizante, no entanto o pior foi
mais tarde quando "caí em mim" e realmente me apercebi que as coisas
tinham acabado. O poder da nossa mente para imaginar tudo e mais alguma coisa e
para pensar nas memórias de forma obecessiva é impressionante... Esta é a fase
que o meu amigo descreve como "não me reconheço, já não sei quem
sou".
No meu vlog eu partilho 3 dicas essenciais para lidarmos com a fase do
pós-breakup de forma a não nos deixarmos consumir pelos pensamentos e pela
nossa imaginação.
Dica 1# Escreve para Identificares as Emoções Dentro
de Ti
Tentar ignorar o que sentimos não vai resolver as emoções que sentimos.
Quanto muito vai suprimi-las mais uma vez até voltarmos a passar por situações
semelhantes que façam o vulcão explodir outra vez. No entanto, a prevenção é o
melhor remédio, por isso a melhor solução é tirar partido desta situação e
aprender o máximo possível sobre nós mesmos para não termos de lidar com esta
avalanche emocional outra vez mais tarde. Com base na minha experiência,
escrever sobre aquilo que sentimos é uma ferramenta essencial para
identificarmos as emoções e vermos aquilo que se passa dentro de nós mesmos.
Quando as emoções são fortes e batem todas ao mesmo tempo é muito díficil fazer
algum sentido dessa informação mas ao escrevermos somos capazes de abrandar o
ritmo e acalmarmos; por isso escrever é um exercísio para conhecermos a nossa
própria mente e percebermos de onde é que a instabilidade vem. Só assim será
possível ver para além da nuvem das emoções e agir em estabilidade emocional
outra vez. Falar com alguém e pedir ajuda são também ótimas soluções para se
ver as coisas numa perspectiva diferente em vez de assumirmos que aquilo que
pensamos é toda a verdade (é apenas a "nossa" verdade).
Dica 2# Não Continues a Alimentar as Emoções
Por muito viciantes que as emoções sejam, nós todos temos a capacidade
de parar e de dar direção àquilo que se passa dentro de nós, incluindo as
emoções, sentimentos e pensamentos. Em momentos de avalanche emocional o melhor
que podemos fazer por nós é respirar fundo... Respirar até a avalanche parar.
Curiosamente, todos nós desprezamos aquilo que nos mantém vivos - a nossa
respiração! Por isso repira até a avalanche passar e tu conseguires voltar a
ver as coisas com clareza e fora da nuvem das emoções.
Lembra-te: este momento da tua vida está a mostrar-te emoções que
existem em ti mas que não são quem tu és. Um dos dons de se estar numa relação
é desta ser uma plataforma para sermos o melhor de nós mas também de
conhecermos o pior de nós - o nosso lado escuro - que normalmente vêm ao de
cima nas reações e discussões. Conhecermos o pior de nós não significa que nos
tornemos isso. Tu tens a capacidade de decidir quem tu és a cada momento. Por
isso, neste momento decides ser uma vítima das tuas próprias emoções ou és a
tua vontade de largar o rancor? És a raiva ou és a tua capacidade de
compreender o outro? És o arrependimento ou és a tua decisão de aprender e
mudar?
Outra emoção muito forte que tende a ocupar a nossa mente nestes
momentos de mudança é a culpa - tanto de nos sentirmos culpados ou de culparmos
o outro. No entanto, enquanto nos agarrarmos à culpa não estamos a tomar
responsabilidade pelas emoções que nós próprios criámos. Por isso, parar de
culpar o outro sobre o que quer que tu pensas ou sentes é um passo essencial
para te ajudares a sair da avalanche e te empoderares a mudar a tua experiência
em relação à outra pessoa. Caso contrário, irás sempre abdicar da tua própria
vida e permitir que a tua estabilidade emocional esteja dependente de algo ou
alguém fora de ti. Faz sentido?
Dica 3# Põe um ponto final na relação dentro de ti
(Closure)
Isto não significa que passes para a polaridade de ignorares o outro ou
de te tornares vingativo. Significa que te vais permitir fechar este capítulo
da tua vida para entrares na fase de cicatrização e eventualmente voltar a pôr
os dois pés bem assentes na terra. Ficar preso ao passado nunca será a solução
para criares o teu futuro. Aquilo que eu vejo é que ficamos presos aos planos
que tinham sido idealizados e imaginados, e acreditamos que o nosso futuro já
não fará sentido sem a outra pessoa. No entanto, esquecemo-nos que os planos
não são fixos no tempo e que requerem ajustes, adaptações e muitas vezes
substituições. Por isso, em vez de transportares a dor dos planos inacabados ou
tentares à força que esses planos ainda aconteçam, foca-te em criares novos
planos e objectivos para ti que não estejam dependentes de mais ninguém. Abraça
o que existiu e agora liberta os planos que não passaram disso - planos... A
outra parte de ti que também estás a lidar neste momento são as memórias. Há a
tendência de revisitarmos as mesmas imagens over and over again e desejarmos
mudar o passado (o arrependimento) na esperança que isso pudesse mudar o
resultado final. Em vez de estares preso ao passado e mudares o impossível,
apercebe-te que aquilo que é possivel mudar é quem tu és a partir de agora. As
tuas futuras relações serão um espelho da tua mudança pessoal, daquilo que
queres para ti e daquilo que queres dar ao outro. Por isso, olha para as
memórias como uma lembrança (souvenir) onde podes aprender aquilo que deves
mudar e não te deixes afundar pela bagagem que trazes contigo.
Acima de tudo, este é um momento para restaurares a tua confiança e a
tua intimidade contigo mesmo. Pergunta-te: o que é que podes aprender sobre ti?
O que é que aprendeste com esta pessoa? Em que é que estás grato por teres tido
nesta relação?
O tema das relações é muito vasto e tem muitas camadas. Para além das
dicas mencionadas neste post para se lidar com o final de uma relação, há dois
aspectos essenciais que a meu ver deviamos estar cientes quando começamos ou
estamos numa relação de forma a prevenir o cenário de rutura:
- A imagem da relação perfeita: esta é uma imagem que existe na nossa imaginação e que nos foi imposta pelos filmes, telenovelas e sociedade. Funciona como um holograma que nós usamos como referencia para encontrarmos o homem/mulher "dos nossos sonhos", ou seja, que encaixe na imagem. No entanto, com o evoluir da relação o mais provavel é que a realidade se distancie dessa imagem de perfeição inicial. Nesse momento, nós acreditamos que algo está errado com a relação porque já não corresponde à perfeição idealizada em vez de nos apercebermos que aquilo que é real é a relação que existe, é a pessoa e é o potencial que somos capazes de criar juntos. A solução é simples: se formos capazes de largar a imagem da relação perfeita e decidirmos criar a relação perfeita então o potencial da relação é ilimitado...!
- A comunicação é o melhor remédio: todas as minhas relações passadas provaram que é a falta de comunicação que leva ao fim das relações. De facto, se eu olhar com atenção para a minha relação anterior vejo que já havia sinais que as coisas entre nós não estavam bem no entanto deixámos o tempo passar e afrustração e descontentamento acumular. A solução é estabeler uma comunicação honesta contigo mesmo e com o teu parceiro - assim que há dúvidas, pensamentos ou emoções a interferir na relação é essencial perceber o que se passa, conversar com o outro e encontrar-se soluções em conjunto; ou se houver hábitos que estejam a ser contra-produtivos e que tenham de ser mudados para que a relação evolua e continue a progredir. A saúde da relação pode ser diagnosticada através da comunicação entre o casal.
Espero que estas dicas e realizações te sejam úteis (quem me dera ter tido esta maturidade quando passei por isto no passado...!)
Este vlog faz parte da nova série A Casa da Joana no Youtube. Subscreve o canal em https://www.youtube.com/c/JoanaJesusVlogs Obrigada!