DIA 92: Como se descobre um vício - Parte 1

sábado, agosto 18, 2012 0 Comments A+ a-





Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido realizar que o desejo de ter uma determinada sensação/experiência é um indicador de inferioridade visto que aceitei ser menos/incompleta/instável sem tal sensação/experiência/evento.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido sentir-me completa quando tenho/sinto "aquela" coisa e assim acreditar que sem tal sensação/coisa eu sou incompleta, em vez de realizar que tenho sido eu a criar este condicionalismo em mim e manter-me entretida nesta polaridade.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido realizar que a ânsia da mente em ter algo/fazer algo é um indicador de vício e que por isso tem de ser auto-analisado como tal.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que o vício está baseado no medo de perder uma coisa/uma sensação/alguém e na ideia que eu sou mais ou menos por ter ou não ter determinada coisa/sensação/pessoa na minha vida.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que o medo de perda NÃO TEM DE EXISTIR mesmo que a sociedade à minha volta legitime como sendo normal ser-se escravo do medo. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido justificar o meu vício em relação a algo ou alguém só porque a sociedade à minha volta promove relações de medo.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que alguns vícios são formas de me esconder de mim própria e evitar enfrentar qualquer coisa em mim e que por isso acabo por criar uma realidade alternativa na minha mente, quando na realidade é impossível fugir de mim.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que os vícios mostram-me pontos que eu tenho suprimido em mim e que, ao investigar o vício, estou de facto a permitir conhecer-me e a poder dar a mim própria aquilo de que me tenho visto como separada de.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que cada vício é uma personalidade que eu criei em mim (como uma máscara) e que por isso tenho de auto-investigar a origem do vício e perceber se eu estou a usar o vício para suprimir uma parte de mim ou se é um ponto de satisfação que eu separei de mim própria.

Assim, eu comprometo-me a identificar todos os vícios que eu tenho permitido alimentar em mim própria, com base em ideias de conforto e na dependência criada na mente em relação a eventos e pessoas; com base na sensação de completa VS incompleta; com base em julgamentos de inferioridade e superioridade.

Quando e assim que eu me vejo participar na ansiedade de ver o episódio X de uma série de TV, eu páro e respiro. Neste momento, eu dou-me a oportunidade de perceber qual é a sensação/sentimento que aparentemente a série me proporciona e permito-me então aperceber-me se se trata de uma supressão e/ou de uma satisfação das quais eu defini como sendo separada de mim.

Quando e assim que eu me vejo "apanhada" no stress da mente de desejar fazer algo que eu consido como "mais interessante/positivo", eu páro e respiro. No caso da série X, eu apercebo-me que a atração é em relação à calma que eu sinto enquanto vejo a série, como se por momentos tudo fizesse sentido porque eu sei que vai tudo "acabar bem" na série e que os problemas que eu vejo no ecrã não são os meus problemas. Assim sendo, eu comprometo-me a investigar onde e quando no meu dia-a-dia eu sinto-me stressada e na incerteza que as coisas não vão correr bem/o melhor para mim. Apercebo-me também que nesse momento eu sinto que é um tempo que eu tenho para mim, como se todos os outros momentos durante o meu dia fossem vividos para outrem! Eu apercebo-me que o aparente conforto que eu sinto enquanto vejo a série não é real mas é um entretenimento da mente. Eu dedico-me a estar estável enquanto vejo a série ou quando faço qualquer outra coisa em que me divirto/aprendo, não permitindo sentir-me desorientada ou incompleta sem isso.

Quando e assim que eu me vejo a projectar a minha estabilidade em algo ou alguém, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que a minha estabilidade é criada por mim  incondicionalmente e por isso eu começo por devolver a minha estabilidade a cada respiração e a parar cada personalidade que me separa de quem eu sou como vida em plenitude aqui.