DIA 28 - Perder o jogo não dói

quinta-feira, maio 17, 2012 0 Comments A+ a-


No jogo de ténis algo de curioso de passou - tive medo de perder e ao mesmo tempo hesitei em ganhar. Isto só me diz que estava a jogar com a mente... O medo de perder e o medo da perda existem na mente e não são reais.
O medo é uma doença contagiante e eu vou perdoar-me até o medo parar.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ficar ansiosa por perder o segundo set e permitir acreditar na ideia que surgiu imediatamente sobre perder o jogo e que não era capaz de fazer os pontos  necessários para continuar a jogar.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido deixar-me consumir pelo medo de dizer às pessoas que tinha perdido o jogo, em vez de me focar na minha participação e a dar o melhor que sei neste preciso momento. Eu realizo que para continuar a andar este processo tenho de deixar para trás o ego e a auto-definição de ganhar sempre, sem nunca reparar que a competição realmente só existe dentro de mim, numa luta interna de necessidade de provar a mim própria que sou capaz de fazer certas coisas - quando o básico de estar aqui estável comigo ainda não é uma constante!

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter vergonha de perder um jogo. Eu realizo que este padrão é baseado na educação de competição, reconhecimento e prémio promovido pela sociedade em que eu nasci. No entanto, eu realizo que não tenho de existir nem participar no mundo enquanto competição, reconhecimento ou necessidade de ter um prémio. A única coisa que perdura na realidade é a honestidade própria.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar na energia da mente de "ter de ganhar" e assim permitir que a mente controle o meu corpo/a minha acção, em vez de me aperceber que para dar o melhor de mim tenho de primeiro ESTAR AQUI COMPLETA, sem a mente, sem ideias, sem desejos e mover-me como e com o meu corpo.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido distrair-me do meu corpo e daquilo que eu treinei por estar focada nas conversas da mente.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido deixar que a ideia de ganhar se tornasse um objectivo. Eu apercebo-me que a ideia não é real logo este objectivo não era válido!  A única maneira de eu ganhar é ao jogar de modo estável e eficaz, sem distrações da mente.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter medo de ser acusada de fazer batota - eu realizo que este medo é baseado no medo de ganhar e que o adversário me acuse de fazer batota. Em honestidade própria eu vejo que este pensamento me mostra falta de confiança em mim e na minha posição de honestidade própria.

EU perdoo-me por me ter aceite e permitido mudar de humor quando comecei a perder o jogo. Eu realizo que tanto o entusiamo inicial (baseado na ideia de ganhar) e o desespero final (medo de perder) são ambos energias da mente que me mantém na ilusão e estado separado de mim.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar na ideia de que ia perder e assim permitir confinar-me a esta ideia e condicionar a minha expressão corporal durante o jogo.
Apercebo-me que tanto a ideia de ganhar como a ideia de perder têm o mesmo efeito ilusório de pensar que sou mais do que aquilo que sou e pensar que sou menos do que aquilo que sou. Realizo que quem eu realmente sou está coberto de ideias mas que a pouco e pouco estas ideias/medos/crenças se vão desvendando, dando ligar à honestidade própria e à acção em honestidade própria, no processo de me tornar Vida.

Eu comprometo-me a respirar a cada momento e assim que um pensamento competitivo, quer seja de desejo de ganhar ou medo de perder, eu páro e respiro. Eu dou a mim própria a oportunidade de não participar na mente e através da respiração recriar-me enquanto expressão de honestidade própria incondicional, sem me definir pelo resultado de ganhar ou perder.

Quando e assim que eu me vejo a zangar-me comigo própria por não ter ganho pontos, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que há muita técnica para melhorar no meu jogo e é neste ponto que eu me posso focar de modo a aperfeiçoar o meu jogo.

Quando e assim que eu me vejo evitar olhar para o adversário quando este está a ganhar, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que est comportamento é baseado na ideia que não sou boa o suficiente e baseado na ideia que alguém gozar comigo por não ganhar o jogo. Eu realizo que a competição da mente é fonte de separação, portanto eu páro, respiro e permito-me jogar completa aqui no meu corpo, em auto-confiança e sem stress.

Quando e assim que eu me vejo focada nos resultados, ganhar ou perder, eu páro e respiro. Assim, no lugar de me focar nos resultados, eu olho para a origem  do desejo/medo e não me permito definir como a premiada/perdedora que são ambos limitações da mente.

Realizo que só dou importância aos jogos que eu perdi, como se fosse uma ofenda - é de facto uma decepção do ego e uma ideia de ser vítima. E realizo que só refiro aos outros os jogos que ganhei. Realiso também que referir só os jogos que eu ganho é uma maneira de alimentar a ideia de vencedora. Eu dedico-me a usufruir da minha expressão, em jogos que envolvam o físico, sem necessitar da energia da mente de perder ou vencer - a estabilidade e eficácia então baseadas na minha respiração e em quem eu me permito ser /tornar. Apercebo-me que tudo o que eu faço me mostra pontos do processo que eu vejo para me permitir aplicar a cada momento de auto-realização/mudança/aperfeiçoamento.