DIA 89: Sentimento de "seca" e desejo que o tempo passe mais rápido

quarta-feira, agosto 15, 2012 0 Comments A+ a-


Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar no sentimento de aborrecimento e usar a expressão “isto é uma seca” para culpar as coisas à minha volta e justificar a experiência de aborrecimento que eu crio para mim própria.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido motivar-me com as coisas que eu tenho para fazer e por isso participar na outra polaridade de me sentir sem energia quando aparentemente não tenho nada para fazer.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido limitar-me a fazer somente aquilo que me pedem para eu fazer, em vez de tomar responsabilidade em criar a minha ação, sem que envolva um pedido, favor ou obrigação. Por exemplo, eu apercebo-me que ao escrever e ao aplicar a minha correção na prática, eu estou a fazê-lo por mim.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que o desejo/esperança que o tempo passe mais rápido é real. Eu apercebo-me que este desejo tornou-se num hábito por definir as coisas como “divertidas” VS “seca” e por isso alimentar esta polaridade em mim na expectativa que os momentos divertidos compensem a seca. 

Eu apercebo-me que cada um de nós tem-se permitido manter neste ciclo de frustração em vez de nos apercebermos que somos sempre nós aqui e que temos a capacidade de recriarmos cada momento em honestidade própria para garantir que cada momento estamos a ser e a fazer o melhor de nós, para nós e para o mundo.

Eu apercebo-me que me limitei às tarefas que me são pedidas/necessárias, sem considerar a minha responsabilidade de estar aqui por mim, em auto-desenvlvimento, auto-conhecimento e auto-correção.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido distrair-me com as coisas que eu tenho para fazer e com as preocupações da mente que aparentemente ocupam o meu dia, sem realizar que me estou a esquecer de mim/do meu corpo sempre que deixo passar uma respiração ou sempre que evito enfrentar um ponto da mente (medo, dor, pensamento).

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter esperança que as chamadas boas ações do sistema de fazer aquilo que me é pedido vão compensar as minhas desonestidades próprias, ou seja, o facto de eu evitar conhecer-me e resistir a empenhar-me na minha mudança pessoal.

Quando e assim que eu me vejo aborrecida e a pensar que não ter nada para fazer é uma seca, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que não ter nada para estudar ou nenhuma tarefa no emprego não significa que eu não me tenha a mim aqui, responsável pelo meu processo contínuo de criação.
Quando e assim que eu me vejo a justificar a minha inactividade com a ideia que não tenho nada para fazer, eu páro e respiro. Ao respirar, eu dou a mim própria a oportunidade de ver para além das minhas tarefas diárias/obrigações do sistema/emprego e dedicar-me a mim em honestidade própria. Eu apercebo-me que esta aparente falta de energia é uma resistência a olhar para os pontos que eu tenho de resolver por mim, tal como pensamentos, relacionamentos, confusões da mente e preocupações.
Eu comprometo-me a parar e a perdoar cada pensamento que surja quando entro no modo de aborrecimento e no desejo que o tempo passe mais rápido.
Eu apercebo-me que quando eu começo a escrever, o meu corpo responde com a força de escrever manifestada nas minhas mãos. Eu apercebo-me que a força é física e que não preciso da energia da mente / motivações / desejo de agradar os outros / de ter boas notas para os outros. Eu foco-me na minha presença corporal e portanto apercebo-me que é a energia física proveniente da alimentação, descanso e respiração que eu necessito para a minha ação física.
Eu reeduco-me a fazer as coisas com dedicação em honestidade própria – assim como eu faço aquilo que tem de ser feito no sistema / escola / trabalho, eu dedico-me também àquilo que tem de ser resolvido em mim e por mim (pela Vida que eu sou).
Em honestidade própria eu apercebo-me que a resistência a estar sozinha, a escrever ou a simplesmente não ter preocupações na mente, é uma resistência à estabilidade baseada no hábito de existir em constante velocidade de ideias, de flutuações entre sentimentos positivos e negativos, de desejos e de dependência de motivações fora de mim para eu me decidir a agir.
Eu dedico-me a existir aqui a cada momento da minha respiração, sem definir pelas sensações de aborrecimento/stress de acordo com as coisas que há a fazer.  A cada dia eu apercebo-me da satisfação que eu crio em mim ao transcender uma limitação que eu tinha permitido existir na minha mente e na minha ação. Eu dedico-me a criar a minha estabilidade (em mim e no ambiente à minha volta) de modo a estar disponível para abrir os pontos suprimidos em mim (os chamados “assuntos pessoais) e a não deixar distrair-me pelas tarefas e preocupações do sistema que aparentemente ocupam o meu ser – eu sou igualmente responsável pelas obrigações do meu emprego/carreira, como pela minha integridade pessoal.