DIA 83: Personalidade de sobrevivência é a política da mente

quinta-feira, agosto 09, 2012 0 Comments A+ a-


Sempre que admiro e/ou julgo uma característica externa, este é um indicador daquilo que permiti separar de mim própria.
Trazer os pontos em auto-reflexão é um passo em honestidade própria. Apercebo-me que a política da mente é baseada em conflito de interesse-próprio em auto-defesa e comparação com o mundo exterior, numa luta de sobrevivência, sem ver que se trata de um espelho das múltiplas personalidades aceites como essenciais à existência, quando na verdade é o oposto que se manifesta: acreditar na separação da mente em detrimento do senso comum da vida.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar nas personalidades que eu acredito manifestar aos olhos dos outros.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar nas personalidade que eu criei em relação aos outros e que eu julgo como sendo "os outros", sem me aperceber que esta ideia é uma forma de separação porque esta  é de facto uma personalidade que eu acredito estar  separada de mim.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar no conflito de personalidades baseada na ideia que eu tenho de mim, na ideia que eu penso que os outros tenham de mim e na ideia que eu quero que tenham de mim. A mente é baseada em polaridade e por isso nada daquilo que provém dos "olhos" da mente resultará em unidade. Eis o ciclo de decepção desvendado.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar no conforto de ser aprovada pelos outros, o que não deixa de ser mais uma manifestação de sobrevivência.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido estar separada da minha auto-confiança e assim acreditar que a minha direção está dependente de algo exterior, de  alguém, de um local, de uma data, quando o ponto de falta de confiança é somente consequência de auto-definições e personalidades aceites como sendo eu, aos olhos "dos outros". Esta ilusória separação é baseada na polaridade da mente humana projectada no mundo com conceitos de superioridade/inferioridade/aprovação/desaprovação/valorizado/desvalorizado.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver no momento que o conflito só existe em mim; que a política de conflito existe primeiramente em mim baseada nas personalidades da mente.  É obvio que qualquer pensamento criado por mim é baseado naquilo que eu permito ser em mim, mesmo que eu não queira ver/ser como tal.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido distrair-me de mim e focar-me naquilo que vejo nos outros, nas personalidades dos outros, no corpo dos outros e na estabilidade dos outros, em vez de tomar e viver a decisão de parar a polaridade eu-outros.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que os julgamentos  criados por mim sobre os outros são reais.

Eu apercebo-me que cada pessoa à minha volta representa uma personalidade existente/suprimida em mim.

Quando e assim que eu me vejo participar nas ideias e julgamentos da mente baseados em personalidades e comparações, eu páro e respiro. Apercebo-me que qualquer resistência em enfrentar esta personalidade em mim é um indicador do padrão/hábito que eu acreditei ser uma limitação ou um ponto fraco em mim. Eu sou responsável por perceber a origem e tirar cada camada/personalidade/ideia aceite em mim e assim existir íntegra, sem personalidades nem máscaras.

Quando e assim que eu me vejo a participar nos julgamentos-conflito-polaridade da mente, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que a mente funciona em polaridade e que é sempre em interesse próprio que eu acredito resolver os conflitos externos. Por isso, eu dedico-me a resolver os conflitos internos em honestidade própria, sem polaridades e a considerar soluções/acções em senso comum.

Eu comprometo-me a parar as personalidade criadas por/em mim e dedico-me a ver o senso comum de tudo o que é manifestado no mundo.

Eu dedico-me a parar a personalidade do conforto da aprovação dos outros. Eu apercebo-me que este desejo é puro interesse-próprio sem qualquer validade e que é irrelevante. Eu comprometo-me a ser, escrever, falar em honestidade própria com a vida que eu sou, sem permitir a influencia de personalidade, informação e conhecimentos que me distraem do senso comum que seria óbvio sem tais influencias.

Quando e assim que eu me vejo participar no desejo de ser aprovada pelos ouros e acreditar que o conforto da aprovação é real, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta personalidade é mais uma limitação à expressividade humana, à criatividade e à mudança dos padrões que ate agora têm sido baseados em medo e sobrevivência típicas da mente humana.

Eu dedico-me a recriar-me numa nova versão daquilo que é Ser-se humano, em vez de me continuar a participar/copiar os padrões da mente/História.

Ilustração: 'Hiding from Fear' by Andrew Gable
Faithful Obeying FEAR – An Artists Journey To Life: Day 105 http://wp.me/p2mGTf-86