DIA 219: Lições do Candy Crush

terça-feira, junho 11, 2013 0 Comments A+ a-


Ultimamente tenho jogado um jogo do Facebook chamado Candy Crush que implica fazer combinações de doces para se marcar pontos e seguir-se para o nível seguinte. Têm havido uma série de jogadas que, para além de fazerem um fogo-de-artifício de pontos inesperados, têm também sido fonte de realizações interessantes que posso sem dúvida aplicar ao meu processo.
  1. O primeiro elemento fascinante é o aumento gradual da dificuldade e quanto mais pratico mais "fácil" parece ser avançar para o nível seguinte, embora a facilidade seja relativa, pois tem a ver com o aumento da confiança, em conhecer o jogo, perceber como funciona e aplicar tudo isto para se atingir a perfeição. Da mesma maneira, ao trabalhar pontos em mim/memórias/padrões de pensamentos, consigo tirar camadas da minha mente para descobrir novos pontos para resolver em mim.
  2. Para isto, vejo que praticar diariamente ajuda a conseguir ver novas estratégias de jogo e o mesmo posso dizer que escrever todos os dias me ajuda a ver novas perspectivas sobre pontos que eu enfrento. Tal como no jogo, às vezes  é preciso parar, respirar e recomeçar com uma nova atitude, procurar jogar com uma estratégia nova, aprender com alguém que já esteja num nível mais à frente e aplicar essas soluções no meu jogo/na minha vida.
  3. Outro elemento essencial que pode mesmo ser decisivo para se ganhar um nível é o pensamento a longo-prazo: ou seja, por vezes é mais eficaz ver combinações mais complexas do que fazer pequenos pontos rápidos - também no processo, apercebo-me que as reações do momento têm um valor relativo que pode ser substituído por uma atitude de perceber a origem da reação de modo a que a minha aprendizagem dure no tempo e o meu processo seja uma acumulação de boas práticas e de correção-própria a cada novo passo.
  4. Ao ter-se em conta jogadas sustentáveis, pratico o chamado "thinking ahead" para perceber as várias opções e para isso ajuda ver o quadro global em vez de me fechar sobre uma parte to jogo. No processo de se lidar com a mente, é importante pôr-se as cartas na mesa, ao escrever sobre as várias opções  que eu tenho quando estou perante uma decisão, perceber as vantagens e as desvantagens das decisões que eu tomo de modo a ser responsável pela minha direção.
  5. Focus! Dificilmente se ganha no Candy Crush se não se estiver concentrado no jogo! Isto é possível ao perceber-se a "missão" do nível e a não perder de vista esse objectivo de se quebrar o "jelly" ou de se libertar os frutos encurralados!  No processo, o foco é sobre mim própria, ao estar ciente de quem eu sou naquilo que eu faço, estar ciente da minha presença, estar ciente daquilo que eu faço e a ser eficaz com o meu tempo disponível, sem me distrair desnecessariamente.
  6. A compaixão do jogo é um ótimo exemplo de como nos podemos salvar uns aos outros, ao dar vidas e receber vidas.
  7. A disciplina de se querer jogar "só mais uma vez" para se passar ao nível seguinte. Vou então aplicar esta ambição no meu processo em garantir que vivo  o compromisso de escrever o perdão-próprio diariamente. É brutal criar a estabilidade em mim própria quando eu realmente aplico a disciplina no meu processo e me apercebo do meu potencial de resolver os meus próprios problemas da minha mente.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a resistência para escrever o perdão-próprio é real. Apercebo-me que a resistência tem a ver com o facto do perdão-próprio não ser tão popular como dizer que estou a jogar Candy Crunch.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desejar avançar para o nível seguinte sem primeiro estar confortável com os pontos que tenho à minha frente para lidar e resolver.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido comparar o meu jogo/o meu processo com o jogo/processo dos outros, quando eu me apercebo que só eu posso andar o meu jogo/processo e que o meu jogo/processo depende inteiramente de mim.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido manter uma atitude passiva no meu jogo baseada na ideia que basta o meu parceiro ganhar para eu ficar contente. No entanto, apercebo-me que esta ideia é uma forma de justificar a minha falta de disciplina em completar o que comecei. Eu apercebo-me que eu costumava ter esta atitude quando jogava o GameBoy e a minha irmã completava os níveis - era como se eu perdesse a vontade de ganhar porque ela já tinha ganho. Por isso, eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ver estes jogos como uma competição com as outras pessoas em vez de ser uma oportunidade para eu aperfeiçoar o meu jogo e fazê-lo por mim!

Quando e assim que eu me vejo a ter resistência em falar do perdão-próprio, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que tenho tido tantas ou mais lições através do perdão próprio do que até mesmo a jogar Candy Crush, por isso em igualdade, se eu falo em Candy Crush, faz sentido também estar à vontade a falar do perdão-próprio.
Quando e assim que eu me vejo a comparar o meu jogo com o jogo de outra pessoa, eu páro e respiro. Eu foco-me naquilo que eu estou a fazer e apercebo-me que o meu jogo depende da minha aplicação ao pôr em prática  soluções no meu jogo/vida.
Comprometo-me, de igual modo, a aplicar-me  a cada momento da minha vida ao estar focada na minha respiração e na minha correção para avançar no processo de me libertar das "jellys" da mente que me bloqueiam a expressão de Vida. Nisto, apercebo-me que tal como no jogo, é essencial eu aplicar o senso comum no meu dia-a-dia, em não complicar passos que podem ser simples e eficazes, a estar confiante nas minhas decisões e a não ter vergonha de pedir ajuda aos outros quando é necessário.

Tal como na vida real, no Candy Crush estamos todos na mesma terra, a dar-nos a nós próprios a oportunidade de aperfeiçoar a nossa ação.