DIA 99: O hábito da autoridade paternal

quarta-feira, agosto 29, 2012 0 Comments A+ a-




Cada um representa um papel que foi aceite pela sociedade e aceite por si próprio. Todos somos responsáveis pelo hábito da autoridade paternal porque todos participamos nele - homens, mulheres e crianças.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido suprimir em mim a vontade de questionar a autoridade paternal e permitir ter uma autoridade fora de nós próprios, quer seja um pai, uma mãe, um deus, um político ou uma estrela de cinema.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar estar limitada por uma vontade fora de mim própria que tem o poder de decidir por mim, sem assim me permitir desenvolver uma total responsabilidade própria pela minha Vida e pela minha direção/decisão como Vida aqui.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido suprimir em mim a vontade de mudar os hábitos de autoridade e, ao suprimir a minha expressividade, acabo por participar na outra polaridade de silêncio e apatia.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desprezar a minha capacidade de decidir aquilo que é o melhor para mim e aperceber-me que se eu não tomar direção por mim, ninguém o vai fazer por mim pois cada um está ocupado na sua própria sobrevivência. Eu apercebo-me que  os hábitos de autoridade são sempre baseados em ego, medo e nunca em senso comum, logo nunca têm como objectivo o melhor para todos.

Assim, eu comprometo-me a agir em senso comum e igualdade, a parar as ideias/crenças de superioridade e inferioridade em relação aos outros que criam separação entre nós. Eu dedico-me a conhecer os padrões da mente e a parar a polaridade de reacção vs petrificação quando enfrento o padrão da autoridade.

Quando e assim que eu me vejo perante uma situação em que o papel de autoridade é manifestado à minha volta através da tonalidade alta da voz, eu páro a energia do medo e respiro. Eu apercebo-me que a sensação de petrificação é uma energia da mente de aparente impotência, que não é quem eu sou em honestidade e igualdade. Logo, eu comprometo-me a manter-me um e igual com o outro, estável e mim e assim me permitir comunicar em senso comum nas situações em que o papel da autoridade é aparentemente superior a mim. Eu apercebo-me que o ciclo da autoridade é uma escravatura da mente que limita a expressão física em honestidade própria.

Quando e assim que eu me vejo a enfrentar a resistência de mudar o meu papel de vítima perante uma situação de autoridade, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que estes papéis familiares/sociais são de facto padrões da mente que têm de ser parados por cada um de nós. Logo, eu dedico-me a tornar-me no meu exemplo ao estabelecer a minha confiança própria incondicional e ao parar de participar na necessidade de agradar os outros como resposta ao papel de autoridade. Eu comprometo-me a parar o medo da consequência que é baseado em experiências/memórias passadas para me dedicar a re-escrever a minha história e as minhas relações com os outro, em honestidade própria e senso comum.

Quando e assim que eu me vejo a acreditar que o silêncio é uma solução para evitar o conflito, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que o conforto do silêncio é de facto uma energia de medo e de arrependimento, como uma personagem de "não saber o que fazer". Eu dedico-me a devolver a mim própria o senso comum na direção da minha ação e parar a confusão da mente. Assim, permito-me ver a  simplicidade de se comunicar sem reagir, e assim enfrentar o ponto da autoridade = ego = superioridade = separação em mim e nos outros.


Eu comprometo-me a descobrir as camadas de medo da autoridade e a dar-me a oportunidade de dar direção a mim própria como Vida que eu sou. Quando e assim que eu me vejo petrificada perante a reação dos outros, eu páro, respiro, e apercebo-me que este é o padrão/papel de autoridade da mente que não é o melhor para todos. Assim, eu páro de participar como vítima e dedico-me a participar como Vida, em estabilidade própria e a fazer/dizer aquilo que é o melhor para todos, em igualdade como Vida que somos, sem energia de medo nem energia de ser salvadora.

Ilustração de Andrew Gable